quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

ADEUS ANO VELHO, FELIZ ANO-NOVO!! NOSSOS VOTOS PARA SEU 2015!!



 Adeus ano velho, feliz Ano-Novo, que tudo se realiza no ano que vai chegar... Nossa, como passou rápido 2014, parece que foi ontem que sentava para escrever nossa retrospectiva 2013... 2014 foi um ano incrível para nós do A Endometriose e Eu. Realizamos a primeira edição da Marcha Mundial pela Conscientização da Endometriose e, graças a ela, no último mês de novembro conseguimos algo que lutamos há quase cinco anos: a primeira lei de endometriose do Brasil, na cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

2014 foi um ano de muitas conquistas! Será um ano inesquecível para mim, pois foi o ano que Deus me abençoou com minha princesa Bárbara (leia a minha história – parte 1 e parte 2). Muitas endomulheres conseguiram este presente divino. Sempre fiquei extremamente feliz quando nossas queridas leitoras realizam o sonho da maternidade. E não foi diferente neste ano! Sei que 2015 será um grande ano para todos nós.

2015 terá como regente o número 8, considerado um número cármico. Ao contrário do que muitos pensam, a palavra “carma” não significa algo ruim, mas sim, que toda ação terá sua reação, é o efeito “ação e reação”. Quem faz o bem colherá o bem, se fizer o mal colherá o mal. Você colherá o que plantar. E isso vale, inclusive, para os pensamentos, a energia que você emana. Isso é muito bom. Será o que ano que iremos colher o que estamos plantando há algum tempo. Acho que muitas máscaras cairão em 2015. O ano 8 traz a energia de justiça e de poder. Por isso, ao invés de reclamar dos problemas, é preciso impor metas para que possamos alcançá-las.

Já no horóscopo chinês será o ano do Carneiro (ou Cabra ou Ovelha), que se iniciará no dia 19 de fevereiro até o dia 7 de fevereiro de 2016. Será um ano menos intenso que o do Cavalo (2014), mais calmo, mas de muitas ideias. É preciso determinação para colocá-las em prática. Será um ano de energia Yin, que simboliza a paz, a tranquilidade e a harmonia. Será um ano de unir forças na fé para que a boa vontade prevalecerá às atitudes contrárias a quem teima em não ter um ano de paz. As habilidades mentais, em especial, as artísticas prevalecerão e será o ano propício para curar feridas antigas. Ou seja, será o ano ideal para fazer as pazes e repensar e refazer nas promessas antigas que não foram cumpridas. Com certeza, mais uma vez, será um excelente ano para todos, em especial, para nós do A Endometriose e Eu. Desejamos que seja um ano de muita saúde, muita paz, muita harmonia e de muito, muito amor! Feliz 2015 a todos, que todos os nossos desejos se realizem!! Beijo carinhoso!!

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

"A VIDA DE UM ENDOMARIDO": MENSAGEM DE ESPERANÇA E FÉ A TODOS QUE SOFREM COM A ENDOMETRIOSE!

imagem cedida por Free Digital Photos

No último artigo da coluna “A Vida de um EndoMarido”, Paulo renova a esperança dos companheiros que estão na luta com suas esposas para não perderem a fé e a esperança de dias melhores. Somente quem vive o drama de conviver com uma mulher que sente as dores severas da endo por anos a fio é que sabe como conduzir um texto como esse. Tanto Paulo como Alexandre sabem bem o que é isso. Por isso, eles são as “nossas inspirações” de todos os endomaridos. Claro que existem muitos companheiros, seja maridos e ou namorados, mundo afora que lutam e almejam dias melhores, como o Paulo relata no texto. Ele esperou alguns “bons” anos até que sua esposa encontrasse um especialista na doença. Leia a história de Ane aqui. Ele e Ane precisaram mudar de estado para isso. Ele largou seu trabalho no interior da Bahia para acompanhar sua esposa. Até que ponto você largaria tudo por alguém? Quer dar esperança a alguma endomulher e seu endomarido? Leia e compartilhe este texto. Beijo carinhoso! Caroline Salazar

Por Paulo Soares

O ano que se finda foi de muitas batalhas, mas sobretudo de muitas vitórias. O que sempre nos fez acreditar, que existe a esperança de encontrar uma luz no fim do túnel, um tratamento especializado em endometriose, que melhore a qualidade de vida de nossas esposas endoguerreiras, é manter sempre acesa a nossa fé, independente, das turbulências que enfrentamos. Afinal, elas são a prova que confiamos em Deus e no seu agir.

Acredito que muitos de nós, endomaridos, encontramos alívio neste ano quando nos deparamos com o médico certo, quando a cirurgia foi marcada e realizada e o pós-operatório foi bem-sucedido. Quando vimos nossa amada voltar a realizar suas atividades normais de casa e ou a retomar o batente. Quando começamos a sair, a passear, a namorar, e a nos divertir com nossa companheira sem preocupação com dores em demasia, apesar de algumas delas afirmarem que ainda sentem alguma dor, mas nada se compara à do passado, ficamos imensamente felizes. Neste ano, eu vivi esse grande momento, o qual almejava há muito tempo. Esperei anos até que encontrássemos um especialista que topasse operar minha esposa corretamente.

Depois de um SUSto que levamos, “nossa” tão sonhada cirurgia aconteceu em fevereiro. Confesso que minha esposa ainda não está completamente sem dores. Continuo fazendo as tarefas domésticas para que ela tenha o mínimo de esforço em casa. Mas é gratificante ver nosso amor voltar ao trabalho, algo que ela não fazia há uns três anos. Em muitos casos precisamos medir como nossa companheira estava antes da cirurgia e como ela está agora, após a cirurgia. Como a endometriose acarreta a dor cônica, muitas vezes, essa dor não some do dia para a noite. Leva algum tempo, alguns meses... e essa é a esperança que tenho: muito em breve Ane estará 100% sem dores, sei que isso será no momento certo, no tempo de Deus.

Mas, ainda existem os companheiros endoguerreiros que ainda não experimentaram esta experiência, deixo uma palavra de esperança: no Natal celebramos o nascimento de Jesus Cristo, o filho de Deus, que é o próprio Deus que habita entre nós, trazendo vida e esperança, para renovarmos a nossa fé e a força para continuar lutando.

Minha palavra de encorajamento aos endomaridos é que continuem na batalha e jamais desistam de lutar ao lado de suas amadas companheiras, pois ainda há muito o que conquistar. Além de nossas lutas pessoais que temos no dia a dia, também há luta pela divulgação da conscientização da endometriose no Brasil, já que a maioria das pessoas ainda não conhece o terror que é essa doença. Temos que lutar também pela expansão do tratamento em todo país, capacitação de médicos ginecologistas e laudistas (que fazem os laudos dos exames de imagem), o reconhecimento desta enfermidade pelos governantes e um atendimento de qualidade pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e pelos planos de saúde.

Por isso, a todos os endomaridos, peço que sejam fortes e corajosos, ajudem suas parceiras, porque elas precisam de alguém para dividir suas dores. Não desista da família maravilhosa que você tem. Lembrem-se, o amor supera todos os obstáculos. Tragam à memória aquilo que te trazem esperança. Lembrem-se dos sonhos que foram sonhados juntos, que ainda serão realizados.

