quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

EU E O BLOG NA MATÉRIA SOBRE ENDOMETRIOSE DA REVISTA WOMEN'S HEALTH BRASIL!!

É com muita emoção e muito feliz que escrevo este post. 2013 começou maravilhosamente bem!  Está nas bancas a matéria sobre endometriose da revista Women’s Health Brasil, uma revista americana sobre saúde da mulher, veiculada no país pela Editora Abril. Não é uma simples matéria sobre endo, mas “a matéria”. Pela primeira vez, uma jornalista teve a coragem de mencionar o real papel do A Endometriose e Eu: o reconhecimento da doença como social no país por parte da nossa presidente, Dilma Rouseff. A editora da revista, Marcella Centofanti, a responsável pela matéria, fez um box a parte falando sobre a falta de conhecimento da doença e do reconhecimento dela por parte da nossa presidente, Dilma Rousseff. Quando comecei a ler este quadro, meus olhos começaram a lagrimejar. A grande estrela de toda a matéria não é a citação do blog ou a minha “aspas”, pedindo uma audiência com a nossa presidente, mas sim a minha querida Gabriela Sevilla.

Inclusive, já falamos sobre ela e seu trabalho de mestrado sobre endometriose da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no blog. E, desde nosso primeiro encontro, em maio de 2011, eu falei a ela o quanto seu apoio, a escolha de seu tema de dissertação de mestrado, seria de extrema importância nesta nossa grande empreitada. Não tive duvida, no mesmo momento, telefonei a Gabi agradecendo-a por tudo e dizendo que sem ela a matéria não teria sido a mesma. E, que, em minha opinião, ela foi a personagem principal da matéria. Não dá para mensurar minha gratidão a ela, porque nós precisamos muito de pessoas sadias ao nosso lado. Como a doença é muito traiçoeira, não dá para saber até quando estarei boa para tocar os projetos que tenho em mente. Graças a Deus, Ele só coloca anjos do bem ao meu lado. E a Gabriella é um deles. Sei que nesta vida nada é por acaso. E Deus sempre se encarregou de enviar à minha, anjos poderosos. E agradeço a minha querida chefe e amiga Sonia Gonçalves e as meninas que trabalham na assessoria, em especial, a Cassia e a Uiara, que insistiram para eu enviar um email à Giuliana Cury, diretora de redação da revista, e amiga pessoal da Sonia, falando sobre o blog, meu projeto social em prol da saúde da mulher. 

No mesmo dia, Giuliana respondeu dizendo que a revista já iria fazer esta matéria (o que me surpreendeu!), mas com meu email o interesse aumentou e que a Marcella entraria em contato. Na semana seguinte, meados de outubro, marcamos de tomar um suco num restaurante em São Paulo. Foi neste encontro de cerca de duas horas, que discorri um pouco sobre a endo, o blog, a Unifesp (claro!), o mestrado da Gabriela, o fato de o doutor Hélio Sato ser um dos poucos e raros “excelente especialista” que atende a consultas e opera por convênios médicos (Obrigada, Senhor por esta benção enviada por vc!). Passei alguns contatos para entrevistas e continuamos nossa conversa por email. Porém, desta vez, eu não imaginara que seria citada na matéria, pois sei que não é todo veículo que coloca uma jornalista como personagem. Aliás, eu sempre tive isso em mente e, nunca foi minha intenção, aparecer em programas de TV, matérias de jornais e revistas, até porque meu papel sempre foi atrás das câmeras. Na primeira semana de dezembro, fui surpreendida com um email da Marcella dizendo que faria um quadro a parte citando o blog e falando sobre o reconhecimento da doença. É óbvio que topei na hora! Li o email em voz alta que foi triplamente comemorado (por mim, Cássia e Ui). Isso foi numa sexta-feira. No dia seguinte, acordei e ao lembrar-me deste email, confesso que deu um friozinho na barriga. Logo pensei: “Será que a Marcella mudaria a palavra ‘audiência’ por ‘encontro’”. 

