- O
que pode acontecer quando se tem embriões de qualidade A e não há implantação?
Sendo que foi feito exames na mulher e tudo estava bem. Há exames específicos a
serem feitos em relação a isso? Há também a possibilidade de rejeição do
organismo feminino? Vanessa Silva, Vitória – ES
Doutor Hélio
Sato: Os embriões são
classificados de acordo com o grau de fragmentação do citoplasma, ou seja, as
células dos embriões ao se dividirem podem perder parte do citoplasma, formando
vesículas e o grau de fragmentação varia de:
A –
Sem fragmentação
B –
Fragmentação discreta
C –
Fragmentação moderada
D –
Grande fragmentação
E, as
evidências apontam que quanto maior for a fragmentação menor é a capacidade de
implantação dos embriões. No entanto, algumas pesquisas não observaram esta
relação. Conclui-se que a avaliação da fragmentação é uma forma rápida, simples
e barata de avaliar os embriões, porém, ainda é muito falho.
Assim,
existem diversas pesquisas que avaliaram outras formas não invasivas de avaliar
os embriões a fim de poder prognosticar a taxa de implantação e poder
selecionar os melhores e assim aumentar a taxa de sucesso do tratamento.
Dentre
muitos, a avaliação full time dos
fenômenos celulares conhecido como time
lapse mostrou ser uma alternativa mais eficaz, porém, ainda assim, demanda
mais avanços. O time lapse não é nada
mais que uma câmera tipo “big brother”
que acompanha tudo que acontece com os embriões no meio de cultura, ou seja,
quando aconteceu a primeira divisão, a segunda, a terceira, etc... e como
aconteceu. Porém, ainda é uma tecnologia não disponível na maioria dos centros
de reprodução, pois, os custos do uso aumentariam ainda mais o valor do
tratamento. Recentemente, no congresso europeu que ocorreu em Junho de 2014
(Munique, Alemanha) observamos equipamentos que acoplam o time lapse juntamente
com as estufas que não necessitam serem abertas para avaliação dos embriões,
porém, os valores ainda são muitos altos.
Outra
alternativa que pode ser utilizada é avaliação da integridade cromossômica dos
embriões pela técnica de CGH (Comparative
genomic hybridization) e, para tanto, é necessário que os embriões alcancem
o 5º dia de evolução no meio de cultura, então, são removidos algumas células
para esta análise que consiste em comparar 2 cromossomos sendo 1 sabidamente
normal e outro a ser testado e assim é avaliado se o número de cromossomos são
normais, ou seja, 46, bem como se há partes em excesso ou falta. E, desta
forma, são transferidos apenas os embriões com a parte genética íntegra. Essa
técnica aumenta significantemente a taxa de implantação. Porém, cabe destacar
que a técnica tem custo relativamente alto e, infelizmente, muitos embriões não
alcançam o 5º dia de evolução no meio de cultura. Portanto, se nenhum embrião
alcançar esta fase conhecida como blastocisto ou se nenhum embrião estiver
geneticamente normal também não é feita a transferência. Com isso, o tratamento
terá de ser reiniciado novamente.
Quanto
às avaliações que podem justificar a falha de implantação, além da avaliação
embrionária, são aqueles que visam avaliar o endométrio e o sistema
imunológico-coagulação. O endométrio pode ser avaliado por diversas formas,
dentre elas, a histeroscopia que busca identificar sinais de endometrite
(inflamação do endométrio, a camada interna do útero onde tem de ocorrer a
implantação do embrião) e, também, verifica a existência de pólipos
endometriais e mioma uterino submucoso. Já a biópsia de endométrio
avalia as células que estão no endométrio e suas características e, também, tem
objetivo de avaliar a presença de endometrite (teste mais sensível que a
histeroscopia) e constata se o endométrio se prepara adequadamente para a
implantação.
A
forma mais moderna, porém, com custo mais elevado utilizado em pacientes que
tiveram falhas de implantação pregressas é o teste de expressão de RNA no
endométrio conhecido como microarray.
