Bárbara Ribeiro no Parque de Ciutadella em Barcelona, na Espanha, em 2009 |
Após nossa mensagem de Natal e de Ano Novo, o A Endometriose e Eu encerra o ano contando mais uma história do exterior e com final feliz: a da portuguesa Bárbara Ribeiro, natural da cidade do Porto. Final feliz porque hoje Bárbara quase não tem dores e isso é uma grande vitória para quem conviveu com as terríveis crises de dores da endometriose. Ainda falta a relização de um sonho dela, mas com fé e perseverança, com certeza, Bárbara irá conquistá-lo. A intenção desta coluna é mostrar que a doença se manifesta de diversas formas, independente do grau, do local e da mulher. E com este artigo encerramos nossa postagem de 2013. Sai 2013 e entra 2014.
Aliás, 2014 será um no incrível! Será um ano de muito, muito trabalho! Como sempre! Um ano de mudanças e transformações! De acordo com a numerologia, o ano 7 representa a busca pela sabedoria e pelo autoconhecimento. O novo ano terá a vibração das pedras ametista, fluorita rosa e alexandrita. A primeira transmuta as energias, nos dando bem-estar. Já a segunda aumenta nossa concentração, nos acalma, nos fortalece e favorece o amor. Ah, o amor, o que tanto pregamos no blog! E a terceira nos ajuda a reestruturar nossa mente, nosso corpo e nosso espírito. E dá o equilíbrio emocional e o espiritual. E eu espero que muitas endo mulheres possam ter este equilíbrio da mente, já que a doença mexe muito com a nossa cabeça.
Segundo a astrologia, a partir de 20 de março, Júpiter, o maior planeta do sistema solar, vai reger o ano que está chegando. É o planeta da prosperidade e da fartura, será um ano mais alegre, sem deixar de lado os bons princípios morais e éticos. E olha, eu espero mesmo que os seres humanos se tornem cada vez mais éticos e honestos, principalmente, aqueles que se dizem lutar por alguma causa. Que essas pessoas não tenham egos gigantes, que elas lutam realmente pelos seus semelhantes e não para seus egos. E que a honestidade impera nessas pessoas, porque um dia Deus irá mostrar quem foi honesto nos atos e quem não foi. Pode demorar, mas as trapaceadas hoje ocultas, um dia se tornarão explícitas. Afinal, estamos juntas numa mesma causa, em prol de milhões de pessoas, mas o egocentrismo do ser humano faz com que alguns tentem lutar pelo seu próprio egoísmo e não pela causa, no mais real significado da palavra.
Já no horóscopo Chinês, que inicia em 1° de fevereiro, 2014 é o ano do Cavalo (aliás, meu regente Chinês!). O ano do Cavalo verde de madeira promete muito movimento, poder, energia e entusiasmo. Será um ano de progresso para quem luta e para quem não se intimida de suas dificuldades. Será importante entrar em contato com a natureza e cultive plantas dentro de casa. Porém, para que haja essas mudanças em nossas vidas, é preciso antes de tudo haver mudanças dentro de nós. Sim, se você quer mudar o planeta, e para que esta mudança realmente aconteça, é preciso mudar seu interior primeiro. Senão, isso não vai acontecer. Já faz um tempinho que estou adotando esta segunda opção, e você?
Quem quiser ter sua história publicada no blog é só escrever para carolinesalazar7@gmail.com e coloque o título "História das leitoras". É o blog mais completo do mundo e o único que retrata histórias de suas leitoras mundo afora. Leia também os testemunhos das portuguesas Carla Cerqueira e Sara Ferreira e o da americana Candice, que teve endometriose no pulmão, além da pelve, claro. Leia todas as histórias já publicadas na seção "História das Leitoras". Você quer que a endometriose seja reconhecida como uma doença social e de saúde pública? Continue votando no A Endometriose e Eu no prêmio TopBlog Brasil 2013. (clique aqui e dê seu voto) e compartilhe a votação entre seus amigos. O primeiro turno vai até 25 de janeiro. Conto com o voto de todos e a gentileza em compartilhar a votação entre seus amigos. E nisso, a Marcha Mundial contra a Endometriose, será muito importante. Inscreva-se e venha marchar conosco. Beijo carinhoso!! Caroline Salazar
"Meu
nome é Bárbara Ribeiro, sou portuguesa, sou natural da cidade do Porto, mas moro
em Marco de Canavezes, tenho 30 anos e sou tradutora de língua Gestual
Portuguesa. A minha história não tem nada de espantoso, mas mesmo assim é a
minha história com a endometriose. Menstruei pela primeira vez aos 14 anos,
nessa altura não tive dor, andei uns dois anos mais ou menos sem dor. Mas por
volta dos 16 anos começaram as dores, a cada mês e cada ano ia tomando remédio
mais forte e nada aliviava as dores na altura da menstruação. Os médicos diziam
que era normal e que quando tivesse filhos que ia passar. E de fato eu via
algumas colegas com dores na altura da menstruação também, daí que na minha
cabeça era normal às mulheres sofrerem com a menstruação.