Logo depois, pensei: “Frio na barriga por quê? Faz quase três anos que peço isso mesmo, que dou minha cara a tapa por isso. Por que ter medo agora? Vamos que vamos, nunca tive de medo de nada mesmo... só do escuro quando era pequena... rsrs E agora que o blog está forte, sei que poderei contar com todas minhas endoirmãs que fazem parte dele.” Aliás, o termo endoirmãs usado no blog e no mundo todo, também é citado. Uma pequena surpresa foi com a narrativa em primeira pessoa da jornalista! Sim, é isso mesmo que você está pensando: ela também é uma de nós! No nosso encontro, eu até mencionei o fato de que ela já sabia bastante sobre a doença, mas desconversou e disse que estava lendo o blog (ela não avisou que era portadora e havia feito uma cirurgia). Eu sabia que tinha alguma coisa, ah, essa minha intuição! Porque até então, os jornalistas eram mais superficiais em suas perguntas, não tinham aquele interesse todo, mas pensei: “Ela deve ser uma entrevistadora tão curiosa quanto eu. Porque eu sou assim, mergulho de cabeça independente do tema da pauta, dos personagens, como aconteceu no fim de novembro, quando fiz um especial sertanejo para a revista Quem, da Editora Globo.”A única coisa que frisei bastante, é o fato de os médicos usarem a quantidade de 6 milhões de portadoras no Brasil. Eu falei que esse número refere-se as mulheres em idade reprodutiva, e aquelas que tem endo desde a adolescência, como eu? Somos muito mais, somos cerca de 10 a 15 milhões de mulheres que sofrem com a doença no país.


Bom, mas isso não tem problema. Esta é uma matéria grande (oito páginas) e que dá a esperança de sermos escutadas pela Dilma Rousseff. Ah, e já estamos com 701 mulheres em nosso Cadastro Nacional das Portadoras deEndo. Quando Marcella questionou o papel dele, disse: “Preciso comprovar o que falo no blog, que somos muitas e que precisamos ser levadas a sério”. Aliás, chega de palhaçada... como diz meu famoso colega Zé Simão, que adoro ler suas crônicas, o Brasil é o país da “Piada Pronta!”, mas somos nós, os jovens, quem temos o dever e o direito de mudá-lo. O certo seria tirar todos os políticos do poder e começar tudo do zero! Vamos torcer para a revista liberar o PDF, para coloca-la integral no blog, mas, enquanto isso, escaneei somente o quadro onde fala do blog. Ah, e preparem-se, pois meu próximo objetivo é colocar o Brasil no calendário mundial de conscientização da doença, no mês de março. Se no mundo todo, o mês da endo é em março, por que aqui seria diferente? Eu não entendo certas coisas que acontece por aqui, apesar de ter nascido num país-colônia, eu não tenho esta mente de “colonizada” não. Nunca tive, desde criança, eu era "a" diferente! Penso sempre a frente, e já estou com um projeto de um grande evento “amarelo” para março e quero que aconteça no maior número de cidades possíveis. E preciso da ajuda de todas vocês! Ah, e aproveito para agradecer aos mais de 300 mil acessos do A Endometriose e Eu! Nos próximos posts, mais novidades! Beijos com carinho!!!



6 comentários:

  1. Caroline, parabéns pelo blog. É realmente uma luz para quem procura informação sobre o assunto na internet. Minha mulher sofre com essas dores e muitos médicos por vezes as subestimaram. Quem dirá das autoridades governamentais as reconhecerem. A luta é maravilhosa e estás no caminho certo. Ciência e consciência principalmente da comunidade médica e das pacientes..., e depois ir atrás dos políticos.

