terça-feira, 1 de julho de 2014

TUDO QUE ROLOU NO LANÇAMENTO DO MOVIMENTO FERTILIDADE, DIREITO DE VIDA EM SÃO PAULO!

Patricia Gastaldi, Anne Bulcão, Priscila Torres, Adriana Heintz, e Eu

No último sábado, dia 28 de junho, a equipe do A Endometriose e Eu participou ativamente e apoiou o lançamento do “Movimento Fertilidade. Direito de Vida”, idealizado pela ONG Orienta Vida em parceria com o Blogueiros da Saúde, no restaurante Tavares Bar e Restaurante, em São Paulo. O doutor Newton Busso, presidente do Projeto Alfa e presidente da Comissão Nacional Especializada em Reprodução Humana da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), explicou tudo sobre a infertilidade feminina. Nosso endomarido e sociólogo, Paulo Soares, da coluna EndoSocial, ao lado de sua esposa, Anne, deu seu testemunho de sua luta para descobrir a endometriose de esposa, e também falou sobre a descoberta recente de sua infertilidade. Eu, como voz mais ativa hoje no Brasil, em prol dos direitos das portadoras de endometriose, falei sobre endometriose x infertilidade, num texto emocionante e muito elogiado por todos, inclusive, pela convidada de honra, a deputada federal Mara Gabrilli, que pediu para colocá-lo em seu site.  Vou disponibilizar o texto aqui, pois o site Tratamento de Infertilidade para Todos, também pediu para colocá-lo em suas redes sociais. Firmamos parceria com eles, e, em agosto, haverá mais um evento para discutir a fertilidade, a infertilidade e seus tratamentos, bem como a democratização dos tratamentos de reprodução assistida. Afinal, nenhum ser humano quer ou escolhe ser infértil!

Há um ano e meio, a coluna "Superando a Endo Infertilidade" aborda a infertilidade e seus tratamentos. Com essa coluna, aprendi dicas super valiosas com nossas queridas Juliana e Giulia. Com Juliana aprendi que quando estamos no processo de "tentar engravidar" até mesmo por vias naturais, precisamos manter o silêncio. Foi o que ela contou no texto "A dor do beta negativo". Já a Giulia, ao contar sua saga em busca do tão sonhado positivo no "Em Busca do Sonho de Giulia (parte 1, parte 2, parte 3 e parte 4), nos ensinou a controlar a ansiedade neste momento tão importante, e também, foi Giulia quem nos falou de um exame importante para que haja a implantação do embrião: a biópsia do endométrio. Ela foi diagnosticada com endometrite (inflamação no endométrio) antes de realizar sua fertilização (como ela relatou nos textos lincados). Segundo os relatos de Giulia, se essa endometrite não tivesse sido tratada, ela não teria conseguido seu tão sonhado positivo. Por isso, meninas pesquisem bastante, conversem com as pacientes, com quem fez tratamento na clínica que você optou para realizar o seu. O A Endometriose e Eu também conta com a coluna "A Vida de uma Endomamãe", onde a biomédicaTatiana Furiate conta de forma surpreendente como conseguiu engravidar três vezes de forma natural, mesmo tendo endometriose profunda grau IV, e seu marido  tendo baixo espermograma. Realmente somos filhas de um Deus do impossível, de um Deus que faz milagre.


As meninas do Endometriose
Brasil, Patrícia Figueiredo, doutor
Newton Busso, Eu, Anne, e Priscila,
com a deputada Mara Gabrilli

Eu e o doutor Newton Busso 














Agradecimentos especiais à Patrícia Figueiredo, pela oportunidade de ter participado tão ativamente deste primeiro de muitos outros encontros que virão, e à Priscila Torres, coordenadora do Blogueiros da Saúde, quem me apresentou à Patrícia por conta do trabalho desenvolvido há mais de 4 anos. Abaixo, o texto super elogiado que li no evento e que emocionou a todos. Um beijo carinhoso!!

Patrícia Figueiredo, com a camiseta
oficial do movimento, Patrícia
Gastaldi, Eu e Adriana Heintz 
 A deputada Mara Gabrilli e
nosso endomarido, Paulo Soares
           




A deputada Mara Gabrilli
atenta no meu discurso




















Por Caroline Salazar*
Jornalista, portadora de endometriose, autora do blog A Endometriose e Eu, e capitã da Marcha Mundial pela Conscientização da Endometriose

A fertilidade é a raiz de um povo, é a base da construção da família. Ela é conseguida por meio da conjugação de um homem e de uma mulher férteis. Então, ela não afeta apenas a mulher, apesar de que quando se fala de infertilidade, quase sempre o pensamento vai em direção da mulher como se ela fosse a única parte envolvida que pode ter o problema. Sabemos que a porcentagem da infertilidade entre homens e mulheres é igual: 40% para cada, e 20% do casal. Para enfrentar a questão da infertilidade temos que equacionar tudo, olhar de todos os ângulos, e incluir também o homem. A maioria dos casais sonha um dia em ter filho. E quando esse sonho é destruído por uma incapacidade do corpo em conceber, é um sofrimento muito grande, tanto para o homem como para a mulher. No casal sofrem os dois, não tem jeito. Avançar com a possibilidade de tratar por meio da saúde pública e de convênio, reconhecendo isso como aquilo que é de fato, um problema de saúde que tem solução na maioria dos casos por meio de reprodução assistida, é uma prova de maturidade social e de respeito pelo cidadão. Não apenas por aqueles que querem ser pais, mas também pelo cidadão que nascerá de uma união que recebendo o tratamento adequado, conseguirá gerar descendência.

Ninguém pode afirmar de onde virão os grandes homens do amanhã deste país. Alguns poderão surgir a partir de casais que inicialmente seriam inférteis. Quando ter filho é um desejo do casal, esse mesmo casal deverá encontrar da parte do Estado todo o apoio para ultrapassar as dificuldades na área da saúde, pois é um dever do país assegurar a sua própria continuidade. Está na Constituição Brasileira. Infertilidade não deve ser um tabú, precisamos ultrapassar essa questão cultural. Ninguém escolhe ser infértil, mesmo quem não quer ter filho, ou está fazendo um planejamento familiar. Hoje a pessoa pode não estar preparada para ter filho, mas um dia poderá estar e desejar muito.

E se não conseguir? A infertilidade ultrapassa a dor física, é uma dor sentida na alma e no coração. Uma dor que provoca depressão, suicídio, desfaz uniões e deixa cicatrizes profundas no ser humano. Para cuidar desse e de outros problemas da saúde de nós, cidadãos, o Estado tem o Serviço Único de Saúde. Existem convênios que as pessoas com condição podem subscrever. Tanto um como o outro precisam tratar esses pacientes. Por que a infertilidade é uma doença como qualquer outra e precisa ser tratada. Segundo a Organização Mundial da Saúde, só no Brasil são cerca de 80 milhões. Por isso, hoje, com o lançamento do “Movimento Fertilidade. Direito de Vida”, estamos construindo um grande marco na nossa sociedade que irá mudar a realidade de quem sonha em construir sua família. Chegou o momento de unirmos forças e lutarmos pelo direito à maternidade e à paternidade. Chegou o momento de lutarmos pelos nossos futuros cidadãos, por aqueles que podem transformar o Brasil num país mais justo e mais íntegro. A equipe do A Endometriose e Eu, juntamente com nosso grupo parceiro, Endometriose Brasil, apoiamos o Movimento de Direito à Vida!

*Proibida a cópia bem como a reprodução deste texto sem autorização prévia por escrito da autora

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