sexta-feira, 28 de junho de 2013

FIV REVOLUCIONÁRIA PERMITE MONITORAR OS EMBRIÕES!!

Junho é o mês de conscientização da infertilidade. Em homenagem às tentantes, o A Endometriose e Eu fala sobre uma técnica revolucionária de fertilização in vitro. Por enquanto, a Eeva – Early Viability Assessment (Avaliação Precoce de Viablidade) – nova técnica onde um computador, uma câmera de vídeo e um software trabalham juntos para prever a chance de um embrião vingar e se tornar em um bebê saudável. Por ora, essa revolução na medicina reprodutiva está disponível apenas no Reino Unido, ainda não chegou aos Estados Unidos, muito menos no Brasil. O preço também é salgado. No Reino Unido chega a 800 libras, porém, não dá para converter porque tudo aqui é mais caro. Mas o importante é ter fé. Já contamos histórias no blog a respeito de mulheres que não poderiam engravidar naturalmente ou onde a gravidez natural tinha mínimas chances de acontecer. Como a fé move montanhas, ela move sonhos e a nossa vida. A história contada no jornal inglês britânico Daily Mail é do casal Ruth Carter e John Traverse. Ruth é psicóloga e tem 42 anos e foi a primeira mulher a conceber um bebê por meio desta técnica que monitora o crescimento dos embriões. Sinto que é mais uma esperança para quem tem a idade mais avançada e quer ter filhos. Em breve mais informações sobre a marcha mundial idealizada por um médico americano, a Marcha para Um Milhão de Mulheres para EndometrioseBeijo carinhoso! Ah, e em breve, o A Endometriose e Eu estará com parceria com um instituto de fertilização de baixo-custo. Tudo para realizar o sonho das mulheres com endometriose. Beijo carinhoso!!! Caroline Salazar



Nasce no Reino Unido, o primeiro bebê do mundo após tratamento revolucionário utilizando a tecnologia fotográfica time-lapse, que permite escolher o melhor embrião na fertilização in vitro

Tradução por Jorge Francisco, especialmente para o blog
Edição: Caroline Salazar

A maioria das mães enxerga pela primeira vez o seu bebê, após algumas semanas da gestação, através de ecografia, ultrassons. Mas Ruth Carter teve o privilégio de ver enquanto não era mais do que uma pequena colução de células crescendo. A parturiente de 42 anos deu à luz um bebê “milagre” por cesariana no Hospital da Mulher de Liverpool, na Inglaterra, após ter se tornado a primeira mãe no mundo a conceber através dessa tecnologia pioneira.

Usando a Eerva (mais informações abaixo), os cientistas foram capazes de usar fotografia time-lapse (nota da editora: uma técnica fotográfica para vídeo onde várias fotos são capturadas isoladas com intervalos e tempo pré-determinados) para monitorizar o crescimento dos embriões para prever qual deles seria o mais provável de dar uma gravidez de sucesso.

Primeira mundial: Ruth Carter e John Traverse celebram o nascimento da sua bebê que foi concebida usando a tecnologia Eeva para FIV, acompanhados pela doutora Leane Bricker
Tecnologia: Cientistas usaram fotografia time-lapse para verem como os embriões estavam crescendo e prever quais teriam as melhores chances de conduzir a uma gravidez saudável.
Ao capturar imagens em intervalos de 1 minuto, os cientistas foram capazes de verificar pela primeira vez como os diferentes embriões estavam se desenvolvendo e escolher quais os melhores para a FIV (fertilização in vitro). A Eeva permite que os embriões sejam observados sem a sua remoção da incubadora, portanto, condições similares ao útero continuam sendo experimentadas pelo bebê, sem qualquer interrupção.


A senhora Carter, uma psicóloga clínica, e seu marido John Traverse (54 anos), estavam tentando formar sua família havia 8 anos, mas infelizmente tiveram vários abortos. Em 2008, foram na Hewitt Clinica de Fertilização, no Hospital da Mulher de Liverpool, e tiveram o seu primeiro filho Jamie, após um tratamento de fertilização in vitro. Mas não demorou muito até que o casal de Warrington sentisse a necessidade de procriar de novo, então eles procuraram a ajuda do especialista em fertilidade, professor Charles Kingsland e sua equipe de novo.

Menina saudável: Com 2,34 Kg a menina que ainda não tinha nome quando a foto foi tirada, foi descrita pelo seu pai como um “milagre”.
Família feliz: O casal que antes teve um filho através de FIV, mas tinha sofrido com vários abortos. A bebê saudável, que ainda não tinha nome, nasceu com 2,34Kg.
O pai, John Traverse, disse: “Estamos encantados por ser os pais orgulhosos dessa menina saudável. Gostaríamos de agradecer à equipe do Hospital da Mulher de Liverpool pela ajuda na concretização desse milagre.”

Professor Kingsland, diretor clínico do centro de fertilidade: “Enquanto unidade clínica, nunca estivemos mais orgulhosos por estar à frente de uma tecnologia tão pioneira. Ao investir em investigação e tecnologia, fomos capazes de estrear a técnica Eeva na Europa, e iniciar o processo da imagem time-lapse.

“Milagre”: Cientistas estudaram as imagens time-lapse dos embriões para prever qual seria o mais provável para se desenvolver em um bebê saudável. “Estamos conscientes de como a infertilidade pode ser devastadora para os casais, mas com as taxas de sucesso já em 44% para casais abaixo dos 35 anos, vamos aumentar ainda mais essa taxa.”

A doutora Bricker, consultora em Medicina Fetal e Maternal no Hospital de Liverpool disse: “Ver o nosso trabalho árduo na pesquisa e inovação resultar em uma bebê real e saudável é o principal motivo para fazermos o que fazemos.”

“É por isso que trabalhamos tanto, para tornar realidade os sonhos das famílias.”

A clinica de Liverpool foi a primeira na Europa a ser licenciada para usar a tecnologia Eeva. Na época em que esta matéria foi escrita (31 de Maio, 2013), ainda não tinha sido dada autorização para ser usada nos Estados Unidos.

O teste “revolucionário” para testar a chance de sobrevivência de um bebê


Célula a célula: os cientistas foram capazes de monitorizar o crescimento dos embriões usando a tecnologia Eeva. A Eeva consiste em um computador, uma câmera de vídeo e um software que trabalham juntos para prever a chance de um embrião se tornar em um bebê saudável. Após avaliação, estima-se que essa tecnologia tenha uma precisão de 85% sobre a viabilidade de um embrião conduzir a uma gravidez de sucesso, num prazo de 48 horas. Os especialistas afirmam que esta é a maior conquista na FIV nos últimos 10 anos.






Existe a esperança de que o sistema reduza os custos para casais fazendo tratamento para FIV, além de fazer a repetição de ciclos menos provável. Um teste de Eeva custa atualmente £800 libras, moeda inglesa. No passado, os médicos usavam microscópios para estudar embriões enquanto estes se desenvolviam. Quando foi introduzido o embrioscópio quatro anos atrás, batia fotos a cada 20 minutos para que os médicos pudessem estudar. A diferença da Eeva é que ela bate uma foto a cada 5 minutos e automaticamente indica qual é o embrião mais forte.

Esse sistema também significa que os médicos não necessitam de remover os embriões das incubadoras para estudá-los. O professor Charles Kingsland afirma: “Nunca é possível prever se alguém vai ter um bebê saudável. O que conseguimos fazer agora é prever com 85% de certeza qual embrião poderá resultar em uma gravidez sem tocar nele.”

A empresa que criou o sistema, Auxogyn, recebeu autorização para uso na União Europeia em Julho de 2012. Ainda não teve autorização para usar nos Estados Unidos.


segunda-feira, 24 de junho de 2013

"A VIDA DE UM ENDO MARIDO": QUANDO A FÉ FAZ A DIFERENÇA!!!

