imagem cedida por Free Digital Photos |
Hoje a coluna "A Vida de um EndoMarido" aborda uma
questão que assombra muitos casais, em especial, aos endocasais: a
infertilidade masculina e a feminina. Um em cada cinco casais tem algum problema
de infertilidade. Isso representa cerca de 20% da população mundial. No mundo
todo cerca de 50 a 80 milhões de pessoas afetadas pela infertilidade, no Brasil
cerca de 14 milhões. Neste texto emocionante, nosso endomarido, Paulo
Soares, conta quando e por que ele e a esposa, Ane, decidiram partir para a
adoção, e adiar a fertilização in vitro. Filhos são bênçãos de Deus, e não
importa se ele vem de forma natural, por meio de reprodução assistida ou por
adoção. Todos são enviados de Deus! A adoção é uma forma de amor
incondicional, que a meu ver, é a mais suprema de todas. Hoje vemos tantos pais
e mães maltratando seus filhos, que pais são aqueles que criam, independente do
DNA, ou do sangue. Pais são aqueles que geram seus filhos no coração, antes de
qualquer outro lugar. O desejo do seu coração tem de ser mais forte que E o que
mais me chama atenção na vontade de adoção de Paulo e Ane é o fato de eles
desejarem seu filho fora dos padrões que os adotantes desejam. Uma história
para ler e se inspirar. Beijo carinhoso!! Caroline Salazar
Por que eu e minha esposa resolvemos ter nosso filho de coração?
Por Paulo Soares
Neste artigo gostaria de falar sobre adoção de crianças pelos
endocasais, como um caminho para se ter um filho/filha. Quando eu e Ane ficamos
noivos, decidimos que iríamos adotar uma criança, sendo que ela seria fora do
perfil mais procurado. Queremos uma criança negra, masculino ou feminino e com
idade acima de 2 anos.
Hoje essa decisão está mais perto de se realizar. Há um mês dei
entrada no pedido de adoção no Fórum de São Miguel Paulista, na Vara da
Infância e da Juventude. Mas antes de chegar neste ponto da história, gostaria
de explicar por que temos esse desejo de adotar uma criança. Primeiro, a opção
pela adoção foi do casal, ou seja, dos dois, um não precisou convencer o outro
sobre adoção. E vemos nesta atitude, uma ação divina, pois Deus adota, cada um,
que crê nele. Por isso, meu coração batia forte quando assistia alguma
reportagem sobre adoção e/ou quando visitava abrigo de crianças para ajudar com
doações ou servindo de alguma forma no local.
Segundo, quando conheci Ane, ela me contara que seu pai foi
conselheiro tutelar da cidade, e como na cidade não havia abrigo, eventualmente
uma criança ficava abrigada na sua casa até a justiça resolver o que faria com
ela.
Mas, nosso plano era ter o primeiro filho/filha de forma natural.
No entanto, a situação mudou. Dois anos depois de casados, descobrimos que Ane
tem endometriose grau IV, ou seja, endometriose severa. Nós morávamos na Bahia,
mas como lá não havia tratamento para endometriose pelo SUS, resolvemos nos
mudar para São Paulo para ela se tratar no Hospital São Paulo – UNIFESP. E,
graças a Deus conseguimos, Ane fez cirurgia por vídeolaparoscopia para retirada
dos focos. Mas, infelizmente, nela descobrimos que suas duas trompas ficaram
obstruídas por conta da endometriose, e este problema diminuiu a chance de
termos filhos naturalmente.
A esperança estava em mim, se meus espermatozoides estivessem
normais. No entanto, após exames de espermograma, foi diagnosticado que meus
espermas tinham pouca quantidade, qualidade baixa e formas anormais. Isso se deu ao fato de eu ter feito tratamento de quimioterapia quando criança. Segundo os médicos, eu possuo apenas 5% de chances de gerar um filho naturalmente. Com o resultado meu chão abriu, eu não podia acreditar, como
assim? Eu não podia gerar um filho/filha? A gente com a cabeça de homem pensa
logo: que tipo de homem eu sou, que não consigo ter um filho/filha, dá aquela
sensação de inutilidade ou de inferioridade. Para esta situação eu busquei
força em Deus e na minha família, especialmente, na minha esposa, que sempre
ficou ao meu lado me apoiando.
