domingo, 14 de setembro de 2014

"A VIDA DE UM ENDOMARIDO": QUANDO SOMOS SURPREENDIDOS POR MÉDICO HUMANO NA URGÊNCIA (P.S.)!



imagem cedida por Free Digital Photos

No texto de hoje, nosso endomarido, Alexandre, retrata mais uma ida de sua esposa ao hospital. É muito comum uma portadora de endo ser maltratada quando procura ajuda médica para algum problema, seja ela por agressões verbais, psicológicas e até mesmo em atitudes. Em especial quando vamos à urgência médica, como no caso citado pelo Alexandre. Porém, podemos sim ser surpreendidos por médicos do bem, médicos educados, médicos do bem.  Ser médico é muito mais que cursar uma universidade, ser médico é um dom dado por Deus a algumas pessoas. Infelizmente, nem todos os médicos são agraciados com esse dom. Por isso, em qualquer lugar do mundo há médicos que nasceram com esse dom divino, bem como médicos que não o tem. O importante é não perdermos a esperança de que sempre poderá ter um anjo chamado de médico em nosso caminho. Beijo carinhoso!! Caroline Salazar


Quando somos surpreendidos por um médico humano na urgência!

Por Alexandre Vaz

Existem muitos dias, a maioria deles em que recorremos a um hospital, clínica ou posto de saúde, e antes de entrar no consultório, já receamos a reação do médico. É como se fôssemos um cachorro depois de tomar uma surra. Os apelidos que a portadora recebe dos próprios médicos ferem fundo e só alguém sem coração cutuca na ferida de quem sofre demais.

No dia 5 de setembro, uma sexta-feira, eu tive de sair mais cedo do trabalho. Minha esposa me pediu ajuda e eu vim, peguei ela em casa e levei-a ao Hospital dos Lusíadas, em Lisboa. É um hospital recente, com boas condições, mas até em locais desses tem quem xingue os pacientes, e, por isso, a gente entra sempre de pé atrás, meio na defensiva. Qualquer portadora sabe do que eu estou falando.

Hoje eu fui surpreendido. Nem sempre posso acompanhar minha esposa, mas sempre que dá vou com ela ao médico. Na urgência fomos recebidos por uma médica jovem. Moça bonita, bem cuidada, com muita coisa para se achar, mais do que muitas peruas por aí que não têm metade. Aproveito para referir que foi a primeira vez que nos viu na vida, e pelo trato inicial, eu até achei que já conhecia a minha esposa. Ela escutou com atenção, e quando abriu a boca para falar, a gentileza e o cuidado nas palavras que ela usou quase me emocionou. Deu para entender que ela sabia algo sobre endometriose e fibromialgia. Minha esposa tem as duas doenças. Uma consulta não é muito para avaliar a competência técnica de um médico, mas é mais que suficiente para avaliar a dimensão humana. Encontram-se poucos assim, sobretudo, entre as mulheres que tendem a ser cruéis com as pacientes. A doutora Ana foi o completo oposto. Nos recebeu de braços abertos sem nos conhecer de lugar algum, procurou animar a minha esposa, foi até meiga. Fez a parte dela sem precisar xingar, sem mostrar má vontade, quase uma amiga.

Deus a conserve nesta função por muitos anos. Talvez, o seu exemplo inspire outros médicos a serem mais humanos com seus pacientes. Ser médico é diferente de concluir o curso de medicina. Qualquer um que tenha grana para pagar e estude bastante pode fazer o curso. Ser médico é algo mais. Considero como sendo um chamamento, tal como o sacerdócio. Médico já nasce assim, tem o coração no lugar certo. Muitas vezes sacrifica o seu tempo pessoal, a família, os amigos para acudir a quem precisa. Um médico honra seu juramento hipocrático, cuja premissa mais importante é de não causar mal algum.

A violência psicológica sentida pelas portadoras quando estão perante muitos médicos é indescritível. Felizmente existem exemplos como o da doutora Ana Miranda, que hoje me deu um pouco de esperança no futuro da classe médica. Sendo conhecida a situação difícil que os médicos e enfermeiros atravessam em Portugal, de excesso de trabalho e cada vez piores condições para atenderem os pacientes, esta médica é uma lufada de ar fresco. Destaco também a simpatia dos restantes funcionários com quem contatei. Fica assim o meu agradecimento à doutora, os parabéns à administração do Hospital dos Lusíadas pela profissional que contrataram, e o desejo de que cada portadora tenha a sorte de descobrir um médico assim, pois infelizmente parece que a maioria se formou lidando com gado em vez de pessoas.

A conta no final não foi barata, mas senti que a minha esposa foi tratada com respeito e saí de lá com o bolso mais vazio, mas com um sorriso no rosto. Portadora de fibromialgia não pode ficar nervosa pois agrava desde logo a dor. Enquanto escrevo ela está já na cama, esgotada de não ter dormido nas últimas duas noites, mas serena e eu estou um pouco mais aliviado.

Bem haja doutora Ana Miranda, espero encontrá-la novamente caso precise dos seus serviços.

2 comentários:

  1. Que os anjos nos coloque nos caminhos desses bons médicos e nos afastem dos ruins!! Amém!!
    Eu passei por 1 bom anjo e 1 que eu nem quero lembrar, antes dessa minha ultima cirurgia de endo (na semana passada), se não fosse pelo anjo não teria feito essa cirurgia e descoberto que a minha endo não está tão agressiva; o mal já queria que eu tirasse meu utero para não sofrer mais desse problema (e sabe-se lá o que acarretaria tudo isso)!
    Enfim, vamos rezar para que sempre encontremos bons médicos!!

    Bj Bj
    Pri Aitelli
    www.mamyantenada.com

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  2. Tbm encontrei médicos humanos nessa caminhada. Isso é muito importante. Mas sempre ha os cavalos, sem educacao, como o médico perito aqui da minha cidade que sempre age com se eu estivesse mentindo quando falo das dores que sinto. Desumanidade total.

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