Por fim, lembro-me das palavras do apóstolo Paulo, que após passar por tantas vitórias e derrotas, perdas e ganhos, ele escreve na carta aos filipenses, capítulo 4, verso 13: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece.”

A todos os endomaridos, um feliz Ano-Novo e que 2015 seja um ano de vitórias e conquistas com muita esperança, fé e amor. Forte Abraço!

domingo, 28 de dezembro de 2014

O PRIMEIRO BLOG DE ENDOMETRIOSE DO MUNDO COM TRADUÇÃO PARA LIBRAS EM TEMPO REAL!



Vocês repararam que desde o último dia 23 de dezembro, o A Endometriose e Eu passou a ter uma “orelhinha azul” na parte central superior? É com muita honra que anuncio: somos o primeiro blog de endometriose do mundo a ter o conteúdo acessível à Língua Brasileira de Sinais – Libras - em tempo real. É o A Endometriose e Eu dando mais um grande passo com o objetivo de difundir a informação correta e desmistificar a endometriose para o maior número de pessoas possíveis, em especial, a todas as mulheres, independentemente de sua condição.

Por que o blog passou a ter o Artur como nosso tradutor?

- Segundo o último Censo, o de 2010, cerca de 10 milhões de brasileiros são deficientes auditivos;
- A Libras é a segunda língua oficial do Brasil, instituída pela Lei 10.436 de 24 de abril de 2002, regulamentada pelo decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005, que obrigam sua aplicação nos veículos de comunicação e acessibilidade aos surdos brasileiros.
- O fato de o blog ter como um de seus princípios a inclusão social, pois lutamos por uma causa de mulheres que são marginalizadas da sociedade;

Quando vi esta tecnologia 100% brasileira imediatamente passei ao nosso endomarido, Paulo, para que me ajudasse nesta empreitada. Sua esposa, Ane, já contamos a história dela aqui, é tradutora/ intérprete profissional de Libras há quase 10 anos com certificado pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) e, desde que a conheci pessoalmente, em 2013, já tínhamos planos de tornar a endometriose acessível aos Surdos. Então, esse se tornou um “sonho nosso”. Afinal, independente da língua utilizada, o sofrimento da mulher com endometriose é igual. Agora, com o weblibras, passamos a ter parte deste sonho realidade. Obrigada Paulo pela benfeitoria em prol de milhares de brasileiras.

No A Endometriose e Eu trabalhamos em equipe para levar sempre o melhor conteúdo e exclusivo relacionado à endometriose ao máximo de pessoas possíveis. Se somos o pioneiro em reivindicarmos políticas públicas a todas endomulheres brasileiras, nada mais justo em pensar no coletivo sem diferenças. É mais um feito inédito do blog mais completo do mundo sobre endometriose. Um feito que nos enche de orgulho.

Para acessar é só clicar na “orelhinha azul”, instale o software, clique no local desejado de tradução e pronto! Você verá nosso intérprete Artur no lado esquerdo. Beijo carinhoso!! 

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

FELIZ NATAL!!! UMA NOITE DE MUITA LUZ E AMOR!!



Já é Natal!.. O A Endometriose e Eu deseja a todos uma noite abençoada e repleta de amor, alegria, paz, harmonia e muita, muita saúde a todos que fizeram o blog bater todos os recordes (1 milhão e 2 milhões de acessos) em 2015. Muita luz para iluminar nossos caminhos, nos guiar sempre no caminho do bem para continuarmos com a missão de passar informação pautada na ética e na qualidade editorial única do blog, sobre uma doença até então, há quase cinco anos atrás, totalmente desconhecida. Que nesta noite de confraternização todos possam refletir as atitudes adotadas ao decorrer do ano, para que juntos continuaremos a espalhar a paz, a harmonia, o amor e a gentileza ao próximo. Que todo o mal seja cortado pela raiz, toda cobiça seja convertida em harmonia e em amor. 


Que a paz de Jesus Cristo esteja convosco não apenas neste dia ou nesta noite, mas em todos os dias de nossas vidas. Que Ele nos dê muitas bençãos e muita sabedoria e que conforte as almas daquelas que sofrem neste momento Agradeço muito a Deus por todas as bençãos que me aconteceram neste ano, tornando-o um dos melhores da minha vida. Como nossa tradição, farei a retrospectiva em breve. Beijo carinhoso!! Caroline Salazar

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

ENDOMETRIOSE - NÃO APENAS UMA DOENÇA REPRODUTIVA!!

imagem cedida por Free Digital Photos


Quando falamos em endometriose, muitas pessoas acham que sabe alguma coisa sobre a doença. De algum lugar sempre sai alguém que não entende nada e já vai logo metendo o bedelho: "Ah, tira o útero que você ficará curada" ou "Tira os ovários, o útero que você ficará livre da doença"... esses são apenas dois dos inúmeros comentários que ouvimos ao longo da nossa caminhada. Pois é, agora quando você escutar alguma dessas frases ou alguma outra, pede para essa pessoa entrar no A Endometriose e Eu para aprender um pouco mais sobre a doença. A tradução de hoje aborda exatamente a questão de a endometriose não ser apenas uma "doença do sistema reprodutor da mulher". Não adianta nada tirar os órgãos reprodutores e deixar focos da doença no organismo da mulher. Já contamos aqui a história da americana Candice, que teve endometriose em órgãos da pelve, e também, no pulmão. A capixaba Patrícia e sua endometriose no diafragma, assim como a portuguesa Fatinha. E, se você pensa que ter endometriose em órgãos distantes da pelve é algo raro, está muito enganado. Por isso é fundamental que a portadora tenha acompanhamento médico especializado, com quem realmente entende não só o que ela sente, mas sim, quem conhece muito bem os vários aspectos visuais da doença, ou seja, os vários tipos de focos e quem sabe como retirá-los em sua raiz, para que não haja reincidência no mesmo local. Leia o texto com atenção. Beijo carinhoso!! Caroline Salazar

Por doutora Phillipa Cook 
Tradução: doutor Alysson Zanatta
Edição: Caroline Salazar

Endometriose – não apenas uma doença reprodutiva

A endometriose é comumente entendida como uma doença do sistema reprodutivo, possivelmente devido ao fato de que um sintoma comum é a menstruação dolorosa, e que pode causar infertilidade. A verdade é que a endometriose não é apenas uma doença reprodutiva de fato.  Ela pode afetar os órgãos reprodutivos, mas ela também afeta normalmente outros órgãos como o intestino e a bexiga. Mais raramente, ela também pode afetar áreas fora da pelve como o nervo ciático, o diafragma, e os pulmões, e até mesmo o músculo da panturrilha. Além dos sintomas pélvicos específicos como a dor pélvica, a disfunção vesical e intestinal, e as relações sexuais dolorosas, muitas mulheres com endometriose relatam sintomas sistêmicos como fadiga e mal estar geral, e mulheres com endometriose têm uma incidência maior de doenças como doenças autoimunes, alergias, doença inflamatória intestinal, e até um risco pouco mais elevado de câncer de ovário. As relações entre a endometriose e outras doenças não são bem compreendidas.