Uma das premissas da coluna "A Vida de um Endo Marido" é trazer acalento, é levar mais fé e firmeza no caminhar de quem sofre com a doença e de quem está ao lado de uma portadora de endometriose. Por isso, o texto de hoje é de extrema importância não só para nós, endomulheres, mas para todos os seres humanos do mundo.Sofrer? Em sã consciência, quem quer sofrer? Quantas de nós no auge da dor, não indagamos a Deus: “Por que comigo?” Por que eu mereço tanto sofrimento?” Uma vez escutei de um sábio que somente os corajosos desafiam Deus. Porque fazer esse tipo de pergunta é, sem dúvida, desafiar Deus. Eu vivia assim, vivi anos e anos aos prantos e implorando a Deus uma resposta às minhas dores. E isolada do mundo. Porque sabemos que quem sofre de dor forte acaba ficando sozinha. Nos meus piores momentos, eu tive apenas uma pessoa que acreditava em tudo que eu sentia, mesmo não tendo ainda o diagnóstico. E depois do diagnóstico, optar pelo tratamento e deixar temporariamente minha carreira me levou à depressão profunda. Eu passava dia e noite, noite e dia na cama chorando implorando para Deus me levar embora daqui e questionando: "Por que comigo?" "O que eu fiz para merecer isso?" É difícil aceitar tal sofrimento.

Daí um dia eu tive um sonho onde Deus dizia: “Em vez de se lamentar filha, por que não usa os dons que te dei para ajudar outras pessoas ou você acha que só você passa por isso?” Eu acordei e fiquei com aquilo na cabeça. Um tempo depois conversando com outro sábio veio a ideia do blog. É óbvio que eu nunca imaginei que alguém iria ler alguma linha desse blog. Eu pensara que somente eu era a louca que sentia tanta dor. Era assim que eu era chamada. Confesso que quando Alexandre me mostrou outro vídeo do Nick Vujicic eu fiquei muito emocionada com a história dele. Neste dia, ajoelhei e falei: “Obrigada meu Deus por tudo que me deste.” Aliás, desde quando soube que o blog estava salvando vidas femininas no mundo todo, eu comecei a ter isso como um ritual diário. Desde 2010, quando estava no auge da minha depressão, ao questionar com um amigo (o sábio) sobre minha solidão e a dificuldade em ser ouvida por alguém, ele me disse: “Por que você não conversa com quem nunca nos abandona e sempre nos escuta?” Foi a partir deste dia, que comecei a conversar com Deus durante o banho. E saio de lá, literalmente, de alma lavada. Porque eu falo tudo. No começo era muito chororô, lamentações,  indagações, questionamentos. Hoje, eu apenas agradeço por todo sofrimento que Ele me deu e que ainda me dá. Porque eu estou sem dores fortes, mas eu ainda passo por algumas provações. Quem de nós não passamos?

Afinal, se estamos aqui na Terra é porque somos pecadores. E quando você vê alguém que sofre mais que você, aí você agradece mesmo. Mas hoje estou forte, de cabeça erguida e com a fé que fui criada para ter. Porém, o mais importante é você aceitar o que se passa conosco de coração. As coisas começaram a mudar na minha vida quando um belo dia virei para o espelho e disse: “Ok, Deus se estou passando por tudo isso é porque você sabe o motivo. Eu aceito este sofrimento de coração aberto, desde que Tu me mostre o caminho a seguir.” Se somente Deus sabe porque sofremos tanto, então, será Ele que terá de mostrar a direção. E nada é por acaso, mas tudo vem de acordo com o merecimento de cada um. E tenho certeza que este vídeo do Nick vai ajudar a levantar muitas endomulheres, muitos endo maridos, endonamorados e a todos que assistirem. Porque Deus está dentro de nós, independente, da dor, da provação que passamos. Deus é Deus, é nosso Pai, independente da crença de cada um. E quando você é um ser humano do bem, honesto, verdadeiro e de fé, a vitória é certa. Quem tem fé, não desiste. Eu não desisto e você? Não desista de Deus, porque Deus não desistirá de você. Ah, e sorria sempre, mesmo na dor tente colocar um sorriso nos lábios, com certeza Deus estará sorrindo ao seu lado. Só o nosso endo marido para nos trazer essa benção! E hoje eu agradeço também pelas bênçãos que estão chegando! E eu quero todos (as) conosco na Marcha Mundial em março de 2014. Beijo carinhoso!! Caroline Salazar

Um gigante entre nós

Todos nós passamos por períodos dificeis em nossas vidas. Cada um sabe de sua casa, das dificuldades que sofre, da dor em seu coração. Nenhum sofrimento é comparável a outro. Mas sofrer não sendo bom, não é motivo para desistir. Nada é. Alguns de vós já terão ouvido falar de Nick Vujicic, um jovem australiano que corre o mundo dando esperança para muita gente. Eu navego na internet bastantes horas, pra falar a verdade nem assisto mais televisão. Cansei de violência gratuita, reportagem chocante, notícia negativa. Na internet, onde tem de tudo, eu escolho o que eu assisto. E em uma dessas vezes, eu descobri esse cara.

O sofrimento que ele passou é por demais evidente, mas não maior ou menor do que o de outros. É apenas o seu, eu tenho o meu, e você que está lendo isso também sabe o que dói em seu coração. Mas ele me fez pensar muito. Desde então, eu não tive mais tanta dificuldade em subir no cavalo depois de cair. Eu não me importo como ele é, a cor que ele tem, a religião dele. Importa que ele dá conforto para muita gente, ajuda imensa gente a subir no cavalo de novo e a continuar seu caminho.

A sua história é comovente, eu confesso que muitas vezes chorei lendo seu livro, assistindo o DVD dele e pensando que se esse cara consegue, eu conseguirei também. Ele não desistiu, e eu não vou desistir. Ele ajuda pessoas, eu também posso ajudar. Em toda a volta existem pessoas sofrendo de um jeito ou de outro. Talvez, eu possa chegar em algumas delas. Talvez, eu possa dispensar uma hora para sentar com alguém, talvez, tomando uma cervejinha, e perguntar olho no olho se essa pessoa está bem; insistir para que fale, mostrando que pode confiar e dar a mão. Um abraço é uma coisa tão poderosa para quem está precisado... por vezes pode ser o que impede alguém de pular do precipício.

Perto do Nick eu sou bem pequeno, pois ele é um gigante. Fiquei um grande fã desse cara. Se eu pudesse estar na sua presença eu abraçaria ele na hora. Muito respeito pela sua luta pessoal e pelo que ele faz. Sinto muito respeito pela sua luta também, você que está lendo. Não estou falando que sairia de casa correndo, procurando a primeira pessoa que encontrar pelo caminho e tentar ajudar na marra. Desse jeito vão acabar pensando que você ficou abilolado. Se tiver algum tempo, apenas fique atento. Você vai acabar vendo alguém com quem vai falar de forma bem natural. Escute essa pessoa, lhe ofereça a sua solidariedade. Seja generoso com seu sorriso, não custa dinheiro para oferecer. Se sentir que consegue fazer isso, faça. Um dia você já encontrou um estranho que sem qualquer motivo, com um pequeno gesto deu uma melhorada no seu dia? Experimente ser esse estranho para outro alguém. Dê sem esperar em troca, apenas porque quer dar.

Senhoras e senhores, com vocês Nick Vujicic.

"COM A PALAVRA, O ESPECIALISTA", O DOUTOR HÉLIO SATO!!!

