Na segunda parte de "A perda silenciosa do rim ligada à
endometriose ureteral" (leia a parte 1 aqui), os cientistas mostram dois casos, o de uma mulher de 35 e outra
de 30 anos, de hidronefreose (dilatação e distensão da pelve renal) causados por endometriose e fibrose. Infelizmente, a endometriose pode acometer vários órgãos do corpo feminino, e não apenas da pelve e ou do abdômen, como muitas pessoas pensam. Já contamos aqui, histórias de leitoras com endometriose em órgãos considerados distantes da pelve, como a da americana Candice, que teve no pulmão, e da capixaba Patricia Gastaldi, no diafragma. Por isso, o diagnóstico precoce é o melhor aliado para que a doença não avance e não se espalhe em outros órgãos.
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endometriose como doença social”. Vote no A Endometriose e Eu,
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chances de voto. É um voto por e-mail e outro com o
facebook. Se você tiver email e facebook, vote com os dois, pois assim
teremos mais chances. Clique no link (http://bit.ly/18wANh9) e dê o seu voto. A primeira opção é o voto por e-mail, onde no
primeiro espaço você vai colocar seu nome e sobrenome e, no segundo, seu
e-mail. Você clica na seta votar, que está à direita na cor
laranja. É necessário validar seu voto em seu próprio e-mail, que você vai
receber do prêmio TopBlog Brasil. Basta clicar no link que
estará em seu email, e pronto, seu voto foi validado com sucesso! Na sequência
aparece o F, em azul, do facebook. Clica na seta laranja, faça seu
login e pronto. Voto validado com sucesso! Conto com a ajuda de todos vocês em
votar e, em especial, em compartilhar meu pedido entre seus amigos. Afinal,
como eu sempre disse: "a união faz a força e juntos somos mais
fortes". O primeiro turno vai até o dia 9 de novembro. Aproveite
para conhecer a linha de camisetas exclusivas que acabamos de lançar para
espalhar a conscientização da endometriose. É a nossa conscientização fashion! Beijo
carinhoso!! Caroline Salazar
A
perda silenciosa do rim ligada a endometriose ureteral - parte 2:
Autores: Camran Nezhat, MD,
Chandhana Paka, MD, Mona Gomaa, MD, Erica Schipper, MD
Tradução: Alexandre Vaz
Edição: Caroline Salazar
Caso 2:
Uma mulher de 35 anos com histórico de
miomectomia abdominal (nota do tradutor: cirurgia
realizada para retirar o mioma (fibroma) do útero) e de parto de cesariana
chegou até nós com dor pélvica persistente resistente a tratamento
medicamentoso. As tomografias axial computadorizada, abdominal e pélvica,
revelaram hidronefrose direita proeminente. Ultrassom renal mostrou uma
diminuição da espessura cortical renal e funcionalidade de apenas 21% no rim
direito e 71% no esquerdo.
Mais uma TAC de confirmação revelou
hidronefrose semelhante e hidroureter com obstrução do ureter direito e atrofia
do rim direito, provavelmente devido a obstrução crônica. Um stent ureteral foi
aplicado pelo urologista sem benefício subsequente da obstrução no exame renal
e foi recomendada um seccionamento do ureter para salvar o rim.
A laparoscopia revelou que a
endometriose estava infiltrada em profundidade nos hemipelve esquerdo e
direito, obstrução total do ureter direito e o ureter esquerdo envolvido por
fibrose e endometriose. Uma ureteroneocistostomia (nota do
tradutor: transplantação cirúrgica do ureter para outro local
da bexiga) direita e ureterolise (nota do tradutor: libertação das
aderências do ureter) esquerda extensiva foram realizadas.
A patologia era consistente com
endometriose intrínseca no ureter direito. A paciente tinha tido um
pós-operatório calmo e sem observações registradas.
Caso 3:
A paciente de 30 anos apresentou dor
pélvica, menorragia e infertilidade. Nesse mesmo ano ela teve uma TAC abdominal
que revelou hidroureter esquerda, e obstrução renal esquerda crônica com
atrofia renal, provavelmente devida a obstrução distal pela endometriose.
A paciente foi submetida a uma
laparoscopia que revelou a pelve completamente obliterada com aderências e
endometriose. O ureter esquerdo estava totalmente envolvido em fibrose e
endometriose e a cistoscopia confirmou a ausência de jato ureteral esquerdo.
Adicionalmente, uma lesão retossigmoide
de endometriose de grandes dimensões localizada a 10cm da beira anal. Correção
extensiva das aderências, tratamento da endometriose, ureterolise esquerda e
remoção de 5cm da lesão retossigmoide da endometriose foram efetuadas.
O rim não foi cortado, pois parecia que
o alívio da doença pélvica extensiva iria permitir um melhoramento da
constrição. A patologia era consistente com endometriose e a paciente recuperou
bem.
Discussão dos dois casos:
Embora a endometriose tenha sido
descrita em 1960 por Shroen, um médico alemão, e um ano mais tarde Ruysch, um
anatomista holandês tenha proposto uma versão inicial da menstruação
retrógrada, a sua patogénese continua oculta.
Após modificações da hipótese formulada
no século 17, por Sampson na década de 1920, a teoria da menstruação retrógrada
implantando endométrio nas superfícies peritoneais e persistindo lá, é uma
explicação plausível para a maioria das lesões e é a mais aceita ainda hoje.
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