Muitas pessoas podem estar familiarizadas com o fato de que a endometriose é causada por tecido localizado erradamente na pelve e que forma lesões, cistos e nódulos. Entretanto, dada a sua reputação como uma doença reprodutiva, muitas pessoas acreditam que a endometriose geralmente cresce nos órgãos reprodutivos – ovários e útero. Este não é o caso, e apesar das pesquisas que demonstram que os locais mais comuns da endometriose não são os ovários ou o útero terem sido publicadas há 24 anos, este entendimento equivocado ainda persiste nos dias de hoje, mesmo entre os médicos.

O Dr. David Redwine, pioneiro cirurgião laparoscópico da endometriose, publicou em 1989 um estudo sobre a distribuição da endometriose na pelve de acordo com a faixa etária. Este estudo descreveu as localizações da endometriose na pelve em 132 pacientes consecutivas que passaram por cirurgia. O local mais comum onde as lesões de endometriose foram encontradas, em todas as faixas etárias, foi o fundo de saco, que é a área atrás do útero, entre o útero e o reto. Em seguida, as áreas mais comuns foram os ligamentos da pelve (o ligamento largo, o ligamento útero-sacro, com o lado direito sendo mais acometido que o esquerdo). Após os ligamentos, a bexiga foi mais comumente envolvida, e o ovário esquerdo. Então o fundo do útero (a parte superior, oposta ao colo uterino), o cólon sigmoide (intestino), o ovário direito, e finalmente as trompas de Falópio, os ligamentos redondos, e a parede abdominal.

Este estudo também sugeriu que,  ao contrário do entendimento comum de que a endometriose se espalha por outras áreas da pelve com o passar do tempo, a endometriose na realidade não se espalha. As lesões de endometriose podem crescer e se aprofundarem, levando a sintomas mais significativos e potencialmente a lesão de órgãos. Entretanto, neste estudo, mulheres mais velhas não tinham mais áreas da pelve acometidas por endometriose do que mulheres mais jovens, o que seria esperado caso a endometriose se espalhasse com o passar do tempo.

O mais interessante deste estudo não são os resultados propriamente ditos, mas sim a constatação que 24 anos mais tarde, seus resultados e implicações para o tratamento da endometriose não foram incorporados à prática clínica diária por muitos médicos. Antes de tudo, a endometriose como uma doença multissistêmica requer expertise cirúrgica que muitas vezes vai além do que a maioria dos ginecologistas são treinados para lidar. E ainda, muitos ginecologistas que não têm as habilidades cirúrgicas para removerem a endometriose de áreas sensíveis como o cólon sigmoide ainda continuam a tratar pacientes com endometriose, ao invés de encaminhá-las para especialistas em endometriose.

Mais importante porém, a diminuição da endometriose como simplesmente uma doença do sistema reprodutivo parece levar à uma falta de entendimento dos sintomas debilitantes que ela pode causar. Estudos sobre a qualidade de vida das mulheres com endometriose demonstram que mulheres ainda continuam a sofrer com sintomas frequentes como dor crônica, que afetam sua qualidade de vida, mesmo após o tratamento para a endometriose. A dor severa da endometriose é menosprezada de uma tal maneira que as dores causadas por outras doenças não o são. Nancy Petersen, uma conhecida ativista da endometriose, e Diretora Fundadora do primeiro Programa de Ressecção Cirúrgica de Endometriose nos Estados Unidos, comparou a dor da endometriose à dor da apendicite aguda. Durante os episódios agudos de dor, os médicos frequentemente tratam as pacientes com Tylenol ou naproxeno – será que os médicos pensariam nessas medicações para tratar a dor de uma apendicite aguda? Por quanto tempo irá durar o sub-tratamento da dor da endometriose pelos médicos devido à percepção que ela é apenas “um problema de mulher” e que portanto não pode ser séria ou dolorosa?

Nota do Tradutor: Nós, médicos, tratamos a doença da forma como a entendemos, utilizando o melhor de nossos conhecimentos que nos foram passados. Mas quando entendemos a doença de forma errada,  também temos chances de tratá-la de forma errada.

Como bem colocado pela Dra. Phillipa Cook, entender a endometriose apenas como uma doença reprodutiva que é progressiva ao longo dos anos, e que é causada pela menstruação retrógrada, entre tantos outros, contribui para perpetuar os tratamentos ineficazes. Constatações claras e verídicas sobre a doença, como aquelas demonstradas por este estudo do Dr. Redwine há 24 anos, não são incorporadas às práticas médicas de muitos profissionais. Motivos para tal são vários, o principal talvez a crença messiânica de que a doença seria causada pela menstruação.

Faremos progressos reais quando disseminarmos as informações corretas e comprovadas sobre a endometriose. Nesse sentido, talvez as pacientes portadoras da doença, e a população geral, estejam mais avançados do que a própria classe médica.


Sobre o doutor Alysson Zanatta:

Graduado e com residência médica pela Universidade Estadual de Londrina, doutor Alysson Zanatta tem especializações em uroginecologia e cirurgia vaginal pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cirurgia laparoscópica pelo Hospital Pérola Byington de São Paulo e doutorado pela Universidade de São Paulo, USP. Suas principais áreas de atuação são a pesquisa e o tratamento da endometriose, com ênfase na cirurgia de remoção máxima da doença. Seus inter­esses são voltados para iniciativas que promovem a conscientização da população sobre a doença, como forma de tratar a doença adequadamente. É diretor da Clínica Pelvi Uroginecologia e Cirurgia Ginecológica em Brasília, no Distrito Federal, onde atende mulheres com endometriose, e Professor-adjunto de Ginecologia da Universidade de Brasília (UnB). (Acesse o currículo lattes do doutor Alysson Zanatta). 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

CAMPO GRANDE, NO MATO GROSSO DO SUL, APROVA A PRIMEIRA LEI PARA ENDOMETRIOSE DO BRASIL!!


No último dia 20 de novembro, após 4 anos e sete meses de intenso trabalho no A Endometriose e Eu reivindicando leis efetivas de políticas públicas às portadoras de endometriose No Brasil, conseguimos nosso primeiro feito político: Campo Grande sancionou a primeira lei de endometriose no Brasil. Recebi a notícia da minha querida representante no Estado, Cris Oshiro, no dia 21, e meus olhos encheram-se de lágrimas. O primeiro motivo é saber que esse pioneirismo veio da minha região, um estado-irmão do meu (sou natural de Goiás), e Campo Grande entrou pra história ao realizar esse feito inédito em nosso país.

O segundo é saber que um trabalho que começou solitário tomou uma proporção muito grande e que outras mulheres e maridos abraçaram a causa como “nossa”. Eu sempre fui um pouco sentimental, agora grávida então... realmente fiquei muito feliz, emocionada e agradeci a Deus por este presente. Agradeço também à Cris e ao seu marido, Alex, pelo engajamento na causa e por terem entrado em contato com a vereadora Carla Stephanini e ter levado a seu conhecimento o que é a doença e como é a realidade de uma portadora de endometriose.

O projeto de lei número 7.713/14 foi aprovado em primeira discussão e votação na Câmara Municipal de Campo Grande:

O artigo 1° institui a “Semana Municipal de Educação Preventiva e de Enfrentamento à Endometriose” a ser realizada anualmente na semana do dia 13 de março a partir de 2015. Escolhi essa data em homenagem à Marcha Mundial pela Conscientização da Endometriose. O dia 13 foi também sugerido em Brasília, quando palestrei em junho na Câmara dos Deputados, como o dia Nacional.

