sábado, 4 de maio de 2013

"A VIDA DE UM ENDO MARIDO" O PRIMEIRO CONTATO DO CASAL COM A ENDOMETRIOSE!!!

Em “A Vida de um Endo Marido”, Alexandre fala do primeiro contato do endocasal com a endometriose. Ele também já aponta sobre a vida sexual desse casal e discorre sobre alguns pontos principais de um relacionamento entre casais e que vai ajudar e muito nossos casais. Porque só quem passa pela mesma situação para entender tudo que a endo nos traz. Neste artigo, nosso endo marido português também fala sobre a vida sexual de um endocasal. Este é o primeiro de uma trilogia que ele escreveu sobre “O primeiro contato com a endometriose”. Queremos transformar a angústia de como lhe dar com endometriose, numa relação de amor, de cumplicidade e de muito carinho. Porque só o amor salva e já falamos sobre isso aqui.  Queremos que todos os casais, principalmente, os endocasais tenham momentos alegres, positivos, alto-astral. Porque todos nós merecemos ser felizes e a felicidade pode estar escondida aí bem ao seu lado, talvez, ela precisa apenas ser regada com uma palavra, com um gesto, com alguma coisa. E se você, marido, precisar de um ponta-pé para isso, estamos aqui, principalmente, o Alexandre, para ajudá-lo a entender melhor tudo que passa com sua esposa. Porque o Alexandre também passa por momentos dolorosos com sua esposa Susana, mas eles decidiram serem felizes mesmo com a endometriose na vida deles. Aqui também abordamos alguns pontos sobre o sexo. E estamos esperando as sugestões dos maridos para esta seção. Ah, e na próxima semana estrearemos nova coluna no blog!!! Aguardem!!!! Porque queremos que o A Endometriose e Eu seja o blog mais completo do mundo sobre endometriose. Sozinha jamais teria condições de tanto. Em minha cabeça brota milhões de ideias, mas sem meus colaboradores, jamais almejaria transformar o blog em algo tão grande. Tenho certeza que a nova coluna levará ainda mais fé e esperança às endomulheres. Aproveito para agradecer a Deus todas as pessoas do bem que Ele tem enviado a mim. Sei que ainda tem laranjas podres que tentam se aproximar, mas no fim Deus irá mostrar a todos que realmente é cada um de nós. Então, pra que temer? Beijo carinhoso! Caroline Salazar

“Essa minha participação começou de um jeito meio desorganizado, mas eu acho que no início tudo começa assim quando é espontâneo. Hoje pensei em dar uma organizada nesse negócio de escrever para o blog, e então vamos lá. Como sempre o melhor ponto de partida é o começo. Então, hoje, vamos abordar o ponto de partida para um endocasal. O momento em que a endo começa se revelando e complicando as cabeças e a vida do casal. Podem ocorrer duas situações distintas: o casal se conhece e a mulher já tinha endo diagnosticada, ou estão juntos e descobrem que ela tem endo. Problemão, coisa complicada, mula sem cabeça... certo ou errado? Certo porque é um problemão; tem o choque inicial, os tratamentos são caros, tem muita dor envolvida para a maioria das mulheres, a sexualidade do casal será afetada também na maioria dos casos, correm vários médicos, depois vocês passam para os especialistas, quem pode pagar recorre ao tratamento particular e descobre que poucos possuem respostas. E muitos deles ainda estão aprendendo como a doença funciona, fazendo tratamentos experimentais, mas pelo menos existe alguma evolução. E se vocês observarem direito vão descobrir que os avanços da ciência, médica ou não, é assim mesmo. Um dia alguém vai ter um progresso maior e passar esse conhecimento para outros médicos e será mais fácil seguir em frente.  E errado por quê? Porque a complicação maior está na cabeça das pessoas. E essa é a única parte que você pode mudar sozinho. O resto é com os médicos e com Deus. Por agora, vamos isolar o casal. Mais a frente falarei sobre a forma como a sociedade encara as portadoras.