A segunda parte da coluna “Com a Palavra, o Especialista” deste mês serve de alerta para quem está em tratamento à base de anticoncepcionais hormonais como as pílulas, injeções, adesivos e anel vaginal e que tomam outros remédios, como por exemplo, os antidepressivos, calmante, antibióticos, dentre outros. Você sabia que dependendo do remédio que você toma pode inibir o efeito anticoncepcional desses tratamentos? Eu achei muito interessante e de extrema importância essa dúvida da Jaqueline Borges, de São Paulo. E gosto muito quando a pergunta vai alertar tantas outras mulheres. Essa em especial, serve até mesmo para quem não tem endometriose, mas que simplesmente usa qualquer um dos métodos acima como contraceptivo. Como sei que muitas endomulheres têm depressão, não sei se o psiquiatra e ou psicólogos se atentam a esse detalhe: de perguntar se suas pacientes usam algum dos tratamentos acima. Bom, mas de qualquer forma, muitas mulheres que também não tem endo podem usar os anticoncepcionais listados acima, como também outros medicamentos explicitados pelo doutor Hélio Sato abaixo, e não ter ideia de que correm risco de engravidar a qualquer momento. 

A outra pergunta vem da Juliana Campos, de Campinas, interior paulista. Ela tem endometriose profunda com nódulos no intestino e na bexiga e optou pela FIV ao invés da laparoscopia, mas está com medo de não vingar o tratamento. Essa é uma dúvida recorrente no blog e já falamos muito sobre isso aqui, em especial, nesta seção (denre eles, artigo 1, artigo 2). Muitas mulheres têm essa dúvida, vejo tantos comentários no blog sobre esse dilema. Por isso, eu sempre bato na tecla de que é preciso ter uma relação de muita confiança com seu médico-especialista, para que o tratamento seja o mais adequado às nossas necessidades e também a aquilo que realmente queremos da forma mais honesta possível, sem rodeios. Lembro sempre que as respostas não substituem as consultas médicas de cada uma. Ah, já começou o inverno e com ele aumenta as dores. Não se esqueçam de andar bem agasalhadas. Quer participar da coluna? Deixe sua pergunta no comentário, mas ela não pode interfirir em nenhum tratamento, com nome, sobrenome com sua cidade e estado. Caso não queira identificação, deixe as iniciais com a cidade e o estado onde mora. Beijo carinhoso!! Caroline Salazar

O uso de outros medicamentos, como antivirais, antibióticos, interferem no efeito do anticoncepcional. Porque estou tomando um antiviral e, desde então, estou sentindo cólicas. E terei de tomá-lo por 45 dias. Jaqueline Borges - São Paulo

Doutor Hélio Sato: Sim! Algumas medicações tem interação medicamentosa com os anticoncepcionais hormonais como as pílulas, injeções, adesivos e anéis vaginais. Dentre estas medicações incluem alguns calmantes (derivados benzodiazepínicos), antidepressivos (como a amitriptilina), anticonvulsivantes, antibióticos (como a Rifampicina), inibidores de apetite (como a anfetaminas) e antirretrovirais (como o efavirenz). Assim, sugiro o uso de preservativos para a anticoncepção nesta situação ou escolha de outra medicação para o tratamento da endometriose quando em uso de algumas destas medicações.

- Tenho 28 anos e estou com endometriose profunda com nódulos no intestino e na bexiga. Já me submeti à cirurgia quando tinha 20 anos e retirei um ovário e uma trompa por causa de um cisto hemorrágico. Aos 24 fiz uma videolaparoscopia com diagnóstico de endometriose peritoneal leve e fiz tratamento com Zoladex e segui com Gestinol por um período de 3 anos. Decidi tentar engravidar durante o período de um ano e me surpreendi, pois não consegui e meus exames apontaram algo mais grave. Meu grande sonho é ter filhos e me deram duas opções: cirurgia ou FIV. Optei pela FIV, pois tenho medo da cirurgia (retossigmóidectomia), mas ainda não comecei o processo estou com muita duvida. Fiz a escolha certa? Qual a melhor solução: cirurgia ou FIV? Estou com medo da minha FIV não vingar. Juliana Matos, Campinas, interior de São Paulo.

Doutor Hélio Sato: De fato, é uma situação de difícil decisão, pois, nenhuma das opções tem como garantir o resultado. Porém, se há muitos sintomas da endometriose, ou seja, dor menstrual, dor na relação, etc... a cirurgia auxiliaria na melhora da dor. Deste modo, genericamente, opta-se pela cirurgia nesta situação e posteriormente na FIV e TE (nota da editora: transferência de embrião). No entanto, muitas outras informações como acometimento severo do ovário único, baixa reserva ovariana, preferência pessoal podem levar primeiramente a FIV e TE. Portanto, ambas as condutas são válidas, porém, incertas quanto à gravidez. (nota a editora: O importante é conversa abertamente com seu médico, a sinceridade de ambas as partes aliada ao conhecimento do especialista fazem a diferença e diminuí o sofrimento da paciente). 


Sobre o doutor Hélio Sato:


Ginecologista e obstetra, Hélio Sato é especializado e endometriose e em laparoscopia. Ele tem graduação em Medicina, Residência Médica, Preceptoria, Mestrado e Doutorado em Ginecologia pela Universidade Federal de São Paulo. É pesquisador principal de projeto regular da FAPESP.

Hélio Sato tem certificado em Laparoscopia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e de Obstetrícia. É membro da AAGL “American Society of Gynecology Laparoscopy” e é membro associado da clinica GERA de reprodução humana. (Acesse o currículo Lattes do doutor Hélio Sato).

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A ENDOMETRIOSE É UMA DAS 10 DOENÇAS MAIS DOLOROSAS!!!



Para muitas pessoas ter endometriose é a mesma coisa que ter gripe. Quando estamos em crise, é comum escutarmos: "Você não tomou remédio há pouco?" "Mas se você já tomou remédio, como pode estar com dor ainda." Eu chamo essas pessoas de seres ignorantes, porque na boa, eu tenho é muito dó de um ser desse. É claro que é péssimo ouvir isso, que nos deixa com mais dor ainda, porque essas frases ridículas e sem nexo abala ainda mais nosso psicológico. Mas, enfim, aos poucos vamos provando que nós, endomulheres, somos as mulheres mais guerreiras do mundo, as mulheres mais fortes e as mais incríveis para suportar tudo que passamos. Eu já passei por muitas adversidades, já escutei várias frases ridículas, mas eu nunca perdi a fé, sempre acreditei em tudo que eu sentia e isso foi essencial para descobrir que eu era portadora de endometriose. Porque chega num momento, no meu caso, que doía para andar e até para respirar. Eu falava: "Ai, eu preciso deitar, colocar as pernas pra cima, não estou aguentando ficar em pé." Aí me perguntavam: "Onde doí?" E eu falava: "Doí tudo, não sei bem onde, mas é muita dor." Meu grande problema era na verdade as aderências. Então, se a endometriose já é bem dolorosa, para quem tem as malditas aderências então, essa dor é muuiiiiiiiiiito maior. Fora que as cirurgias repetitivas e as que não são bem feitas causam ainda mais aderências.