O artigo 2° - A Semana Municipal de Educação Preventiva e de Enfrentamento à Endometriose tem como objetivo:

I – promover a divulgação de ações preventivas, terapêuticas, reabilitadoras e legais relacionadas à endometriose.

II -  contribuir para o desenvolvimento de propostas que possibilitem o acesso universal e equitativo aos serviços públicos pelas portadoras de endometriose;

III – garantir a democratização de informações sobre as técnicas e procedimentos cirúrgicos e pós-cirúrgicos existentes nas áreas de endoscopia ginecológica e endometriose.

Artigo 3°: esta lei será regulamentada no prazo de 60 dias.

Artigo 4°: Esta lei entrará em vigor a partir da data de sua publicação.

Eu e Cris Oshiro, em 2013, quando ela veio a São Paulo

Agradeço imensamente à vereadora Carla Stephanini, do PMDB, por este ato brilhante e honroso que, com certeza, será inspirador não só a outros estados brasileiros, mas também a vários países. Agradeço também aos meus colaboradores, inclusive, às coordenadoras estaduais da Marcha, pois sem todos vocês o blog e a marcha não seria o que é. Gostaria de agradecer também à família Nezhat por idealizarem a Milhões de Mulheres Marchando contra a Endometriose. A marcha é muito importante por unir pessoas de todo o mundo num mesmo dia e com o mesmo objetivo: conscientizar as pessoas sobre a doença e reivindicar políticas públicas às portadoras de endometriose. Em 2015 termos a segunda edição no último sábado do mês, pedido feito por muitas mulheres mundo afora, já que a deste ano foi numa quinta-feira, o que impossibilitou por conta do trabalho. Inscreva-se para a Marcha 2015 aqui. Basta preencher uma única vez o formulário.

A marcha é a grande oportunidade que passamos a ter onde saímos do silêncio e do anonimato, e deixamos de ser vítima passiva da doença, para entrar de cabeça nesta batalha mostrando a nossa cara e lutando ativamente para o benefício único e exclusivo de nós mesmos, portadoras de endometriose, reivindicando nossos direitos e políticas públicas. Portanto, dia 28 de março é o dia de sairmos às ruas em 2015 para lutar por todas as endomulheres brasileiras. Por enquanto as cidades e seus respectivos estados inscritos são: São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Vitória (ES), Porto Alegre (RS). Falaremos mais sobre a lei em breve. Beijo carinhoso!!

OBS: A lei já foi regulamentada e passará a vigorar já em 2015!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

"SAÚDE E BEM-ESTAR": A SEXUALIDADE DE UMA ENDOMULHER!!



imagem cedida por Free Digital Photos

No texto a seguir, a psicóloga Ana Rosa Detilio Mônaco aborda uma questão muito delicada, especial e muito importante para todas endomulheres: nossa sexualidade. A endometriose é uma doença muito complicada especialmente por afetar a mulher num todo e cada uma de uma forma única. O texto a seguir é muito importante não só para as mulheres com endometriose, mas, principalmente, para os companheiros. A perda da sexualidade e, consequentemente, da libido traz sérios danos às portadoras. Muitas, infelizmente, são abandonadas por seus companheiros. Mas tantas outras não, têm a compreensão, o carinho e o cuidado do parceiro. Por ter vivido isso na pele, acho que a compreensão e o entendimento do parceiro sobre o assunto e o estado de saúde de sua companheira são fundamentais para não pirar a nossa cabeça e, assim, procurarmos tratamento adequado. Atenção mulheres! Leia o texto com muita atenção e mostre ao seu companheiro. Mesmo com a dispareunia, não podemos perder nossa autoestima e, principalmente, nossa sexualidade. O A Endometriose e Eu quebrou paradigmas e também tabus ao falar abertamente sobre as várias facetas da endometriose. E dentre esses tabus podemos falar que o blog foi o primeiro a não só descrever, mas a de falar abertamente sobre a dor da dispareunia - dor durante e após a relação sexual ( artigo 1, artigo 2artigo 3, artigo 4, artigo 5, artigo 6), dentre muitos outros. Beijo carinhoso!! Caroline Salazar

A sexualidade de uma endomulher

Por Ana Rosa Detilio Mônaco

Falar em sexualidade não é uma tarefa fácil num país machista como o Brasil, em especial, quando abordamos a da mulher. E quando falamos na da mulher com endometriose, então... A sexualidade da mulher com endometriose se apresenta de forma especial e merece muita atenção, tanto das pessoas as quais ela convive e, principalmente, do parceiro, como também da comunidade médica. As endomulheres, muitas vezes, têm sua sexualidade comprometida, já que a doença é muito complexa e atinge a mulher de forma abrangente e pode trazer sérios prejuízos à sua vida conjugal.

A sexualidade é um conjunto das condições anatômicas, fisiológicas e psicológicas que caracterizam cada sexo, seja masculino ou feminino. O termo também se refere ao apetite sexual e ao conjunto de fenômenos emocionais e comportamentais relacionados com o sexo. Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), a sexualidade abarca tanto as relações sexuais (o coito), como o erotismo, a intimidade e o prazer. A sexualidade é experimentada e expressada através de pensamentos, de ações, de desejos e de fantasias.

Para muitas mulheres, a sexualidade também é expressada pela possibilidade de gerar uma nova vida, o que também pode ser ameaçada pela endometriose e apresentar para mulher a realidade de não poder engravidar ou ainda de necessitar de técnicas de reprodução assistida para alcançar seu objetivo. Afinal temos como referência que as mulheres devem engravidar por meio do ato sexual, e ter que necessitar da medicina para realizar esse feito pode levar o casal ou um dos membros do par, a desvalorizar o ato sexual, já que não necessitariam deste para engravidar, comprometendo assim todo o contexto da relação sexual.

Frente às características da doença que pode causar dores pélvicas de vários níveis e algumas vezes constantes, onde graus mais avançados da patologia interferem de forma significativa na vida da mulher, a paciente em menor ou maior grau pode desenvolver dificuldades na esfera sexual podendo, portanto, comprometer seus relacionamentos e paralelamente sua autoestima.

A endometriose apresenta a possibilidade de progressão do quadro e o risco de aderências entre os órgãos o que pode deixar a pelve muito sensível e dolorida, impedindo as sensações positivas que o ato sexual proporciona e, muitas vezes, gerando dores insuportáveis fazendo com que a mulher passe a evitar a proximidade com o parceiro, se isolando em sua dor. Outro fator que se dirige ao tema é o nível de informação dos parceiros frentes aos possíveis sintomas relacionados à doença. Os companheiros devem ser informados e conscientizados de tal realidade, para que o casal busque através da criatividade e da intimidade, formas de se relacionarem sexualmente que sejam satisfatória para ambos, o que se torna muito possível se o casal se propuser a não deixar de investir na relação, fazendo com que se mantenham unidos. O carinho, a compreensão e o companheirismo de ambos, em especial, do parceiro são essenciais para manter a chama acesa nos momentos mais delicados.  

