quarta-feira, 11 de novembro de 2015

MATTHEW ROSSER: ENDOMETRIOSE IMITADA POR IMPRESSORAS DE ESCRITÓRIO?

imagem cedida por Free Digital Photos


Sim, você leu o título certo! Uma mulher com suspeita de endometriose descobriu ter nanopartículas de carbono dentro dela durante uma laparoscopia. É cada uma que descobrimos ao redor do mundo. Muito obrigada ao nosso colaborador português, Alexandre Vaz, por estar atento aos mais variados textos e por trazer a todos nós textos inéditos e exclusivos. Sem muitas palavras, leia o texto a seguir. Beijo carinhoso! Caroline Salazar

Por Matthew Rosser
Tradução: Alexandre Vaz
Edição: Caroline Salazar


Endometriose imitada por impressoras de escritório, sim, você leu certo!

Encontramos muita coisa estranha nesse mundo, a maioria em reality shows na tevê, mas ocasionalmente surgem artigos científicos que deixam a gente coçando a cabeça e pensando “mesmo?”.

Existe um blog dedicado a esse tipo de pesquisas como por exemplo: “Usar rastas no cabelo cura medo de aranha”, ou um estudo sobre como o seu rendimento aumenta a sua propensão para comer moedas. Nem vou perder tempo falando sobre o fato de parecer que existe um pote de ouro infindável para financiar esse tipo de pesquisa que me deixa fervendo de raiva. Se você quiser fazer pesquisa séria sobre uma doença crônica como endometriose precisa implorar migalhas e, talvez, catar latinha de refrigerante na praia. Não vou perder tempo com isso mesmo.

Onde eu quero chegar com isso é que, ocasionalmente nesse mundo de pesquisas científicas inúteis, podem surgir coisas interessantes pelo meio. Isso conduz a uma das minhas recentes descobertas. Um relatório intitulado “Submesothelial of carbon nanoparticles after tonner exposition: case report - Submesotelial de nanopartículas de carbono após a exposição ao tonner: relato de caso” que me deixou de queixo caído, considerando que eu estava fazendo pesquisa sobre endometriose.

Esse não é um artigo zombeteiro como os anteriores que descrevi, mas uma investigação séria sobre os efeitos na saúde humana libertadas por impressoras e fotocopiadoras laser nos escritórios.

Um caso revelou-se particularmente interessante: uma mulher a quem foi realizada uma laparoscopia por conta de suspeita de endometriose. Os cirurgiões descobriram depósitos negros no peritôneo (cavidade pélvica), o que lançou suspeitas de endometriose. Contudo,os cirurgiões recolheram amostras desses supostos implantes endometrióticos e examinaram-as em um poderoso microscópio. O que eles descobriram, para sua grande surpresa, foi que os depósitos negros que pareciam ser endometriose à vista desarmada, eram na verdade aglomerados de nanopartículas de carbono (essencialmente as partículas libertadas pelos cartuchos de toner das fotocopiadoras). Para terem uma noção, a partícula maior tem 60 nm (nanômetros). Isso equivale a pegar uma régua e dividir o espaço de 1 milímetro (a divisão menor) e dividir ele em 1000. Depois pegar um desses espacinhos e dividir em 17. Cada uma dessas divisões equivale aproximadamente a 60 nm. Não era de todo endometriose. Bem estranho, acho que todo o mundo concordará.

Então como foi que essa poeira foi parar na cavidade pélvica dessa mulher? A senhora em questão trabalhava num escritório no meio de oito fotocopiadoras, e para além disso, ela usava uma impressora a laser com muita frequência, significando que ela tinha muito tempo para inspirar grandes quantidades de partículas.

Os autores especulam que as partículas entraram no corpo através dos pulmões, e por serem tão pequenas, conseguiram passar através do revestimento dos pulmões para o sangue através dos vasos linfáticos. De lá elas viajaram pelo corpo e por algum motivo ficaram depositadas na cavidade pélvica.


Tanto quanto sei esse é o único relato de nanopartículas de carbono parecendo com endometriose, e com uma observação cuidada (em laboratório) fica fácil distinguir entre eles. Mesmo assim trata-se de uma descoberta muito incomum.

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