Além da cólica incapacitante, muitas mulheres apresentam outros sintomas dolorosos. Algumas podem até não ter a cólica menstrual incapacitante, mas podem apresentar dores (e muitas!) para evacuar e outras ao urinar. Olha, ôôôôô doencinha que judia viu. Maltrata mesmo. Prova disso e para confirmar que falamos a verdade é o ranking abaixo, onde a endometriose está entre as 10 doenças mais dolorosas do mundo. Por ora ocupa a décima posição, mas tendo a informação comprovada por pesquisas que a endo pode acarretar outras doenças muito doloridas, como a fibromialgia. Senti falta dela no ranking, porque ôôôô doença dolorosa também. Quando um ortopedista (péssimo por sinal) supôs que eu estava com fibro, nossa desandei a chorar no consultório. Meio ignorante, ele perguntou por que daquilo, e eu falei: "Porque eu já tenho endometriose e tenho muitas dores e agora mais uma doença crônica que causa mais dores." Claro que esse ser não sabia o que é endometriose. Mas, graças a Deus, a suspeita no meu caso não se confirmou. Enquanto fazia minha fisio na Unifesp, as meninas fizeram alguns testes em mim e os pontos mínimos de dor não se confirmaram. Ufa!! Mas sei que muitas endoirmãs têm endometriose e fibromialgia. Sei que é difícil, mas é preciso seguir em frente com muita fé, força e coragem e muita, muita perseverança. Lembre-se que você não está sozinha. Estamos unidas para uma mesma missão e saiba que podem contar comigo. E é importante lembrar que cada pessoa tem uma tolerância à dor. E a dor da endometriose independe do grau da doença e da profundidade dela. Espero que o ranking abaixo sirva de alerta aos ignorantes. Aos poucos vamos mostrando que não somos mentiras, preguiçosas e muito menos frescas! Eu acredito em todas as dores!! Beijo carinhoso!!

Ranking:

10° Endometriose
9° Gastroenterite
8° Abcesso Dentário
7° Otite
6° Peritonite
5° Torção no ovário e no testículo
4° Herpes-zóster
3° Pedra na vesícula
2° Cefaleia em salvas
1° Pedra nos rins

Fonte: http://listverse.com/2012/10/27/top-10-painful-illnesses/

segunda-feira, 17 de junho de 2013

"SUPERANDO A ENDO INFERTILIDADE": A DOR EMOCIONAL DE UMA ENDO MULHER!!



No segundo artigo da coluna “Superando a Endo Infertilidade”, a colunista Juliana Sinelli vai abordar um ponto crucial para todas nós endomulheres: a dor emocional. Isso é algo corriqueiro para todas nós, mas como a coluna aborda o tema “Infertilidade”, a dor emocional que aflige esta parcela de endomulheres pode ser ainda maior e mais forte. Com certeza Deus escolheu bem as mulheres que teriam essa tal endometriose, viu. Falo isso porque já nascer mulher é ser forte, é, por exemplo, aguentar dores que muitos homens não aguentariam. Uma vez meu tatuador me disse: “Eu prefiro tatuar mulheres, porque elas são mais corajosas e aguentam do começo ao fim.” Agora ter endometriose é passar por provações diárias que muitas vezes pensamos: “Não vou aguentar, porque isso?” Vai sim e tudo tem um por que. As mulheres com endo, principalmente, aquelas que sentem dores, sejam físicas e ou emocionais, são as mulheres mais guerreiras do mundo. Somos Endo Guerreiras! As duas dores são cruéis, mas é preciso sempre manter a fé e saber que os desígnios de Deus têm sempre um porque, senão muitos! Estou adorando os textos da Juliana, porque nós temos o mesmo espírito de alegria, fé e força. Aliás, nosso endo marido também entra nessa lista. É por isso que eles estão aqui. Porque de tristeza já basta o que passamos não! Eu falo por mim... foi muito sofrido chegar até aqui e ainda muitas vezes o é. Cada um tem seus problemas, eu estou livre das dores, até parece mágica, depois de tanto sofrimento, mas eu tenho outros problemas, cada vez mais amenos (graças a Deus, obrigada Pai!).

Na verdade, eu agradeço todos os dias por todo sofrimento que passei, todas as lágrimas que chorei e tudo que passei até chegar aqui. Eu fiquei mais forte com tudo isso. Forte em todos os sentidos. Forte como pessoa, minha alma ficou mais forte, mais densa. Hoje é como se eu tivesse 10 metros de altura e como se eu fosse tão forte como um rojão.  E sabe qual o responsável por isso? Minha fé. Aquela que nem eu mesma acreditava que tinha. A minha fé, uma voz interior que só eu escutava e que dizia: “levanta e siga em frente”, “levanta de novo e vai que eu tou mandando”, “tropeço mais uma vez? Vambora, levanta, quem tem fé segue” . Todos nós temos essa “voz interior”. Outra coisa que eu superconcordo com a Juliana: manter segredo ou falar para o mínimo de pessoas possíveis sobre o que está fazendo. Olha isso é um dos meus grandes aprendizados. Eu também ando melhorando, mas eu era bem bocuda e eu pensava que todos os seres humanos eram do bem. Mas aprendi que não são, mesmo aqueles que podem estar ao seu lado hoje, eles podem estar te usando. Um dos grandes males do ser humano. De tanto levar cascudo da vida, decepções com pessoas até então queridas, hoje quem sabe tudo da minha vida é Deus. É pra ele que eu boto a boca no trombone. Eu estou aprendendo, está funcionando.  E também porque eu acredito que tudo é energia, tudo acontece mediante alguma energia, independente de ser boa ou ruim. E uma energia errada (isso não significa só a negativa, mas diferente) pode botar qualquer plano, ideia por água abaixo. Mais uma dica! Vocês vão amar o texto. Beijo carinhoso!!!! Caroline Salazar

“O artigo deste mês é de muita importância para nós, portadoras de endometriose. Principalmente, para quem tem o sonho de ter filhos e se encontra infértil. Hoje abordo nossa dor emocional.  Esse é um assunto muito comum para todas nós, portadoras de endo. Quando recebemos o diagnostico de endometriose, graças a nossa tecnologia, vamos nós pesquisar sobre o assunto, já que é uma doença pouco divulgada, e a primeira coisa que associa - se a ela é a temida INFERTILIDADE! Mesmo que a mulher ainda não tenha planos de engravidar ou se a mulher descobriu que tem a doença exatamente porque não estava conseguindo engravidar, a palavra infertilidade pode e muito assombrara qualquer mulher que tenha endometriose, mesmo aquelas que não são inférteis hoje.  Vou contar um pouco do que vivi e do que convivo, já que muitas amigas próximas enfrentam esta dificuldade. A infertilidade existe sim e pode assombrar muitas de nós, mas não é toda portadora que terá problemas para ter filhos, ou que terá de fazer tratamento para tê-los. Um dos fatores que pode preservar a fertilidade da endomulher é ser acompanhada por um bom profissional. Bom profissional não só em endometriose, mas em laparoscopia para que as cirurgias comprometam o mínimo possível a fertilidade da mulher (porque dependendo de como a cirurgia é feita, as aderências podem causar a infertilidade também) e, claro, estar atenta ao seu relógio biológico. Eu sonhava em casar e ter filhos, mas esses planos estavam mais distantes.

Porém, quando meu médico sentou comigo e disse que seria melhor antecipar meus planos para melhor prognóstico e eu decidi que assim seria. Confesso que achei que seria bem mais fácil e quando começaram as primeiras dificuldades veio de brinde a dor emocional. Como eu não tinha dores físicas, meu emocional ainda era 100%. Quero ser muito transparente nesta coluna, mas confesso que somente a minha mãe e meu marido acompanharam essa minha saga. Hoje eu digo e recomendo: se vc quer engravidar e se esta com dificuldade para ter seu filho, ou se está em tratamento, não saia falando às pessoas, muito menos ao mundo inteiro.  Conte somente às pessoas que te ajudarão de fato e ainda indico que seja o mínimo de pessoas possível, pois já sofremos com a nossa expectativa e lidar com a expectativa do outro fica ainda mais difícil, principalmente, quando recebemos um negativo! E escutar as frases “Ai coitadinha ela não consegue engravidar" ou “A fulana é a única da turma que ainda não tem filhos, tá tentando, mas não consegue”, dói mais do que todo o processo. Aí, o nosso emocional fica ainda mais abalado. Só quem vive a dor emocional sabe como dói, principalmente, porque a incerteza de tudo alimenta ainda mais nossa dor. 