Quando falamos com o médico sobre qual seria a possibilidade de
engravidar, ele respondeu que apenas por Fertilização in Vitro - FIV. No
primeiro momento aceitamos, mas quando ele falou o valor do tratamento, no qual
seria cobrado apenas os medicamentos, na quantia de mais ou menos R$ 10.000,00
pela UNIFESP, eu e minha esposa pensamos, não dá! Vai quebrar nossa vida
financeira, estamos recomeçando do “zero” nossa vida aqui em São Paulo.
Pesquisamos em outros hospitais ou clínicas, em vão, estavam cobrando quase o
mesmo valor ou mais. Outras clínicas davam a opção da doação de óvulos com
tratamento gratuito, mas recusamos. Fomos informados que no Hospital Pérola
Byington realizava a FIV gratuitamente pelo SUS, mas a fila de espera é imensa.
E teríamos de refazer todos os exames pelo SUS para comprovar a infertilidade
do casal. Não obstante, minha esposa já tem 34 anos, e, com a espera pelo
tratamento, provavelmente, chegaria aos 39 anos, ou seja, uma idade de risco
para realizar a FIV e o hospital não aceitaria mais fazer o tratamento por
causa da idade avançada dela.
Todos esses problemas nos fizeram refletir. Em vez de investirmos
numa FIV, que tinha muitas chances de dar errado, e ter que pagar para fazer de
novo, eu e Ane decidimos adiantar a adoção e gestar nosso filho/filha do
coração, pois a criança está lá em algum abrigo precisando de uma família,
precisando de um lar e de uma oportunidade melhor de vida. E eu penso que a
adoção é muito mais humano e divino.
Como disse no início do texto, nós já tínhamos o desejo de adotar,
não estamos adotando pelo fato de não ter outro jeito, nós estamos adiantando
um sonho. E a FIV, não perdemos a esperança. Descobrimos que na Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo, também existe o programa de tratamento para
infertilidade pelo SUS, e menos burocrático que pelo Hospital Pérola Byington,
mas por enquanto o sonho da FIV será adiado.
Bom, espero que este depoimento ajude muitos endocasais a refletir na decisão de ter um filho. Eu acredito que a adoção é um bom caminho para se ter filho/ filha. Deus sabe de todas as coisas, e precisamos confiar Nele e em suas decisões. Abraço grande a todos!
Bom, espero que este depoimento ajude muitos endocasais a refletir na decisão de ter um filho. Eu acredito que a adoção é um bom caminho para se ter filho/ filha. Deus sabe de todas as coisas, e precisamos confiar Nele e em suas decisões. Abraço grande a todos!
Boa Noite!! Passo exatamente o que vcs estão passando e acho lindo o q vcs decidiram, infelizmente ainda não tive uma palavra do Senhor para o mesmo, vou orar a respeito, Boa Sorte no processo. Ana Paula Goiânia
ResponderExcluirOlá Ana Paula, é maravilhoso compartilharmos com os pessoas um pouco da nossa vida e saber que existem outras que passam pela mesma luta. Como disse no texto, um dos objetivos é incentivar os casais em fazer adoção e creio que essa decisão é pessoal. Entretanto, a adoção é um ato divino, no Antigo Testamento, Deus escolhe ou "adota" Abraão para começar seu povo, Gn. 12,2. No Novo Testamento, José "adota" Jesus, pois o filho não era naturalmente dele, e sim, do Espírito Santo com Maria, Mt. 1,18-21. E no evangelho de João, Deus adota todos como filhos, àqueles que creem e receberem no nome de Jesus, serão feitos filhos de Deus. Jo. 1,12. E a verdadeira religião, conforme afirma Tiago 1,27 "(...) é visitar os órfãos e as viúvas em suas dificuldades (..)" Esses órfãos são as crianças que estão nos abrigos sendo cuidadas, mas o melhor cuidado seria estar numa família, num lar. Outra questão importante é o lado social da adoção, abrigo de crianças não é um lar, o lugar da criança é na família sendo esta consanguínea ou substituta.
ResponderExcluirBoa noite! Descobri que eu e meu esposo somos Endocasal há 9 anos. Adotamos nossa filha em 2010. Nossa história e longa, cheia de vales e montanhas mas temos vencido pela misericórdia de Deus. Hoje estou de novo de cama por causa da Endo e nossa princesa, doce, esperta e arteira, alegra e alimenta meus dias difíceis. Obrigada pelo depoimento, vocês são mais que vencedores!
ResponderExcluir