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    1. Oi Cristiano!
      Tudo bem? E sua esposa como está? Espero que bem.
      Alguns médicos não levam a sério o que sentimos, você diz o que sente e se o médico não sabe o que você tem, começa as gracinhas. O pior que isso leva muitas mulheres a depressão, a perder emprego, ao fim do casamento, a cortar relação de amizade com amigos, a não ter contato com familiares, enfim, se tendo diagnóstico de endometriose as pessoas já não entendem a situação, imagina quando os médicos subestimam, como foi o caso da sua mulher, muitas mulheres são tratadas como loucas... Na maioria dos casos o diagnóstico é tardio e o sofrimento prolongado por anos e anos. O tratamento pelo SUS é precário, por convênios são poucos os especialista em endometriose, e a consulta particular é cara para maioria das portadoras. E o
      governo não reconhece que precisa ajudar as portadoras de endometriose, mas a Caroline está lutando para mudar essa realidade no nosso país.
      Continue a apoiar sua esposa! Amor, carinho e compreensão, são fundamentais para quem tem endometriose.

      Qualquer dúvida que tenha ou se precisar de ajuda de indicação de médicos, nos escreva.

      Abraço.
      Hosana Santana

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  2. Olá Caroline,

    As coisas acontecem de uma forma incrível na vida da gente...
    Por mais de 12 anos, senti dores fortíssimas antes do período menstrual, que pioravam absurdamente durante a menstruação, que há pouco tempo tempo atrás, era de períodos longos com fluxo mega intenso. Em 2011, depois de 3 anos querendo engravidar, fui procurar um outro médico, (estava um tanto entediada com minha gineco, que "tratou" de mim por mais de 15 anos) para investigar esse problema específicamente, a dificuldade em engravidar. Durante os exames, descobrimos que apenas um ovário funciona..mas, nenhum outro problema foi identificado, então porque eu não engravidava??? Bom, o fato é que alguns meses depois desses exames fiquei grávida, e perdi com 8 semanas. Fiz curetagem, fiquei arrasada e tudo mais, e decidi adiar essa coisa toda da gravidez, dar um tempo mesmo, e o maridão super parceiro, entendeu tudinho. Sei lá por qual motivo, resolvi consultar com a médica de sempre, relatei as dores de sempre com um detalhe a mais: o sangue da menstruação estava escuro, coagulado e com um fluxo muito fraquinho. O que foi feito a respeito? nada! fiz o papanicolau, conversamos (ela é uma ótima "psicóloga, devia mudar de área) e voltei pra casa ainda sem entender o que estava acontecendo. As dores durante o sexo estavam terríveis, até o maridão parceiro começou a ficar injuriado com tanta reclamação..em resumo, a vida ficou complicada para o casal...

    Em setembro do ano passado, estivemos em SP por uns dias e reencontramos com a prima do meu marido, ela é uma médica especialista em endo, e numa conversa informal, relatei alguns sintomas, e ela me alertou para a endometriose. Tinhamos que voltar para Floripa naquele mesmo dia, então ficamos de falar melhor sobre isso em outro momento. Em meados de dezembro estava marcada a minha consulta anual ao gineco, e lá fui novamente na médica de sempre. Depois de falar o que eu havia conversado com a prima médica de SP, e só aí é que a bendita atinou para a endometriose!!! me explicou um milhão de coisas, puxou meu histórico e "conclui" que tudo indicava para a endo! e eu me pergunto: em que mundo essa criatura estava esses anos todos????
    Bom, agora tenho alguns exames para realizar e só assim ela poderá concluir se é mesmo endometriose ou não, que segundo ela, é tratável e não acarretará nenhum problema maior para a minha saúde, a não ser o fato de não poder engravidar...oi?
    sabe, mais de 15 anos indo lá, todo o ano, relatando os mesmos sintomas...foi triste ouvir isso, de verdade. e pensar que tudo isso só apareceu porque, justamente, eu estaava querendo engravidar.

    Ah, claro, ok, tem adoção, tem fertilização e tudo mais... mas, primeiro a gente tenta por vias normais, né? depois é que normalmente se pensa nas outras possibilidades. E nós pensamos muito.
    ...