A dor emocional não é a tal dor psicológica que tantos médicos falam. Sabemos que existem muitos tratamentos, mas além do desgaste financeiro, do desgaste físico há o desgaste emocional , ainda mais quando nos deparamos com uma porcentagem de sucesso não absoluta! Nas tentativas da gravidez sem sucesso (seja ela natural, por fertilização in vitro ou por inseminação), vamos perdendo o ânimo. Nossa expectativa e a nossa fé vão ficando cada vez mais abaladas, mas eu digo: a fé move montanhas e sem ela eu jamais teria conseguido ter minha princesa Mariana. Sempre relato que eu cheguei ao ponto de ter certeza que jamais conseguiria! Desânimo total, expectativa zero a cada não e esses eram meus companheiros em vários momentos, mas quando ficava assim era apego a minha fé, que mesmo abalada, me levantava a tombo que tomava. Foi ela que me deu forcas para seguir em frente e não desistir no meio do caminho. E graças a esta fé superei obstáculos e aliada à medicina e as bem-sucedidas cirurgias que fiz consegui realizar meu sonho de ser mãe.  

Outra coisa é aquilo que disse no começo: confia em pouquíssimas pessoas. Era com minha mãe e meu marido que eu desabafava, mas como meu marido fazia parte das frustrações dos “nãos”, sobrava tudo para minha mãe. Ninguém mais da minha família e nem amigas souberam o que se passava comigo. Não porque não os amava, eu sou louca pela minha família, mas eu fiz um pacto comigo e com Deus de que somente duas pessoas iriam me acompanhar nesta minha saga: meu marido, claro, e minha mãe, óbvio, quem me deu a vida. Porque já basta a dor emocional, a incerteza que acaba gerando ainda mais dor no coração e na alma. Outra coisa que você pode fazer é desabafar, seja com Deus ou com quem está ao seu lado. No meu caso era mais com minha mãe. Mas uma coisa que eu aconselho é: se você quiser chorar, chore, se quiser berrar, berre. Liberar aquele grito preso na garganta, no coração ou na alma é essencial para a gente ficar em pé. Então hoje digo às pessoas que enfrentam esta dor, que sim dói demais, que a incerteza gera mais dor, mas que mesmo diante das tentativas sem sucesso se você quer realizar o sonho de ser mãe, seja forte, perseverante mesmo nos piores momentos e tenha muita, mas muita fé, porque é a fé que nos empurra em busca do nosso sonho.

Busque a ajuda que for necessária para realizar o sonho da maternidade. Parece fácil ser forte, parece fácil dizer ânimo nesta situação, não, não é nada fácil, mas temos duas saídas: ser forte e correr atrás deste sonho com toda a força e coragem ou deprimirmos e deixar de sonha. Eu escolhi a primeira opção. Lamentar, desanimar e desistir só nos faz ficar mais distantes do nosso sonho. Porém somos mulheres, e mulher já é um ser forte por natureza, agora, nós endomulheres, somos guerreiras por natureza. E não será a endometriose e uma de suas consequências que irão nos vencer não. Quero ver todas endoirmãs que lerem este texto ficarem quando chegar aqui (no fim) de cabeça erguida. E para isso que aceitei o convite da Caroline e que estou escrevendo esta coluna: dar ânimo, força, manter a fé sempre acesa de quem está passando por tudo que passei, pois só quem passa, só quem sofre é que sabe. Mas sofrer também aumenta nossa força e nossa fé. Sei algumas de vocês estão nessa luta, muitas ainda viverá uma situação parecida. Força e fé, desistir jamais! Quem sonha sempre alcança e garanto para este sonho vale a pena lutar, vale a pena qualquer sacrifício, pois será recompensado, isso eu garanto! Beijo carinhoso!!! Juliana Sinelli.”

sexta-feira, 14 de junho de 2013

MULHERES COM ENDOMETRIOSE TÊM 60% DE CHANCE DE TER PERIODONTITE!!

O artigo de hoje além de uma importante informação, ajuda a mostrar que a endometriose é sim uma doença muito séria e que precisamos de medidas sérias para tentar salvar a próxima geração de portadoras. Porque quem já tem, infelizmente, não há tanto a fazer, a não ser levando informações sérias, verdadeiras, dando uma palavra amiga, de fé e até mesmo indicando profissionais aptos a tratar uma endomulher. Eu não quero assustar ninguém, mas apenas falar a verdade sobre uma doença que afeta 176 milhões de mulheres no mundo todo, cerca de 10 milhão só no Brasil. Quando se tem uma doença crônica, a chance de a pessoa desencadear outra doença, seja ela crônica ou não, é muito maior. Eu mesma tenho a pictirícia rosácea, uma doença crônica de pele em forma de machinhas bem pequenas rosinhas. Mas segundo meu dermatologista, não é de se preocupar, até porque eu tenho bem pouca. Ele me deu uma pomada para passar, mas disse que o “sol leve” pode melhorar. E em março, eu fiz esse teste do sol e não é que melhora mesmo. É óbvio que não se deve torrar no sol, até porque eu não gosto de tomar sol, muito menos ficar esticada na areia. Não tenho mínimo saco.

Deixando a pictirícia de lado, vamos falar sobre uma doença que atinge mulheres com endometriose e que é pouco falada: a periodontite, chamada também de doença periodontal. É uma inflamação crônica que se inicia na gengiva e vai se estendendo para os ossos e ligamentos que sustentam os dentes. É uma patologia multifatorial complexa e é uma das principais responsáveis pela perda de dentes em adultos, principalmente, em idosos. O alerta é saber que uma pesquisa da Universidade de Michigan descobriu que quase 60% das portadoras têm periodontite. O pior é que a maioria delas não sabe. A foto que ilustra o artigo é de uma portadora e leitora do blog e exclusiva para o A Endometriose e Eu (é proibida a reprodução sem a autorização da editora). Eu já estava com este artigo traduzido e quase pronto para colocá-lo aqui, quando a foto chegou até mim. Um sinal? Sim, de que estamos no caminho certo. Lutar pelo reconhecimento social da endo como uma doença social e mostrar a verdade para tentar mudar a realidade de milhões de mulheres com endo, e consequentemente, de outros tantos milhões, porque nenhuma mulher vive sozinha, mas sim cercadas de outras pessoas, que também têm suas vidas afetadas direta ou indiretamente, são os principais motivos da existência deste blog. 

A foto pode ser chocante, mas de extrema importância de se mostrar a verdade. Na foto a leitora tem apenas na gengiva, porque ela descobriu a tempo de tratar. Mais chocante é quando a periodontite acomete a boca toda. A leitora prefere se manter anônima. Com isso percebemos a sinergia que existe em todo nosso corpo. Mas imagine quantas pessoas, dentre elas, mulheres não têm consciência dessa relação. A saúde do corpo começa pela boca? Por conta de meus problemas musculares aprendi que os músculos são envolvidos por uma membrana onde uma tensão de um músculo X pode irradiar para o Y, independente da distãncia entre eles. E isso pode ser percebido durante as sessões de fisioterapia. Agora, imaginem quantas mulheres não sabem que manter a saúde de toda a boca é essencial para ter um corpo completamente saudável? O pior é que muitas não ligam para a saúde da boca, não basta ser só dos dentes. Acho que deve ser poucas aquelas que relacionavam inflamação na boca com a endometriose. Para os leigos a endo pode ser mania de doença. É fácil dizer: "pare de pensar na doença que você melhora." Bando de ignorantes. Espero que este artigo sirva de alerta para todos: às mulheres com endometriose, aos médicos e à sociedade em geral (dentre eles, esses leigos ignorantes), e, principalmente, para quem está no poder. Beijo carinhoso!!! Caroline Salazar


Foto exclusiva do A Endometriose e Eu - proibida a reprodução sem autorização da editora
                       
Periodontite é associada à endometriose

Tradução: Jorge Francisco, especial para o blog 

Edição: Caroline Salazar


Nota do tradutor: Você sabia que se não cuidar direito da sua saúde oral pode ter um treco? Veja como!!