Embora, possa orientar o momento que deve ser feito a transferência seu custo
limita o uso rotineiro.
Em
relação às doenças autoimunes convém pesquisar as tireoidites (inflamação da
tireoide) autoimunes, lúpus eritematoso sistêmico e outros. Outros exames,
também, visam avaliar a tendência de trombose, conhecida como trombofilia.
Diversas mutações genéticas favorecem a trombose vascular, as mais comuns são o
fator V de Leiden, Mutação na protrombina (fator II), deficiência da anti-trombina
III e outros. Diante
de tantas opções de investigação, sugiro sempre rediscutir com o médico para
que novas opções sejam consideradas tanto para investigação quanto para
tratamento.
- Há dois anos tive uma gravidez na trompa e essa
trompa foi retirada devido a endometriose. Já passei por três vídeos e agora
estou tomando clomid. Quais exames tenho de fazer para verificar a
possibilidade de gravidez natural? Com uma trompa, eu consigo engravidar
naturalmente ou teria de partir para reprodução assistida? Rosimeire, São Paulo
- SP
Doutor Hélio
Sato: Nesta situação o exame básico a ser feito é a histerossalpingografia,
que verifica se sua única trompa está desobstruída. Dependendo do resultado, há
possibilidade de gravidez natural.
Sobre o doutor Hélio Sato:
Ginecologista e obstetra, Hélio Sato é especializado e endometriose, em laparoscopia e em reprodução humana. Tem graduação em Medicina, Residência Médica, Preceptoria, Mestrado e Doutorado em Ginecologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), e foi corresponsável do Setor de Algia Pélvica e Endometriose da mesma instituição.
Eu perguntei para o embriologista no dia da transferência de dois dos meus embriões 23/10 e ele disse que como já estavam congelados não seria possível classificar e q aqui na Bélgica não funciona assim, e eu perguntei e antes de congelar? Ele disse entre 1 e 10 q eles estavam na classificação 9...ou seja ótimo né?! Segunda feira vou fazer o exame de sangue beta Hcg pra saber o resultado!! Reza por mim Carol,já passei por tanta coisa,sinto q já não aguento mais!,,tem sido MT difícil pra mim e pra o meu companheiro...é claro q eu coloco Deus em primeiro lugar,mas todos os dias Qd levanto da cama passa um filme dessa luta diária na minha cabeça!!!me manda pensamentos positivos!!!Bjo MT grande pra vc e pra Barbara!!
ResponderExcluirEspero q vc ainda se lembre de mim Renata da Bélgica ...bjo
Renata, querida!!
ExcluirClaro me lembro de vc!! Envio toda minha energia e boas vibrações para vc e sua família. Já deu tudo certo! Volte para nos contar o resultado do seu beta. Vou colocar essa sua dúvida do congelamento para o Dr Hélio Sato responder. Beijos carinhosos meus e da Bárbara! Caroline Salazar
Que alegria vc ter me respondido Carol, e obrigada por me enviar suas energias positivas!!Infelizmente o beta deu negativo :'-( E agora estou aqui de cama desde ontem parei de tomar os hormônios ( ultragestan vaginal e proginova) e a mestruaçao veio!! Carol será q vc pode perguntar ao Dr.Helio Sato se devido a minha segunda operação o meu médico retirou um pedaço do cólon do útero isso pode dificultar as minhas chances de levar uma gravidez até ao fim? Pq grávida eu fiquei uma vez e meu embrião parou de se desenvolver ( eu aqui trabalho como empregada doméstica e continuei a trabalhar) os médicos falam q eu terei q ficar deitada a gravidez inteira ( Qd acontecer) mas Qd tive o beta positivo não me deram certificado pra ficar em casa,não sei se isso foi um erro deles ou simplesmente não era minha hora!! Prefiro pensar q Deus sabe o q faz...Por favor Carol fala com ele pra mim,te agradeço muito desde já!!obrigada por tudo o q vc faz por todas nós.. Um bjo grande pra vc e para Barbarazinha!!
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