    Bom, desculpa a "carta" aqui nos comentários, procurei outra forma de contato com vc e não encontrei.
    Enfim, a parte incrível que eu comecei a descrever no email, é que achar teu blog e ler tudo o que li, foi mágico, lindo mesmo! Obrigada, obrigada e obrigada. Outro dia volto para contar o resultado de tudo aqui...

    Beijão

    Gisele

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  3. Oi Gisele!
    Tudo bem?
    O que você relata é a realidade da maioria das mulheres, reclamam e reclamam com seus médicos e nada é feito, o tempo passa e um certo dia a mulher descobre que o que ela tem é mesmo uma doença que não tem cura e que mexe com sua fertilidade. Triste realidade da falta de atenção dos médicos com as queixas de suas pacientes. Eu passei por isso, mudei de médicas várias vezes e nada de descobrir o que eu tinha, na realidade foi meu gastro que resolveu investigar e me ajudar. Depois de muito procurar encontrei um excelente ginecologista, inclusive especialista em endometriose, hoje posso dizer que ele é meu anjo.
    Se eu fosse você trocaria de médica, porque se ela não foi capaz de tratar você por 15 anos, você acha que vai mudar alguma coisa agora? Acredito que não. O que você precisa é de um bom especialista em endometriose para tratar você e analisar as possibilidade de uma gestação natural. Digo isso, porque passei em um ginecologista e ele me disse que eu não ficaria grávida nunca, a não ser por FIV, me cobrou um valor super alto e nem se quer quis dá ouvido as minhas queixas de dores, ao meu desespero. Resolvi procurar uma segunda opinião em relação a gravidez e endometriose, e o Dr. Hélio Sato, meu atual ginecologista, me garantiu que eu tinha as mesmas chances de engravidar que outras mulheres que não tem endometriose. E não é que ele estava certo. Fiz uma cirurgia para tratar a endometriose e algum tempo depois mesmo com novos focos de endometriose fiquei grávida e sem tratamento. Então, o que você precisa é de um médico competente, ético e honesto. Não estou dizendo que sua médica não seja, até mesmo porque não a conheço, mas estranho ela não investigar e desconfiar da endo logo quando você citou o que estava sentindo. Foi preciso sua prima alerta você e você alertar ela. Bom, essa é apenas minha opinião. Faça o que achar melhor e mais seguro para você.
    Outro contato com a Caroline é através do e-mail carolinesalazar7@gmail.com

    Sempre que quiser pode nos escrever, será um prazer lê sua carta, como diz você.

    Fique bem. Boa sorte!

    Beijos, com carinho
    Hosana Santana

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  4. Oi Hosana,
    Obrigada por dar atenção ao meu relato!
    Então, mudar de médico eu tentei, mas acabei voltando pra ela, pois apesar disso, gosto dela, que me atende desde novinha, temos. Reclamei sobre essa falta de atenção, ela ficou péssima tb, mas é isso, agora preciso de um especialista para averiguar. Se vcs tiverem alguma indicação aqui em Florianópolis, será muito bom. A prima do meu marido, a médica que sugeriu q eu verificasse esse problema, morou muitos anos na Alemanha e retornou há pouco mais de um ano para o Brasil, ainda não se familiarizou com os médicos para poder me dar alguma indicação...
    Vamos ficar em contato, ok!
    beijo

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    1. Oi Gisele!
      Como você está?
      Eu e com certeza muitas mulheres já leram seu relato. Não precisa agradecer. Gosto de lê, gosto de ajudar, mesmo que seja com uma palavra. Sempre vou estar aqui se precisar e a Caroline também!
      Por favor, envie um e-mail para Caroline e pergunte a ela dos contatos em Florianópolis, pois eu não tenho a lista de contatos de médicos, sempre e ela que indica, pois ela checa as informações e só indica médicos de confiança. Se fosse aqui em SP, eu indicaria o meu ginecologista por conhecer seu trabalho, mas como não é, fico te devendo.

      carolinesalazar7@gmail.com

      Qualquer coisa estamos aqui.

      Beijos, com carinho
      Hosana Santana

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