Existem muitas conexões entre a doença periodontal e a saúde geral da pessoa. Cada vez mais pesquisadores do mundo todo está chegando diariamente a essa conclusão. Recentemente novos estudos da Universidade do Michigan (Michigan Endometriosis Center) reportou que existe a possibilidade de uma associação entre a saúde bucal e a endometriose. Ambos possuem deficiência na resposta imunológica. No estudo, mulheres com endometriose mostraram ter mais de 57% de probabilidade de ter problemas relacionados com periodontite do que as que não possuem endometriose. Mais de 4000 mulheres foram avaliadas nesse estudo. A endometriose é observada em mulheres que estão em idade fértil. É o engrossamento da parte externa do útero, muitas vezes causando dor, sangramento anormal e por vezes infertilidade. Não se conhece uma causa conclusiva para a endometriose. Existem vários tratamentos; cada um dependendo da idade e desejo de engravidar. Esses tratamentos envolvem medicamentos como os analgésicos, tratamento hormonal, contraceptivo oral, e outros. A cirurgia é uma opção para os casos mais graves, ou nos que trata de infertilidade.

Periodontite é uma infecção crônica encontrada na boca. A palavra deriva de “peri”, significando “em volta de”, e “dontal” que significa “dente”. Oitenta por cento dos adultos possuem algum grau dessa doença. A infecção Perio (afetando os tecidos moles) e a perda dos dentes (tecidos duros afetados) são as doenças mais disseminadas no planeta, contudo, porque é na boca e longe da vista, é frequentemente negligenciada. Os sintomas incluem gengivas inchadas, dentes soltos, mastigação dolorosa e sangramento das gengivas. Contudo, algumas pessoas não possuem sintomas evidentes. Um dentista pode determinar se você tem periodontite ou gengivite, e qual o grau. 

Foto excluivsa do A Endometriose e Eu - proibida a reprodução sem autorização da editora


A razão para esta ligação não é clara. Os pesquisadores da Universidade do Michigan concluíram: ”Embora se possa conceber que o desenvolvimento multifatorial da endometriose possa ser aumentado pela resposta imunológica ao agente infeccioso, a potencial razão oculta entre essas doenças pode ser uma desregularização geral do sistema imunológico. Referência: (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18394619). 

Embora o estudo não tenha sido conclusivo (a maioria não o é), é apenas mais um indicador de que  periodontite afeta o corpo inteiro, e não apenas a boca. É imperativo que as mulheres consultem o seu dentista para check-ups regulares e limpeza a cada 6 meses. Se a  periodontite estiver presente, é fundamental iniciar o tratamento. E mais importante ainda, manter uma higiene oral impecável em casa é fundamental para manter a saúde dos dentes e das gengivas. Existem provas de que você pode reduzir o risco de enfarte se cuidar direito da sua boca.




segunda-feira, 10 de junho de 2013

MARCHA DE MILHÕES DE MULHERES PARA ENDOMETRIOSE!

É com muito orgulho que anuncio: o Brasil será um dos 20 países (até o momento) que se reunirá no dia 13 de março de 2014 para a “Marcha de Milhões de Mulheres para Endometriose”, uma manifestação em massa que ocorrerá simultaneamente nas grandes capitais do mundo durante o mês da consciência da endometriose. Quando li sobre esta marcha confesso que pulei de alegria, pelo fato de que eu já estava com esta ideia, de fazer uma marcha nacional em março de 2014 no Brasil. Somente eu e uma pessoa sabia sobre isso (é não podemos sair falando aos 4 ventos nossas ideias) e ela ficou feliz quando soube que eu recebi o convite para ser a capitã da marcha no Brasil. Mas eu fiquei tão feliz, mas tão feliz por esta ideia ter vindo de uma família de médicos superconceituada nos Estados Unidos. Até porque tudo que vem do exterior é levado muito mais a sério e dado mais valor no nosso país do que algo criado qualquer um de nós. 

Eu já quero deixar claro que ninguém será mais ou menos, mas a nossa união fará o sucesso do evento. A escala hierárquica foi criada pelo coordenador americano e eu pretendo fazer uma das melhores marchas do mundo. Eu fui criada assim, para fazer tudo bem-feito e muito bem-feito. Porém, como os americanos gostam de tudo detalhado, com feedbacks e tudo certinho e dentre a minha função de capitã está a de reportar à coordenadora americana tudo que estamos fazendo aqui. Vamos fazer juntas as regras do Brasil. Os relatórios serão semanais. Eles são exigentes e é preciso mulheres sérias e engajadas para ser meu braço direito. Será eleita uma delegada (coordenadora) em cada estado. Elas que irão coordenar o evento em seus respectivos estados. Será um trabalho de muita responsabilidade e de equipe. Elas irão eleger as sub-delegadas (sub-coordenadoras) e juntas, a delegada e as sub-delegadas (que poderá ter mais de uma por estado, penso em uma por região e ou uma por cidade) irão fazer funcionar o evento. As sub-delegadas terão o contato direto com as voluntárias (que poderão ter ou não ter endo) e repassarão tudo às suas delegadas e estas irá reportar tudo a mim. E eu passarei todas as informações à coordenadora-geral americana. Dos 26 estados mais o Distrito Federal, ou seja, dos 27, eu já falei com cerca de 18 mulheres. 

As delegadas (coordenadoras) serão as responsáveis pelas sub-delegadas e estas pelas voluntárias (sem número de pessoas estipulado). E não é preciso ter endometriose para ser voluntária e ou participar do evento. Conversando com a coordenadora americana sugeri fazer essa marcha em Brasília. Já que as capitais ao redor do mundo irão em direção aos seus governantes/ presidentes não faria sentido se cada uma de nós saísse às ruas de suas cidades/ estados. Até porque São Paulo é o estado que mais tem tratamento público para endometriose. Eu indico o ambulatório de endometriose e algia pélvica da Unifesp, onde comecei meu tratamento em outubro de 2009, e por lá fiquei quase 3 anos fazendo a minha fisioterapia uroginecológica. Mas fora a Unifesp, a capital paulista tem pelo menos mais 4 ambulatórios públicos ligados à universidades que tratam endometriose. Então fazer uma manifestação apenas na capital paulista não seria tão viável. 

Eu serei a ponte entre os Estados Unidos e o Brasil. Serei a responsável a enviar aos Estados Unidos tudo que estaremos fazendo aqui. As funções e o que iremos fazer serão pré-definida pelos EUA, mas terei a liberdade de adaptá-las ao nosso país. Será de minha responsabilidade (e também de todas as delegadas) ajudar a pautar a mídia. Estou vendo com uma jornalista amiga minha e que também tem endo para ela ser voluntária e nos ajudar com as pautas nas mídias em todo Brasil. Como em cada estado tem jornais distintos, as delegadas irão pegar os principais veículos de cada estado bem como o nome do editor e ou jornalista responsável para enviarmos à pauta. Será de responsabilidade também das delegadas ir à frente para conseguir patrocínios, como a viagem a Brasília, por exemplo. Elas terão a ajuda das sub-delegadas que por sua vez terão as voluntárias. Esta é a ordem da pirâmide. A pedido dos EUA iremos criar um grupo público no facebook onde será feita nossa comunicação, onde será postado apenas sobre o evento e onde terá todas as pessoas que queiram participar do evento. Estamos na Fase 1, onde tenho de eleger as coordenadoras. Quando todos os países conseguirem suas delegadas, iremos para a Fase 2. 

