quinta-feira, 19 de maio de 2016

AUDIÊNCIA PÚBLICA DE LUTA CONTRA A ENDOMETRIOSE REALIZADA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS EM BRASÍLIA!

Os participantes da mesa: o doutor Alysson Zanatta, primeiro da esquerda para a direita de terno cinza.


Por Caroline Salazar

Na última terça-feira, dia 17 de maio, foi realizada em Brasília a "Audiência Pública de Luta Contra a Endometriose", na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Promovida pelo deputado Cláudio Abrantes (REDE/DF), o evento contou com médicos especialistas na área (ginecologistas e proctologistas), e com a doutora Marta de Betania, médica ginecologista representante da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

O deputado Cláudio Abrantes abriu a audiência destacando o objetivo do encontro: discutir os aspectos de saúde pública, sociais, e econômicos relacionados à endometriose. Em seguida, cada um dos nove médicos falou durante 10 minutos sobre a doença. O doutor Alysson Zanatta, Professor de Ginecologia da Universidade de Brasília, destacou três objetivos para que se possa vencer a endometriose: 

- a disponibilidade de recursos humanos materiais (medicamentos, máquinas de ultrassonografia e ressonância magnética pélvica, equipamentos modernos de videolaparoscopia) em centros de referências;

- o correto diagnóstico da doença e de forma precoce;

- e o mais importante, a capacitação médica. 

Doutor Alysson ressaltou o enorme desafio de falarmos de uma doença onde muitas vezes nem a identificamos, mesmo durante cirurgias, ou que, quando identificada, não é tratada adequadamente por capacitação técnica insuficiente. Comentou ainda a falta de avanços reais no entendimento das causas reais da endometriose, destacando que a teoria da menstruação retrógrada jamais foi provada cientificamente, e que tratamentos e recomendações baseados nessa teoria não curam a doença.

A doutora Marta de Betania destacou a vontade do poder público em discutir a endometriose e promover ações concretas de combate à doença. Porém, comentou sobre a falta de médicos ginecologistas na rede pública, hoje estimada em 220 profissionais no Distrito Federal.

Ao encerramento, o deputado Cláudio Abrantes sugeriu a criação de uma Frente Parlamentar sobre a Endometriose. Destacou que essa não seria mais uma Frente apenas uma Frente “no papel”, mas que ela deveria promover ações concretas. Entre elas, o projeto de criação de um centro de referência em endometriose para atendimentos às portadoras do Distrito Federal.

O evento foi encerrado com um sentimento de mobilização e de desejo de união de forças no combate à endometriose, sentimento para o qual torcemos que se materialize em uma melhor assistência às mulheres portadoras da doença. Vamos torcer para que realmente a "Frente" não fique apenas no papel e para que a vontade do poder público seja "de verdade" para que as mais de 10 milhões de portadoras brasileiras, em especial, as do Distrito Federal e de estados vizinhos, sejam  beneficiadas não só com o diagnóstico precoce da doença, mas com o correto diagnóstico e tratamento da endometriose. Repito: que o governo federal olhe para as mais de 10 milhões de endomulheres brasileiras. Precisamos ser enxergadas, vistas, cuidadas, nossos governantes precisam saber que nós existimos e que somos muitas. Com fé e muita perseverança chegaremos lá. Beijo carinhoso!

                

3 comentários:

  1. Fico muito aliviada em saber que existe uma mobilização para dar atenção a esta doença que atinge grande parte da população feminina Brasileira. Precisamos sim de mais médicos qualificados, mais equipamentos, mais conscientização sobre a doença e o principal que é a capacidade de diagnósticos precoces. Parabens Carolina pelo trabalho social.

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  2. Gratidão a todos envolvidos na busca de tratamento acessivel a todas as mulheres portadoras desta doença tão dolorosa. Precisamos romper está ignorância a cuidados médicos, buscar diagnosticos precoces porque somos vitimas de diagnosticos que leva a doença a um estado critico, ou seja depois que a doença já se encontre muito agressiva. Acredito que juntas seremos um só coro para que possamos ser ouvidas.

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  3. Gostaria de saber se existem casos de aposentadoria por conta da endometriose. Estou há 10 meses afastada do mercado de trabalho e não vejo,a médio prazo,condições de assumir nenhum compromisso profissional,pois passei por uma complexa cirurgia em Outubro de 2015 para a retirada de partes do intestino grosso,sendo esta minha segunda cirurgia. Agora,inicio um tratamento para a endometriose no diafragma,pois descobri esse novo foco tardiamente,minha lesão já se encontra com 4cm e me causa muitas dores para dormir. Não me sinto em condições de desenvolver nenhum trabalho externo,ou seja,fora de casa,pois meu intestino não funciona corretamente, o que me causa muitas cólicas e vários episódios de desconforto. Se alguém tiver alguma informação sobre esse assunto,pediria o grande favor de dividir comigo.

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