Dependendo do grau da doença, as dores durante a relação sexual, principalmente, no momento da penetração (dispareunia) se tornam uma realidade que pode fazer com que a mulher perca o desejo sexual evitando assim contatos íntimos com seu parceiro, possibilitando a queda na autoestima e a autodesvalorização frente sua feminilidade. Muitas mulheres sentem dores também após o ato sexual e muitas podem permanecer com essas dores alguns dias após a relação. Outras por conta do tratamento poderão perder sua libido e, com isso, tem seu desejo sexual reduzido ou quase a zero mesmo.

A endometriose é uma doença que mexe muito com o corpo e com a cabeça da mulher. Por isso reforço que a compreensão do parceiro é muito importante neste processo. Pois é por ele que a mulher espera e deve ser desejada e, é claro, que ela não poderá desistir de sua feminilidade. Inventar novas posições e encontrar novas formas de buscar prazer na hora do sexo, é um caminho para o casal se adaptar frente às possíveis dores que a mulher poderá manifestar durante e após as relações sexuais.

A criatividade pode ser um bom caminho para resgatar o prazer na relação, pois é construído pela intimidade que o casal apresenta e o conhecimento da própria sexualidade de cada um. Alimentar a intimidade pode ser uma boa saída para retomar a relação do casal. Investir na aparência também pode fazer a diferença, tanto para a mulher se sentir mais atraente, quanto para o parceiro que a verá mais atraente, sedutora e desejável. Portanto reinventar a sexualidade supera o ato sexual (coito) e percorre o caminho do amor próprio, da feminilidade e do poder de sedução que toda mulher possui como algo natural. Cada mulher tem seu poder de atração único, e é preciso resgatar isso também para que a relação a dois se torne muito mais que apenas sexo, mas sim, um ato de amor e cumplicidade. Até o próximo! Beijo carinhoso!!

Sobre Ana Rosa Detilio Mônaco:


Há 17 anos atuando na área cínica, a doutora Ana Rosa foi residente e atuou como psicóloga hospitalar no Centro de Referência da Mulher no Hospital Pérola Byington, em São Paulo. É especialista em saúde, em psicoterapia breve e atua também em reprodução assistida. É professora convidada do Instituo Gerar e atende em seu consultório em São Paulo.  

domingo, 14 de dezembro de 2014

DAVID REDWINE: OS SINTOMAS E AS DORES DA ENDOMETRIOSE!!

Imagem cedida por Free Digital Photos

Como são as dores da endometriose? Aguda, como pontadas de facas, como queimaduras,  latejante... como é a sua dor? O A Endometriose e Eu foi o pioneiro em falar abertamente dessas dores e a descrevê-las também, mas hoje é o doutor David Redwine que aborda essa questão. Ele também fala dos sintomas da doença, dos tumores fibroides, das cólicas menstruais e os sintomas atípicos da doença. Esse tópico também é muito importante, pois eles podem ser confundidos com outras doenças. Mais uma leitura obrigatória para quem quer saber mais sobre a endometriose. Beijo carinhoso!!

Por doutor David Redwine 
Tradução: Alexandre Vaz
Edição: Caroline Salazar


Os sintomas da endometriose:

A endometriose é a causa mais comum associada à dor na mulher em idade reprodutiva. É sem dúvida a causa mais comum de dor, mas não é levada a sério como merece. A dor da endometriose é frequentemente localizada na região da pelve que está envolvida pela doença. Algumas portadoras conseguem descrever exatamente onde estão os focos da doença pela natureza e localização da dor que sentem.

Como o Saco de Douglas, os ligamentos úterossacros e os ligamentos largos posteriores são geralmente as áreas pélvicas mais afetadas. Muitas portadoras experimentam dor relacionada com irritação da doença através de funções normais do corpo. Por isso, a endometriose no Saco de Douglas e no ligamento úterossacro podem ser irritadas por penetração profunda durante o ato sexual, enquanto que uma dor mais superficial durante o ato não é geralmente causada pela doença.

Essas áreas pélvicas mais baixas também podem ser irritadas pela passagem do bolo fecal durante os movimentos do intestino. Por isso é possível sentir dor quando essas áreas estão afetadas, ainda que geralmente essa dor esteja maioritariamente ligada ao fluxo menstrual. Quando a parede retal está afetada pela endometriose, a portadora pode sentir dor a cada episódio de movimento intestinal independente da menstruação.

Descobrimos que a dor com cada movimento intestinal sem estar ligada com a menstruação, prisão de ventre ou diarreia, é o sintoma fundamental de endometriose retal. A bexiga contudo, pode ser envolvida por endometriose extensiva e a portadora raramente exibe sintomas.

Tumores fibroides:

Os tumores fibroides (também chamados de “leiomioma”) são acumulações de músculo liso que surgem na parede muscular uterina. Eles se expandem em tamanho de forma algo concêntrica, como uma pérola crescendo dentro da ostra. Um fibroide grande pode atingir a dimensão de uma toranja (cruzamento do pomelo com a laranja) ou maior.

Um fibroide pequeno seria menor que uma bolinha de gude. Eles podem causar  cólica uterina entre ciclos menstruais e cólica severa e bastante sangramento como fluxo menstrual, exceto se estiverem na superfície exterior do útero, e nesse caso poderá não exibir sintomas.

A dor da endometriose é frequentemente descrita como aguda, semelhante a queimadura ou perfuração de uma faca. Ela pode ocorrer durante o mês inteiro, embora exacerbada pelo fluxo menstrual. A noção de que a endometriose doi principalmente durante a menstruação, ou que o sintoma fundamental é a cólica uterina está incorreto.

Os sintomas principais da endometriose pélvica (não intestinal) incluem uma dor descrita como se tratasse de uma faca pontuda e afiada em brasa, que vai cortando e queimando enquanto entra, que ocorrre fora do periodo menstrual, mas que pode ser agravado durante a menstruação, dor na parte superior da vagina quando ocorre penetração profunda durante o ato sexual e movimentos intestinais dolorosos durante a menstruação.

Sintomas atípicos da endometriose:

Sangramento menstrual abundante não é um sintoma primário de endometriose, e muito provavelmente isso não mudará com cirurgia conservativa para a endometriose. Outros sintomas que não são necessariamente sugestivos só de endometriose: dor no clitóris, nas pernas e na virilha, náusea, fadiga, prisão de ventre, diarreia e desconforto na bexiga.

Quando as aderências causam dor, essa dor é localizada na própria aderência. As portadoras usam termos como “puxar” ou esticar” para descrever essas dores. A dor da aderência não é de esperar que mude com o ciclo menstrual exceto se as aderências em torno de um ovário for esticada pelo aumento de um cisto. Muitas portadoras com endometriose possuem aderências também e, muitas vezes, não é possível determinar se a dor se deve às aderências ou à endometriose.

Uma palavra  sobre cólica menstrual:

Se a dismenorreia (cólica menstrual) for o sintoma principal, então a cirurgia conservativa por si poderá não ser suficiente para melhorar esse sintoma, já que esse é o sintoma que responde menos à cirurgia conservativa para a endometriose.
Outras doenças podem causar períodos dolorosos. Se a endometriose for a causa, os períodos irão melhorar e se tornar menos dolorosos. Se a cólica tiver origem no próprio útero, a remoção da endometriose em áreas fora do útero não irá melhorar essa situação.