A “Marcha de Milhões de Mulheres para a Endometriose” é idealizada por uma família de médicos americanos que lutam há décadas a nosso favor, e quando eu entrei em contato a assistente do médico idealizador disse que já estava atrás de mim para fazer esse convite, por ela já ter escutado falar do trabalho que faço aqui. Porém, será a união das mais de 10 milhões de brasileiras com endo que fará o sucesso do evento. Todas são muito bem-vindas, afinal, como já falei muito aqui no blog, só a união de todas nós é que irá reverter esse quadro que temos da endometriose hoje no Brasil - falta de informação, falta de tratamento, incompreensão das pessoas e ignorância. Lembro que nossos amigos e nossos parentes estão convidados a se juntarem a nós no dia 13 de março de 2014. Quem quiser ser voluntária peço para deixar o nome com a cidade e o respectivo estado neste post no blog (os do face e ou grupos não serão validados). Ou envie email para carolinesalazar7@gmail.com com o título: "Marcha Endometriose"Este é o primeiro anúncio do evento e estamos na Fase 1, além de selecionar a equipe, iremos espalhar a palavra. Portanto, compartilhe este artigo com seus amigos, familiares, conhecidos, desconhecidos seja nas redes sociais ou por email. 

A única coisa que eu sei é que esta será a nossa chance de mostrar a nossa cara de verdade e ter a endometriose reconhecida como uma doença social no país. É o momento de sermos escutadas, ouvidas e levadas a sério pela nossa presidente, Dilma Rousseff. Porque as coisas estão começando a acontecer e esta marcha pode ser o ápice para a nossa Glória. Na próxima quinta-feira, dia 13, por exemplo, vai acontecer em Brasília a primeira audiência pública para discutir a endometriose. A Claudia, do IAPE, vai nos representar lá. Conversei com ela e repassei informações relevantes, pois querem intitular o dia 8 de maio, o Dia Nacional da Endometriose. Se o mundo inteiro (países de primeiro mundo, inclusive) tem esse dia em março (mês mundial de conscientização), porque o Brasil tem de ser diferente? É isso que eu não entendo nesse país-colônia. Se temos os grandes e os desenvolvidos para nos inspirar porque não seguir a mesma linha? Agora, se acham que irão intitular um dia e estará tudo resolvido, desculpe, mas não estará não. Até porque vai levar anos e anos para educar mulheres e adolescentes brasileiras sobre a doença. Anos e muitos anos. Porque as pessoas estão cada ano que passa com menos informação e estudo. Por isso, acho que estipular o Dia Nacional tem de caminhar junto com o mundo. O exemplo mais clássico é a última lei que foi aprovada no Brasil: "Há um mês foi sancionada a lei que obriga o SUS a fornecer tratamento para pessoas com câncer imediatamente (detalhe até 60 dias) após o diagnóstico". Agora, eu pergunto: "Essa lei já está em vigor?" "Não, ainda não porque faltam recursos", segundo a matéria que li na Agência Brasil. É preciso fazer, mas fazer bem-feito.  E é por isso que essa marcha será decisiva, será nosso grito de guerra para que nossos governantes passem a nos levar a sério. Só é preciso tomar cuidado com os políticos, pois ano que vem tem eleição para presidente da República e deputado federal. Beijo carinhoso!!!

OBS: As regras bem como as fases podem ser mudadas alteradas a qualquer momento pela coordenação americana/ brasileira.


terça-feira, 4 de junho de 2013

"COM A PALAVRA, O ESPECIALISTA" DOUTOR HÉLIO SATO!!!

Após um texto de amor, que tal esclarecer dúvidas de quem faz o A Endometriose e Eu, o blog mais lido do mundo sobre endometriose? Quando falo isso, fico muito emocionada. Aos poucos comecei a ver países estrangeiros acessando o blog, que atingiu seu ápice com a citação na novela "Insensato Coração", da Rede Globo, em 2011, onde brasileiras mundo afora descobriram esse cantinho especial. Aos poucos, as estrangeiras foram chegando. E a emoção de ver os acessos internacionais aumentando foi ainda mais forte, porque jamais imaginei que meu filhote, "agora nosso", seria conhecido no mundo todo. Um blog brasileiro falando de endometriose com reconhecimento internacional e que tem 2 mil acessos por dia? Nem nos meus mais loucos sonhos! Mas fui surpreendida pelo destino! Prova disso é a pergunta da nossa endoirmã Angélica, de Macau, na China, cidade a 60 km de Hong Kong. Quando ela enviou sua dúvida, pensei: "Será que é verdade." Aí, ela respondeu: "Sou macaense sim." Até 1999, Macau era uma colônia de Portugal, e foi administrada pelos portugueses durante 400 anos, mas desde 1999 passou a fazer parte da República Popular da China e é considerada a Las Vegas do Oriente, pelo grande número de cassinos. 

Ela tem um filho de pouco mais de um ano e quer saber se durante a amamentação, a endometriose pode voltar. Agradeço muito o contato e a pergunta dela, pois vai elucidar a dúvida de algumas que estão amamentando ou perto de ter seus filhos, bem como das futuras endomamães. A outra pergunta é a que não quer calar: qual a diferença entre o Qlaira e o Allurene? "Com a Palavra, o Especialista", o doutor Hélio Sato. Quem quiser tirar suas dúvidas, é só deixar a pergunta neste artigo, e não no facebook, ou também pode enviá-la por email com o título "Com a Palavra o Especialista". Assim facilita distingui-los, já que a demanda de emails está muito, muito grande. Por favor, peço que deixe nome, sobrenome, a cidade, o estado e o país. Àquelas que preferem a privacidade, deixem apenas as iniciais. A coluna está imperdível! Beijo carinhoso!

- Gostaria muito de saber se há reincidência da endometriose durante a amamentação? Meu filho tem um ano e mama muito pouco, a minha menstruação voltou e já sinto de novo algumas dores. Além da endometriose tenho SOP (síndrome dos ovários policísticos) e já foi constatado pela minha ginecologista um cisto de ovários. Foi-me recomendado a parar com a amamentação, mas meu filho não aceita outros líquidos, somente meu leite. O que faço? Pode ser a endometriose voltando? A.C., Macau, China

Doutor Hélio Sato: Dificilmente a endometriose irá se reativar na fase de aleitamento materno exclusivo, ou seja, sem complementos alimentares, pois, nesta fase a prolactina (hormônio que estimula a produção de leite) inibe a liberação de estrogênios que estimulam a endometriose. Porém, o retorno da menstruação demonstra que se reiniciou a produção de estrogênios. Deste modo, sugiro a utilização de progestogênios para o controle da endometriose. Mas convém a avaliação do médico para a escolha da medicação. Quanto aos cistos ovarianos existem diversos tipos, para alguns não há necessidade de retirada já em outros se sugere a retirada. Se for SOP, o uso da medicação auxiliá-la na redução dos cistos.

- Qual a diferença entre o Qlaira que tem 3mg de dienogeste (nos 17comprimidos amarelo-claro, os únicos que tomo), enquanto o Allurene tem 2mg de dienogeste. Qual a diferença entre os dois remédios, já que o Qlaira é extremamente mais barato que o Allurene e ainda tem mais Dienogeste?  Rakel Rechwan

Doutor Hélio Sato: Do ponto de vista de composição farmacológica, o Qlaira e o Allurene são semelhantes, com exceção da dosagem como relatado pela leitora e a adição do estrogênio no Qlaira. Em termos de ação clínica, infelizmente, não há nenhum estudo controlado que compare o Allurene com qualquer outra medicação que contenha progestogênio no tratamento da endometriose. Na teoria, a ação deve ser muito próxima dado que ambas são progestogênios. Porém, na bula, o Allurene está descrito como medicação para endometriose e nas outras composições não há esta descrição. Assim, dado a força da bula muitas pacientes tem utilizado o Allurene para o tratamento de endometriose, apesar do custo.