Eu identifico três áreas complicadas onde o comportamento da mulher se altera profundamente: sexual, profissional/doméstica e social. Vamos analisar uma de cada vez. Na sexual, tem dois sintomas principais. A dor e a perda da libido. Isso faz com que a mulher não tenha vontade de ter sexo, mas por conta da dor chega a temer a penetração e ganha trauma, como já foi muitas vezes descrito pela Caroline. Não é fácil para o homem lidar com isso. Por isso, aqui é fundamental o diálogo. Vai ser necessária total honestidade entre o casal. A solução não é a fuga como a mulher vai ter vontade, de evitar o assunto. Não dá para tapar o sol com a peneira. O problema está aí, não vai embora sozinho e um milagre é altamente improvável. Façam a vossa parte. A mulher fala, o homem escuta. Depois falam os dois. Consultem o blog, vejam outras publicações, leiam folhetos, assistam vídeos... tudo o que conseguirem. Parece massacre, mas quanto mais informados estiverem os dois sobre a doença, melhor vão conseguir enfrentar.

Muito importante: além de ser fundamental consultar um ginecologista experiente em tratar a doença. Quando a mulher suspeitar que possa ser portadora da doença, não deixe o homem de fora. Ela vai à consulta e ele deve ir junto. Essa história de que o médico pode não gostar é frescura, viu? O problema é dos dois e um médico responsável tem que tratar não só a mulher, mas o casal. De nada vale fazer tratamento pra mulher, se o homem cair fora por não entender o que está acontecendo com ela. Muitas mulheres acabam se suicidando decorrente de uma depressão profunda. Se a mulher afasta o homem das consultas, vai esperar o quê? Que ele esteja presente, sorrindo feito anjinho quando não ele não tem na cama o que os colegas gabam ter com as mulheres deles? Porque homem é assim mesmo, fica sempre contando vantagem. Seu companheiro não vai sofrer apenas em casa, no trabalho e junto com os amigos vai ter a mesma coisa. Então, envolva o seu homem quando for ao médico. O doutor vai tratar seu corpo e de quebra trata a cabeça dele, fornecendo informação que combate a ignorância e facilita a compreensão. Nessa essa vocês podem estar pensando que eu tenho um remédio para a libido. Não tenho gente, mas se conseguir uma dica comprovada eu coloco aqui.

E peço o favor de quem conheça, que envie e-mail pra Caroline que ela postará aqui. É claro que apenas o diálogo não é suficiente. Precisa de carinho. Não fuja do seu homem na cama. Permita namoro, carícias, descubra a sexualidade com ele do jeito que conseguirem que funcione. Estabeleçam limites nos quais ambos concordam e confie nele. Porque vou falar para vocês, se a mulher fica escondida num canto da cama, um dia esse homem vai estourar. O homem não está com problema algum exceto que a sua amada não consegue ter sexo com ele. Mas lembrem-se sempre, poderia ser o contrário. O homem poderia ter dificuldade em alguma parte, e não ia gostar que a mulher cobrasse dele. Então, na vida do casal com ou sem endometriose, a primeira regra é respeito. Respeitem as limitações um do outro, porque amanhã poderá ser com você (marido) e daí você vai precisar de ajuda também. Seja humilde.

A segunda regra é compreensão. Procure se informar sobre tudo o que está acontecendo com sua mulher, porque os diagnósticos são tão difíceis de obter, em que ponto os médicos estão no conhecimento da doença, e sobretudo, como ela afeta a sua mulher em particular. Porque todas terão uma endo diferente, ela afeta cada mulher de um jeitinho especial. A terceira regra é cumplicidade. Brinquem muito, namorem bastante, partilhem atividades juntos, coloquem um som bem alegre em casa. Inundem as vossas vidas de coisas que dão prazer, porque sofrimento vai ter de sobra. Se for preciso estabeleçam tempos em que cada um faz as suas coisas. Imagina que o homem gosta de ler um livro sentado no alpendre... ou que a mulher gosta de um bom banho de sais para relaxar... se permitam esse tipo de coisas dentro das possibilidades de cada um. Se morarem perto do mar, experimentem ir à praia juntos. O ar do mar ajuda nos problemas respiratórios, é bom pra relaxar e sempre é um programa legal para ambos. Até ir ao supermercado pode ser uma atividade divertida se ambos estiverem com bom astral e brincarem o tempo todo. Positivismo gente.