Existem outros dois tratamentos que poderão ajudar com a cólica menstrual: transecção (divisão por corte transversal) dos ligamentos uterossacros e neurectomia pré-sacral (remoção cirúrgica do plexo pré-sacral para alívio de dismenorreia grave), e ambos podem ser realizados por laparoscopia.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

COMENTÁRIO-DESABAFO DE UMA LEITORA: "CUIDADO QUANDO O MÉDICO É MUITO FAMOSO"!!


imagem cedida por Free Digital Photos

Há pouco menos de dois meses recebi no blog um comentário-depoimento-desabafo de uma leitora em relação ao atendimento que ela e seu marido tiveram de um especialista em endometriose. Infelizmente, em todas as áreas estamos sujeitas a esse tipo de atendimento. Em especial, quando a pessoa eleva à sua cabeça à fama que conquistou durante sua carreira. Isso eu disse em qualquer área, não apenas na medicina ou necessariamente em endometriose. Ser famoso não significa ser o melhor. Aparecer na mídia também não quer dizer que esse ou aquele é o melhor. Esse post é um alerta a todas as pessoas, em especial, às endomulheres. Ter um atendimento único, já que cada caso é um caso, olhar nos olhos do médico, sentir suas palavras e confiar em tudo que ele fala, quando ele passa segurança (porque em muitos casos isso pode não acontecer) e ser atendida por aquele que vc procura fazem toda diferença no atendimento personalizado que precisamos ter. Por isso, o mais importante quando você quer um bom especialista, em especial, quando decide fazer a cirurgia é consultar outras pacientes para saber como é o tratamento que um determinado médico dá às suas pacientes. Leia com atenção! Beijo carinhoso!!

"Oi meninas, fiquei muito feliz ao ler sua história, mas tenho que alertar para quem irá ler sua história minha experiência. Sou nova por aqui e sei exatamente como é a dor de não ver seu sonho concretizado, por isso espero ajudar... Gostaria de compartilhar minha experiência para que vocês não passem pelo mesmo que eu. Fiz cirurgia de endometriose com um dos médicos mais renomados do Brasil (se não for o mais), em fevereiro de 2014. Após a cirurgia, ele me falou da FIV e decidimos fazer, porém não gostei do atendimento dado a nós pela sua clínica e nem pelo próprio médico. Durante todo o processo da FIV, só vi esse médico famoso uma vez, no primeiro dia, onde fechamos os valores. Depois que demos os cheques no primeiro dia, durante todo o processo, sempre que chegávamos à clínica éramos atendidos por um estagiário ou residente, e eles nos informavam que o doutor ban ban ban estaria no dia da coleta e da transferência. Quando chegamos para a coleta dos óvulos, novamente fomos atendidos por estagiários da clínica e não vimos o tal médico. Tentávamos falar com ele, mas ele não retornava às nossas ligações ou e-mails. Na transferência, quando chegamos ao hospital fomos avisados novamente que ele não estaria, e o médico que nos atendeu nunca havíamos visto. A FIV deu negativa e, até hoje, não conseguimos qualquer contato com o médico, que aparece em muitas reportagens sobre endometriose.  Não o recomendo, pois o tratamento é bem caro, e ele serve somente para chamar pacientes, pois depois que fechamos o contrato é a equipe dele de estagiários que faz todo o processo”, depoimento deixado por Anônima em 17 de outubro de 2014, num dos posts da coluna histórias das leitoras.

Este não é o primeiro comentário sobre “médicos renomados que não atendem suas pacientes”. Porém após mais um comentário-alerta-desabafo de uma leitora resolvi escrever este artigo. É muito difícil indicar um bom especialista em endometriose, sabe por que? Porque um bom especialista não é somente aquele que faz uma cirurgia perfeita, que irá retirar todos os seus focos e te dá uma esperança de cura da doença, que te dá esperança de viver sem dor. Ao meu ver, um excelente especialista é aquele que além de tudo isso, te escuta com todo cuidado, que te ampara em suas palavras, que não te ataca, que não te chama de louca, que entende suas dores e que ainda te diz: “confie em mim, eu vou te ajudar e você vai voltar a ter qualidade de vida!” Ou seja, que está no consultório para te atender. Por isso, aqui no blog somos seletivos quando o assunto é indicar especialistas. Um dos meus critérios é falar com o máximo de pacientes do médico possível, para ver como elas viviam antes da cirurgia, como estão após a cirurgia, e como ele atende no consultório. Uma das minhas perguntas é: “mas é ele mesmo quem atende? É ele mesmo quem faz os procedimentos realizados em consultório?” Certa vez, quando fui indicar um médico ouvi de uma leitora que ela iria em outro por este ser mais famoso e por aparecer muito na mídia.

Como jornalista, sei que quase 100% dos médicos que aparecem na grande mídia são de associações médicas e ou especializadas no assunto. Ou porque determinada clínica e ou algum lugar que o médico é ligado (e isso não quer dizer apenas as associações) são anunciantes da tal mídia ou do grupo e, por isso, esses anunciantes indicam os médicos que melhor lhe representam. Por isso comparar fama com o atendimento que a paciente terá no consultório não tem nada a ver. Prova disso é o comentário que inicia esse post. Eu preferi ocultar a identidade do médico e da clínica, apesar de a leitora Anônima ter mencionado ambos em seu comentário no blog. A discussão aqui não se diz respeito a um ou a outro médico, mas a todos que tem já um nome conhecido no mercado e que deixam de atender suas pacientes, passando-as a seus assistentes ou aprendizes. Se alguém marca a consulta com determinado médico é para ser atendida por ele e não outra pessoa. No comentário da leitora, o médico não atendeu no consultório e muito menos realizou os procedimentos da FIV. Será que ele a operou? É extremamente indispensável que esses médicos treinam futuros profissionais, passando seus conhecimentos a eles.

Porém a questão é a pessoa pagar pela “marca do médico” e ser atendido por outro. Isso não é nem um pouco agradável para quem esperou tanto para ser atendido por tal profissional, e muito menos ético. Por isso é muito importante as novas pacientes ouvirem as antigas pacientes, e não ir atrás de “marca” e, sim, de qualidade. Isso vale para a medicina no geral. 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

DOIS MILHÕES DE ACESSOS! OBRIGADA PELA AUDIÊNCIA!!




Hoje é um dia muito especial, pois celebramos a marca de dois milhões de acessos do A Endometriose e Eu. Esse feito inédito é ainda mais especial por termos conseguido 1 milhão de acessos em apenas 11 meses. Eu e toda equipe do A Endometriose e Eu agradecemos a todos pela preferência, pela confiança e, sobretudo, pela audiência conquistada. Sem nossos queridos leitores, essa marca não seria alcançada. Nosso trabalho em informar sobre uma doença que ainda é pouco conhecida e quando abordada é falada de forma equivocada está caminhando cada vez mais acelerado.