Quanto à ação anticoncepcional do Allurene, apesar de não estar descrito na bula, genericamente, os progestogênios inibem a ovulação e desregulam o endométrio, tornando-o pouco receptivo para receber a gestação. Porém, devido à força da bula demanda-se a associação de outros métodos anticoncepcionais de barreira. Assim, não se deve utilizar outros anticoncepcionais orais, injetáveis ou “pachts” (adesivos) hormonais com o Allurene.

Sobre o doutor Hélio Sato:


Ginecologista e obstetra, Hélio Sato é especializado e endometriose e em laparoscopia. Ele tem graduação em Medicina, Residência Médica, Preceptoria, Mestrado e Doutorado em Ginecologia pela Universidade Federal de São Paulo. É pesquisador principal de projeto regular da FAPESP.

Hélio Sato tem certificado em Laparoscopia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e de Obstetrícia. É membro da AAGL “American Society of Gynecology Laparoscopy” e é membro associado da clinica GERA de reprodução humana. (Acesse o currículo Lattes do doutor Hélio Sato).

segunda-feira, 3 de junho de 2013

"A VIDA DE UM ENDO MARIDO": ALEXANDRE E SUSANA CELEBRAM 3 ANOS DE CASAMENTO!!

O que dizer do amoooooor?? Ah, ele é lindo, um sentimento maravilhoso, que enche corações, a mente… bate aquele frio na barriga quando escuta a voz do ser amado, dá aquele gelo no estômago quando beija, abraça, ai que delícia! Ah, como seria bom se todos os seres humanos experimentassem esse sentimento sublime. E experimentar o amor independe de estar com alguém ao nosso lado. Sabe quando a pessoa fica mais poderosa? Quando ela se ama. Esse é um dos segredos daquela pessoa que é bem resolvida, de bem com a vida, afinal, nós temos de nos amar acima de tudo e não podemos depender dos outros para isso. Agora, quando esse amor é somado e multiplicado a outra pessoa, torna-se ainda mais incrível. Hoje, quando nosso endo marido pediu para escrever um texto especial e que eu tinha de publicá-lo hoje, quando perguntei por quê? E ouvi: “Eu e Susana completamos três anos de casados e quero presenteá-la com este artigo”. Eu respondi: “É claro que sim, não posso falar não!” Eu fiquei emocionada, porque quero que esse amor de Alexandre e Susana passe a inspirar muitos casais no Brasil e no mundo todo. E, inclusive, amo esse casal maravilhoso. Não consigo mais viver sem eles. 

O mais incrível é ver como Deus é realmente maravilhoso. Jamais imaginei que redes sociais pudessem criar esse vínculo do amor entre pessoas que nunca se encontraram antes. E isso não é só com eles não. O A Endometriose e Eu é o blog mais lido do mundo, com 2 mila acessos diários, porque há 3 anos ajudo mulheres a entenderem melhor o que é e como é viver com endometriose no mundo todo. E também porque o blog propaga o amor, mesmo quando eu vivia com muitas dores, o amor sempre prevaleceu em mim. Nunca ultimei o ódio, a raiva e nenhum sentimento negativo, somente o amor, o carinho. Mas como quem comanda está lá em cima e sabe de todas as coisas, eu só tenho a agradecer a Ele por ter me apresentado pessoas tão especiais. Ah, se não fosse essa tal de endometriose. Eu sou tão feliz por ser quem eu sou, como Deus me fez, com endometriose, e princialmente, por estar cercada de amor e vibrando amor aos quatros cantos do mundo e passando esse amor às endoirmãs!!! E viva o amor e a boda de couro de Alexandre e Susana. Beijo com muito carinho e muito amor! Caroline Salazar

"Hoje faz 3 anos que casei com a minha Susana. Juntos desde 2006, pode parecer uma história idílica, mas a nossa é acompanhada pela endometriose. Desde o início, a Susana foi honesta comigo. Tentou dizer-me que era portadora desta doença, o que significava, e eu tentei compreender. E lá fomos namorando. Eu tinha um carango bem velho na época, a que carinhosamente chamava "o chasso do amor". E 2007 foi um ano em que nós conhecemos um ao outro, passeamos bastante apesar dos magros recursos e das preocupações dos pais dela acerca de sua saúde e da possibilidade de o carro cair aos pedaços logo na primeira curva. Esse ano foi recheado de lugares especiais para nós, batemos muitas fotos e acabou gerando um álbum a que eu chamei de “2007, Odisseia no chasso”. Não tínhamos muitos recursos, ir de carro a qualquer lado era bem caro para as nossas posses. Mas fomos muito felizes, rimos muito, fizemos piquenique, fomos à praia... aprendemos aos poucos a amar e a ser companheiros e cúmplices. Interessamo-nos pelos assuntos do outro, ajudamos nos objetivos que tínhamos, e aos poucos, conseguíamos umas coisas e outras não, mas sempre juntos. Eu recordo que vivendo em cidades separadas por 30 km, algumas foram as vezes em que eu a deixei em casa à noite, e depois de ela deitar na cama eu ia ajeitar as cobertas e dar um beijo de boa noite. Depois regressava no chasso para casa, sabendo que tinha deixado a minha menina bem entregue e a descansar.

Atravessamos muita coisa juntos, coisas boas e nem tão boas. Em 2010 casamos num santuário próximo da nossa casa. A endo já estava bem presente na nossa vida da forma que todos os casais afetados pela doença conhecem. Isso não me demoveu. Desde que a conheci soube que ela é especial, que íamos acertar os dois se ela me aceitasse. E, desde então, tenho sido feliz com essa mulher, minha melhor amiga e companheira. O fato de ela estar hoje com dor, de não poder ser como gostaríamos, não faz com que seja menos especial. Sempre temos tido a sensação de que estamos juntos a dezenas de anos, é como se sempre nos conhecêssemos, apesar de apenas a ter encontrado aos 30 anos. Sou feliz com ela. Nem sempre é fácil enfrentar a doença, nem sempre é fácil compreender o outro lado, nem sempre evitamos uma briga, mas isso não nos separou até hoje e eu imagino que não nos venha a separar nunca.

Eu espero que esta homenagem que faço aqui hoje à minha esposa, sirva também de testemunho de que é possível viver com a endo como escolha e por amor. Eu não fui pego de surpresa. Sempre soube que ela tinha um problema. Para quem não sabe, em agosto passado ela teve uma histerectomia total. Não podemos mais ter filhos. E eu nunca amei tanto a minha mulher. Aceito o que a vida nos traz, agradeço as bençãos e os desafios. Muitos dias dói vê-la com dor. Muitos dias o sentimento de impotência para a ajudar me invade, muitas vezes vou trabalhar de coração partido quando ela fica em casa sofrendo. Mas todos os dias eu sou feliz por tê-la comigo. E agradeço tudo o que ela faz por mim, a paciência que tem para as minhas manias, os meus hábitos irritantes, o meu ronco que acorda os vizinhos, minha falta de jeito para algumas coisas. Recordo quando estávamos em uma reunião de preparação para o casamento, e me pediram para dizer na frente de todo o mundo o que eu gostava mais na Susana. Ainda hoje mantenho a resposta que dei, e que saiu do fundo do coração: “a forma como ela sabe esperar que eu revele o melhor de mim”. 
Obrigado por estes sete anos e meio juntos, com três de casamento. Nenhum arrependimento, nenhum lamento. Que viagem alucinante tem sido, e como tem sido gostoso acordar a teu lado todos os dias Susana."