Na segunda parte de “Com a Palavra, o Especialista”, o doutor Hélio Sato
esclarece dúvidas de duas leitoras que moram na Cidade Maravilhosa sobre
infertilidade. Hoje a coluna está carioquíssima! A Cristina que não obteve
sucesso nas duas fertilizações in vitro que fez, pergunta sobre a TEC
(transferência de embriões congelados). E a Rachel da Rosa, que também teve
insucesso em sua primeira FIV, quer saber sobre o exame que avalia a cavidade
interna do útero. Sabemos que a endometriose não é sinônimo de infertilidade,
mas sabemos que muitas endo mulheres são impedidas de ter seus filhos
naturalmente pela doença, pois infelizmente, no Brasil o diagnóstico da doença
é muito tardio. Uma mulher pode levar de 8 a 12 anos para descobrir que tem a
doença. E quando descobrem que tem endo, muitas já estão com suas trompas obstruídas e as perdem nas cirurgias. Com isso, não há a possibilidade de gravidez natural.
Aí além de descobrir que tem uma doença séria, a mulher começa a viver outro drama: a infertilidade. Com isso, vê distante
ou quase impossível a realização do sonho da maternidade, já que para a maioria
dos casais fazer uma FIV é algo irreal por conta do valor, incompatível com a
realidade dos salários da maioria dos trabalhadores brasileiros. Pensando
nisso, o A Endometriose e Eu firmou
parceria com o Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva, que oferece tratamento de infertilidade
de baixo-custo. O Grupo de Estudos é
formado por ginecologistas com pós-graduação (Mestres/Doutores/
Livre docente) na Faculdade de Medicina da USP ou
na Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP e
especialistas em ginecologia que avaliam cada casal individualmente. A
junta médica, assim composta voluntariamente, fornece o melhor tratamento para cada
a paciente com menor custo possível, demonstrando transparência nas condutas.
Os tratamentos podem ser simples ou utilizando-se da mais alta tecnologia em
reprodução assistida existente somente nos melhores centros de reprodução
humana do mundo. O instituto oferece ao casal palestras proferidas pelos
renomados especialistas da instituição e também por médicos convidados. Afinal,
a intenção do blog sempre é ajudar a minimizar o sofrimento de quem já vive a
angústia das incertezas que a endo pode causar.
Vamos lutar para um futuro melhor para as
futuras gerações de endo mulheres? Entre na campanha
"Seja do bem, vote pelo reconhecimento da endometriose como doença
social", vote no A Endometriose e Eu no prêmio TopBlog Brasil 2013! Ajude-nos a ter a
doença reconhecida como social pelos nossos governantes! Clique no link: http://bit.ly/18wANh9 dê o seu
voto por uma boa causa e compartilhe esta campanha entre seus amigos. Passo
a passo da votação aqui A união faz a
força e juntas somos mais fortes. Continue preenchendo a Ficha de
Inscrição para a Marcha
Mundial em prol das mulheres com endometriose,
a primeira manifestação em massa que vai reunir mulheres do mundo todo. Até o
momento, 23 países sairão às ruas no dia 13 de março de 1014 para mostrar que
somos muitas e que precisamos ser respeitadas. O prêmio mais a marcha com
certeza farão toda a diferença em nossas vidas. Dúvidas sobre endometriose e infertilidade? Deixe-as aqui com seu nome, sobrenome, a cidade e estado onde mora. Beijo carinhoso!! Caroline
Salazar
1 - Já fiz FIV e a TEC (transferência de embriões congelados).
Engravidei e perdi nas duas tentativas - tenho outros fatores - trombofilia, cross
match -, mas tudo tratável para uma próxima tentativa. A TEC foi muito mais
tranquila do que a FIV, pois não estava inchada e dolorida. Daí a dúvida: o
doutor acha uma boa opção a FIV seguida de congelamento de óvulos para uma
posterior transferência tipo um, dois meses depois para diminuir as dores? Cristina – Rio de Janeiro
Doutor Hélio Sato: O congelamento dos óvulos/embriões é
uma alternativa utilizada quando no final do tratamento da FIV houver mais
embriões que é desejado ou permitido transferir. Bem como, pode ser utilizado
em situações na qual contraindique a transferência a fresco como alterações
endometriais. Ou seja, o endométrio não cresceu adequadamente com o estímulo
hormonal, assim como, quando há risco de SHO (síndrome de hiperestimulo
ovariano) sugere-se congelar e depois fazer a transferência.
Quanto ao congelamento, no passado, as taxas de sucesso com embriões
frescos eram maiores do que com os congelados. Porém, atualmente, as taxas são
muito próximas e dependendo do caso a taxa até é maior com embriões congelados.
Quanto a opção de fazer o congelamento antes da transferência depende de
muitos fatores. Por isso, sugiro conversar com o médico que está acompanhando o
seu tratamento para esta decisão. Boa sorte!!!
2- Gostaria de saber qual é o exame que mostra se o útero está receptivo ao embrião? Como meu marido tem alteração no espermograma, talvez iremos precisar de outra FIV. Já fiz uma no ano passado e deu negativo e não sei se terei condições financeiras de fazer outra. Ouvi dizer que tem um exame que avalia os dois tipos de células do ambiente uterino. Gostaria de saber mais sobre isso. Rachel da Rosa, Rio de Janeiro – RJ
Doutor Hélio Sato: Diante do resultado negativo de uma FIV, muitas
possibilidades são consideradas, desde a má qualidade dos embriões até
alterações endometriais. De qualquer modo, na minha opinião sempre convém a
avaliação endometrial por meio da histeroscopia (exame que observa a cavidade
uterina) e permite o diagnóstico de pólipos, miomas e endometrite (infecção do
endométrio), que pode ser melhor avaliado por meio da biópsia de endométrio e
que também avalia a preparação do endométrio para a recepção embrionária.
Quanto ao espermograma, se de fato estiver muito
alterado é melhor partir para outra FIV, pois, não convém tentar naturalmente
com o espermograma alterado, dado que ao não ocorrer a gravidez a menstruação
poderá reativar a endometriose. Boa sorte!!
Sobre o doutor Hélio Sato:
Ginecologista e obstetra, Hélio Sato é especializado e
endometriose e em laparoscopia. Ele tem graduação em Medicina, Residência
Médica, Preceptoria, Mestrado e Doutorado em Ginecologia pela Universidade
Federal de São Paulo. É pesquisador principal de projeto regular da FAPESP.
Hélio Sato tem certificado em Laparoscopia
pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e de Obstetrícia. É
membro da AAGL “American Society of Gynecology Laparoscopy” e é membro
associado da clinica GERA de reprodução humana. (Acesse o currículo Lattes do doutor Hélio
Sato).