Cada texto é pensado e repensado para levar informação de qualidade às endomulheres, aos endomaridos e à toda família das portadoras de endometriose. A mensagem de fé, de esperança e de perseverança que o blog passa faz o sucesso de cada artigo postado aqui. Quando comecei timidamente este espaço, quatro anos e oito meses atrás, nunca imaginei que o A Endometriose e Eu poderia ser lido por alguém e muito menos que ele iria consolar e acalentar corações aflitos e desesperançosos. Por isso, cada comentário, cada compartilhamento é uma grande emoção para todos nós. Nunca imaginei que este trabalho despretensioso, acalentaria tantos corações, que renovaria a esperança e a fé de muitas mulheres. Agradeço a Deus por esta oportunidade, por Ele ter me dado a sabedoria das palavras e por ter encontrado no meio do caminho pessoas maravilhosas que hoje são colaboradores fundamentais no blog. Hoje, a homenagem é para todos que fazem do blog, o mais lido do mundo sobre endometriose.


Nossa missão: educar e conscientizar a família da portadora e toda a sociedade acerca da endometriose. Dar suporte, acolher, aconselhar e acalentar as pessoas que nos procuram, seja portadora, como também seus familiares. E nossa principal missão além de passar a informação correra sobre a doença é tornar a endometriose uma doença reconhecida como social e de saúde pública pelos nossos governantes. Vamos continuar com fé, caminhando juntos, com bondade, com generosidade e muita honestidade. Porque tudo que é honesto dá certo, vai pra frente. Agradeço a Deus e a todos pelo blog ser hoje referência mundial em endometriose! Beijo carinhoso!! Caroline Salazar e equipe!

INSCREVA-SE PARA A 2ª EDIÇÃO DA MARCHA MUNDIAL PELA CONSCIENTIZAÇÃO DA ENDOMETRIOSE - 2015!!

Logo oficial da Marcha Mundial pela Conscientização da Endometriose - Time Brasil


A 2ª edição da Marcha Mundial pela Conscientização da Endometriose (Milhões de Mulheres Marchando contra a Endometriose) será realizada no dia 28 de março de 2015, no último sábado do mês internacional de conscientização da doença. Em primeiro lugar agradeço muito a todos do Time Brasil que fizeram o show da 1 ª edição. O Time Brasil inovou ao ir às ruas com faixas-protestos e trio-elétrico (no caso de São Paulo e Brasília) e surpreendeu até os Estados Unidos, que ficaram surpresos e boquiabertos com o trabalho que fizemos, e eu, como capitã do Brasil, não posso deixar de falar que os 5 estados deram um show. Saibam que todos que participaram em 2014 fizeram parte do começo de uma história, já que a Marcha Mundial pela Conscientização da Endometriose é o primeiro movimento em massa e inédito idealizado em prol de uma doença no mundo. Clique aqui e faça seu cadastro para a  Marcha Mundial pela Conscientização da Endometriose - Time Brasil 2015Basta preencher uma única vez o cadastro!

A primeira edição da marcha, no dia 13 de março de 2014, já rendeu um grande fruto que vou contar muito em breve em outro post. Neste ano, a marcha foi realizada em cinco estados (São Paulo, Distrito federal, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Bahia) + o Brasil na Conscientização da Endometriose, realizado em Cascavel, no interior do Paraná. No mundo todo, a marcha teve adesão de 60 países (outra surpresa para os EUA). Como na de 2014 haverá prazo de adesão às interessadas que queiram coordenar seus estados. Não será possível fazer a marcha de última hora, como muitos quiseram neste ano, pois a marcha é um movimento pacífico e muito organizado. Quem tiver interesse em coordenar seu estado envie email para endomarch.brazil@gmail.com com o título Coordenação Marcha Mundial). Por enquanto, já estão inscritos os estados de São Paulo (capital), Espírito Santo (Vitória), Mato Grosso do Sul (Campo Grande) e Rio Grande do Sul (Porto Alegre).

Todos os voluntários que desejam participar da marcha precisam se inscrever nesta ficha abaixo, coloque seus dados completos, para que as delegadas estaduais entrem em contato com seus voluntários. E ser voluntário não é apenas comparecer no dia, é ajudar ao longo dos meses, dos dias, é fazer a marcha acontecer em seus estados. Os estados participantes da marcha 2015 poderão ser inscritos  até o dia 28 de janeiro. A união faz a força e juntas somos mais forte. Um beijo carinhoso!! Caroline Salazar

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

DAVID REDWINE: O SISTEMA IMUNOLÓGICO E A ENDOMETRIOSE!!

Eu e o doutor e cientista americano David Redwine, em sua passagem ao Brasil
No quarto texto da série desvendando a teoria de Sampson com o médico e cientista americano David Redwine, ele discorre sobre a endometriose e o sistema imunológico. Como a maioria das mulheres, cerca de 90%, tem a chamada menstruação retrógrada, porque apenas 10 a 15% delas têm endometriose? Bom, a "culpa" seria do sistema imunológico, mas será mesmo? Será certo colocar toda a culpa nele? É isso que o doutor Redwine vai falar hoje, Um texto, como sempre, imperdível para entender melhor a endometriose. Leia a entrevista completa e exclusiva em sua passagem ao Brasil e os primeiros textos da série "Quem foi Sampson e qual é a sua teoria para a endometriose?" "Os problemas com a teoria de Sampson - é uma teoria ou uma desculpa? e Se a teoria de Sampson não funciona, então, o que causa a endometriose? Abaixo, um vídeo educativo sobre nosso sistema imunológico. Assistam e conheçam mais sobre o nosso corpo! Beijo carinhoso!! Caroline Salazar

Por doutor David Redwine 
Tradução: Alexandre Vaz
Edição: Caroline Salazar

O sistema imunológico e a endometriose: 

Você provavelmente já leu bastante sobre o sistema imunológico e a endometriose. Se após ler qualquer dos artigos científicos sobre o assunto, você ficou confuso(a), seja bem vindo ao clube. A literatura sobre o sistema imunológico e a endometriose é esotérica, confusa e frequentemente contraditória. Para além disso, a literatura sobre esse assunto geralmente comete o pecado número 4 da literarura sobre endometriose: as conclusões são geralmente ajustadas para suportar a teoria de Sampson da menstruação retrógrada como origem da doença.

"Pecados da literatura sobre endometriose”, segundo o Dr. Redwine:

1.      Desconhecimento das múltiplas aparências visuais dos focos;

2.     Atenção dirigida à infertilidade ao invés da dor;
3.      Conclusões obtidas a partir da resposta dos sintomas ao invés da resposta da doença;
4.     Tentativa de suportar a teoria de menstruação retrógrada de Sampson por todos os meios, apesar das evidências sobre ligação inicial;
5.      Os resultados das terapias cirúrgicas são baseados na opinião do cirurgião, e não validados por biópsias ou estudos de acompanhamento pós-operatório.

Revisão ao sistema imunológico:

Vamos fazer uma pequena revisão sobre o sistema imunológico. Trata-se do sistema funcional dos nossos corpos que identifica o que é nosso e o que não é, recorrendo a certas características da superfície da célula. Ao “sentir” uma célula, o sistema imunológico determina se essa célula pertence a uma determinada área do corpo ou não. Se não pertence, ele entra em ação para eliminar a célula estranha. Essas ações são em grande parte controladas por glóbulos brancos, embora anticorpos que circulam no corpo também sejam importantes.