A quarta regra é paciência. Seja paciente, saiba esperar. Quando for a hora certa, a cura surgirá. Quem sabe se não acontece nessa geração e ajuda as 176 milhões de portadoras? Seria muito bom, mas se não for agora, estressar só vai piorar as coisas. Vocês esquentam a cabeça, acabam discutindo, não resolve nada, e adivinha... acabou de piorar a frequência do sexo. Perdeu em todas. Então vamos ser inteligentes e dar amor em vez de guerra. Aqui em Portugal nós falamos “Não é com vinagre que a gente pega mosca”. Mel é bem mais atrativo. Vou terminar essa parte com votos de que para alguns casais, esse texto seja um bom ponto de partida para darem uma melhorada em suas vidas conjugais. Não esqueçam que todo o edifício começa sendo construído nas fundações. Reforcem suas fundações, para que a vossa casa seja firme e não desmorone com a primeira tempestade. Como vocês falam aí no Brasil, samba no pé minha gente. Abraço.”

9 comentários:

  1. Adorei o que acabei de ler, realmente dá nos força para aceitar a endo, faz apenas 4 meses que descobri a doença e ando ainda tentando aceitar e meu marido por sorte tem sido muito compreensivo, já ando compartilhando o blog "A endometriose e eu" para as amigas, espero que seja um sucesso. bjos e boa sorte.

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    1. Oi Kelly. Agradeço as suas palavras e começo por lhe dizer que o sucesso do blog não dá para distinguir do sucesso das famílias onde tem mulheres com endo. É para elas que fazemos esse trabalho.

      Aproveite para dar os parabéns ao seu marido, que pelo visto é seu heroi. Sejam felizes e sempre que precisarem venham nos visitar

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    1. Oi Marilene. Estamos trabalhando para todos os dias trazer algo novo e melhor a esse espaço. É dedicado a todos nós, até quem escreve tem alguém que escuta os desabafos e que por vezes vem com uma solução para os seus próprios problemas pessoais.

      Aproveito para agradecer também aos que nos seguem no silêncio. Sabemos que estão aí. Aguentem firme nessa provação, e precisando nos contatem.

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  3. É isso mesmo! Apesar de sermos inexperientes na área, começamos com o meu afastamento,mas logo chegamos a conclusão de que o problema seria nosso.Muitas vezes me deu vontade,por amar ele muito,de mandar ele embora ter uma vida normal com outra mulher,mas ele bateu o pé até que chegamos no ponto: sinceridade,intimidade e união. A doença não é minha é nossa,o problema não é meu,é nosso. o sexo é sim mais complicado e a unica coisa que nos deixou unidos nesse sentido realmente foi o diálogo aberto e franco.O que tu escreveu aqui para nós foi sim a nossa solução. Como falamos aqui em casa: é na saúde e na doença, e a saúde há de vir! Boa sorte pessoal!!

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    1. Não posso completar nada na sua resposta, está tudo aí. A diferença é que vem desse lado, não sou apenas eu falando. Obrigado por confirmar a parte do diálogo em que eu tanto insisto, porque sei que é a melhor forma de enfrentar tanto sofrimento.

      Continuem sendo amigos, descobrindo o vosso jeito especial de funcionar como casal.

      Abraço pra vocês e ventos favoráveis que vos levem à felicidade.

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  4. Foi muito bom ler seu texto!!! Eu estava desesperada achando que a falta de libido era problema meu apenas... estou enfrentando isso com meu noivo e tem sido tão frustante!


    ME

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  5. Meu marido deveria ler isto! Adorei bem isto mesmo. Descobri a doenca a 1 ano desde entao tenho ouvido muitas coisas a respeito ate mesmo de um medico q isso era loucura da minha cabeca! Estou prestes a fazer a cirugia e o blog tem me ajudado. Agradeco

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  6. Oi Meu Nome é Joyce, tenho 31 anos e há 10 anos descobri a endometriose, já passei por 4 cirurgias... tive uma gestação onde não passou dos 3 meses. Na primeira cirurgia em 2003 foi retirado meu ovário direito... mais mesmo assim fico muito esperançosa em ser mãe... minhas cirurgias foram em: 2003,2005,2009 e 2012.... espero ter contato com outras mulheres que tem endo e conseguiram engravidar.... que Deus abençõe a vida de cada uma de nós que sofremos tanto com essa doença desconfortável..

    Beijos

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