No dia que
fiz 20 anos fui pela primeira vez ao ginecologista, que me receitou Diane 35 e
as dores melhoraram muito. Tinha meses que nem sentia dor. Com mais ou menos
aos 24 anos as dores voltaram, e meu ginecologista dizia ser normal. Já com 26 anos, uma bela tarde de março de 2010, estava a ver um
programa de tevê e a história de uma mulher que contava que sofreu desde nova
com dores terríveis no período da menstruação ao ponto de ficar internada. Ela
falou também que não conseguiu engravidar, até que descobriu que afinal tinha endometriose.
Essa história me chamou atenção. Foi aí que ouvi pela primeira vez a palavra
Endometriose.
E foi a
primeira vez que percebi que a minha dor tinha um nome, e afinal, que essa
minha dor não era um exagero meu. Nesse mesmo dia liguei a marcar com meu
Ginecologista, cheguei ao consultório e falei : "Eu acho que tenho endometriose".
O médico examinou-me, disse que era possível, mas que não conseguia ver nada.
Então escreveu uma carta para eu entregar ao Centro de Saúde para me
encaminharem para o Centro Hospitalar da minha área. Claro que eu nunca
entreguei essa carta, pois nem tenho médico de família. Nem todo mundo tem esta
possibilidade. Estava com muito medo, mas mesmo assim fui para a internet pesquisar
sobre a endometriose. E foi assim que encontrei o nome do médico que era mais
conhecido na Zona Norte do País com experiência em endometriose. Marquei
consulta e no exame de toque foi detectado o meu nódulo no septo reto-vaginal.
A minha dor não era fingimento, havia ali um motivo...fiquei de rastos...
Seguiram-se
os exames, ressonância magnética, Uro-Tac, ecografia. Todos esses exames com médicos
treinados para conseguirem ver a endometriose. Tudo foi confirmado com exames.
Comecei a fazer tratamento com pílula continua, e falou-se em cirurgia. Um ano
depois fiz tratamento com Lucrin Depot (nota da editora: medicação que
induz a menopausa precoce com a finalidade de barrar o estrogênio do corpo da
mulher), mas não deu certo. Comigo surtiu o efeito contrário e o nódulo
aumentou. Em outubro de 2011 fiz a minha cirurgia, que foi muito bem sucedida,
não haviam outros órgãos comprometidos, o que me deixou muito feliz, acho que
no meio disto tudo sou uma sortuda, mas também fui parar nas melhores mãos, a
do doutor António Alves.
Hoje faço
consultas de 6 em 6 meses, faço uso de pílula continua, a Cerazette. Nestes três anos que estou neste tratamento menstruei quatro
vezes. Na primeira não tive dor, mas das outras vezes a dor voltou. Felizmente
para mim, a dor só vem junta com a menstruação e como quase nunca menstruo,
raramente tenho dor. Dois anos depois da cirurgia, sinto-me bem. O meu
grande sonho é e sempre foi ser MÃE, espero que Deus me permita realizar esse
grande sonho. Claro quando eu tiver todas as condições necessárias para isso
na minha vida. Dou graças para aquela mulher ter ido aquele programa de tevê
dar o seu testemunho, pois foi graças a ela que descobri a doença e que me pude
começar a tratar, hoje mantemos contato! É muito importante descobrirmos a
doença a tempo, para que nos possamos policiar, estar atentas a novos sinais e
sintomas da doença. Beijo
carinhoso, Bárbara"