Alguns glóbulos brancos possuem a capacidade de matar as células estranhas de imediato, enquanto que outros glóbulos brancos precisam ser recrutados e treinados para matar esses intrusos. Esses glóbulos brancos recrutados são chamados ao local da “briga” por químicos libertados por um tecido machucado ou por outros glóbulos brancos.

Enquanto engajados na batalha local, o corpo também monta uma reação sistêmica com substâncias que surgem na corrente sanguínea como reação à inflamação e ferimentos. Assim, um cientista tem a possibilidade de medir muitas variantes principais da resposta normal à lesão: grupos de glóbulos brancos, bem como químicos sistêmicos inflamatórios e hormonais. Efeitos primários ou secundários?

O sistema imunológico é obviamente importante em tudo o que se passa no nosso corpo, e podemos esperar ver mudanças acontecendo com qualquer alteração do estado de saúde. O problema é determinar se as alterações do sistema imunológico que foram registradas em casos de endometriose são primárias (querendo dizer que a portadora nasceu com eles) ou secundárias (são o resultado de uma lesão devido a endometriose), ou talvez um pouco de ambos.

O meu palpite é que seja um pouco de ambos, com o dano real resultando do pecado número 4. Com a atividade celular reduzida na sua capacidade para eliminar intrusos (nota do tradutor: como se fosse um soldado sem arma), especialmente em estágios avançados da doença, parece ser um defeito primário, já que isso parece se manter após a endometriose ter sido tratada. A produção local e sistêmica de químicos reativos parece provável que seja secundária à inflamação e lesão, já que o sistema imunológico está fazendo o seu trabalho.

Porque seria surpreendente que mulheres com um processo tão irritativo como a endometriose na pelve tenham mais células inflamatórias, químicos e fluído nas suas cavidades pélvicas? No entanto, essas respostas normais do sistema imunológico foram destacadas como sendo importantes de alguma forma na origem imunológica da endometriose, em vez de serem consideradas como tendo origem em um sistema imunológico normal, saudável e fazendo o seu trabalho.

Substâncias que afetam o sistema imunológico adversamente, tais como, dioxinas ou radiação, foram associadas com um acréscimo da frequência e da gravidade da endometriose em experimentos com animais, embora um relatório recente tenha falhado na sua demanda de descobrir um efeito de Bifenilos Policlorados - conhecidos por PCB (nota da editora: são compostos organoclorados xenobióticos distribuídos como poluentes do solo, da água e do mar) em macacos.

Toxinas ambientais tais como esses são produtos principalmente do final do século 20, contudo a endometriose é conhecida muito do seu surgimento.


Como é suposto o sistema imunológico permitir a ocorrência da endometriose?

É desse jeito que as pessoas estão tentando fazer: passar o camelo pelo buraco da agulha  como se o sistema imunológico fosse a origem da endometriose. A teoria é que durante o fluxo menstrual, algumas células endometriais do revestimento do útero são levadas em sentido contrário junto com o fluxo menstrual para fora das trompas. O sangue e as células pingando na pelve, onde as células endometriais  se grudam na superfície peritoneal, ajudadas por um sistema imunológico deficiente.

Tem sido postulado que mulheres “normais” com sistemas imunológicos “normais” possuem um tipo de arsenal imunológico que permite que seus sistemas imunológicos eliminem essas células carregadas pelo refluxo. (A pergunta óbvia é: alguém já encontrou provas desse arsenal imunológico na pelve das ditas mulheres “normais”, tendo em vista que o alegado processo desempenha um papel tão importante na teoria do sistema imunológico e da endometriose? Não se afobe tentando responder a essa questão, jamais alguém buscou tão importante peça do puzzle).

Tendo em vista que as portadoras supostamente possuem um sistema imunológico tão decrépito (embora na verdade se tenha demonstrado que a resposta do sistema à endometriose é normal, vigorosa e apropriada) as células endometriais não são atacadas e são permitidas a permanecerem grudadas, para assim poderem se implantar, proliferar e evoluir para endometriose.

O salto de fé fatal dessa teoria continua sendo a aparente falta de provas contundentes de que a ligação inicial das células endometriais sequer ocorre. Afirma-se que as células endometriais estão se grudando aos bilhões e bilhões por todo o mundo a cada dia, contudo, prova da existência dessa ligação inicial das células endometriais continuam em falta.

Deveria ser imensamente fácil descobrir essas provas – seriam realizadas biópsias aleatórias do peritônio pélvico e se fossem recolhidas amostras suficientes, deveríamos encontrar essas células grudadas na superfície pélvica por toda a parte. Ainda assim, nenhum dos relatórios sobre endometriose "microscópica" durantes as décadas de 1980 e 1990 revelou provas da existência de uma única célula endometrial entre dezenas e dezenas de estudos realizados em portadoras.

Porque será algo que supostamente está ocorrendo todo o tempo, é tão difícil de encontrar? (Talvez porque nem chegue a ocorrer?) Ainda que o modelo facilitativo da imunodeficiência estivesse correto, ainda não existe nenhuma terapia imunológica baseada nesse modelo. Alguns pesquisadores  estão apontando para os efeitos imunológicos do danazol (nota da editora: esteroide sintético que impede a liberação das gonadotrofinas) como sendo parte importante da terapia imunológica da doença.

Contudo, o danazol está disponível faz quase um quarto de século. Se o danazol fosse a resposta, todos nós teríamos arrumado as chuteiras nos aposentado e ido para casa.

Para finalizar, se o sistema imunológico das portadoras estivesse decrépito, deveriam existir outros problemas visíveis. Mas câncer, infecções e doenças autoimunes não ocorrem mais frequentemente entre as portadoras, e raramente uma portadora chegou no meu consultório para ser operada com queixas de infecções de fungos crônicas.

Nota do Tradutor:

Quando eu era garoto, vivíamos um tempo de alegria e inocência, em que as coisas bonitas eram suficientes. Eu lembro que a gente corria pra televisão (na época ainda a preto e branco) e ficava esperando começar os desenhos animados, que eram a alegria da gurizada da época. Mas não tinha a violência que existe hoje, e em todos existia algo que a gente aprendia. Eram histórias que pretendiam passar valores morais que ajudassem na formação dos jovens. Não tinha nada desses DragonBall, cheios de destruição gratuita. E a gente aprendia até coisas que seriam úteis na escola, como é o exemplo desse vídeo onde de uma forma um pouco ingênua se mostram mecanismos e agentes do corpo humano como personagens humanizadas, mas que acaba sendo fascinante e uma grande introdução para quem não entende nada de biologia, e assim memoriza mais fácil. Saudade desse tempo. Aproveitem! Dá bem para puxar os filhos para assistir junto com você e inclusive ter um tempinho juntos. Para mim é bem melhor do que assistir as porcarias que passam na TV hoje em dia. Talvez um dia desses as pessoas voltem a olhar para a televisão como um serviço público ao invés de uma busca desenfreada de audiências onde vale tudo para ganhar dinheiro. E que voltem a passar seriados assim, com valores morais e educativos, sem necessidade do recurso à violência para serem interessantes. Hoje, pais que são da minha geração, passam na banca e compram esses seriados com quase 30 anos em DVD para mostrarem para seus filhos as coisas bacanas que tinha quando eram da idade que os guris têm agora. E olha que a gurizada gosta e até prefere.

Video educativo sobre o sistema imunológico dublado em português: