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Sim, você leu o título certo! Uma mulher com suspeita de endometriose descobriu ter nanopartículas de carbono dentro dela durante uma laparoscopia. É cada uma que descobrimos ao redor do mundo. Muito obrigada ao nosso colaborador português, Alexandre Vaz, por estar atento aos mais variados textos e por trazer a todos nós textos inéditos e exclusivos. Sem muitas palavras, leia o texto a seguir. Beijo carinhoso! Caroline Salazar
Por Matthew Rosser
Tradução: Alexandre Vaz
Edição: Caroline Salazar
Endometriose
imitada por impressoras de escritório, sim, você leu certo!
Encontramos
muita coisa estranha nesse mundo, a maioria em reality shows na tevê,
mas ocasionalmente surgem artigos científicos que deixam a gente
coçando a cabeça e pensando “mesmo?”.
Existe
um blog
dedicado a esse tipo de pesquisas como por exemplo: “Usar rastas no
cabelo cura medo de aranha”, ou um estudo sobre como o seu
rendimento aumenta a sua propensão para comer moedas. Nem vou perder
tempo falando sobre o fato de parecer que existe um pote de ouro
infindável para financiar esse tipo de pesquisa que
me
deixa fervendo de raiva. Se você quiser fazer pesquisa séria sobre
uma doença crônica como endometriose precisa implorar migalhas e,
talvez, catar latinha de refrigerante na praia. Não vou perder tempo
com isso mesmo.
Onde
eu quero chegar com isso é que, ocasionalmente nesse mundo de
pesquisas científicas inúteis, podem surgir coisas interessantes pelo
meio. Isso conduz a uma das minhas recentes descobertas. Um relatório
intitulado “Submesothelial of carbon nanoparticles after tonner
exposition: case report - Submesotelial de nanopartículas de carbono após a exposição ao tonner: relato de caso” que me deixou de queixo caído,
considerando que eu estava fazendo pesquisa sobre endometriose.
Esse
não é um artigo zombeteiro como os anteriores que descrevi, mas uma
investigação séria sobre os efeitos na saúde humana libertadas
por impressoras e fotocopiadoras laser nos escritórios.
Um
caso revelou-se particularmente interessante: uma mulher a
quem foi realizada uma laparoscopia por conta de suspeita de
endometriose. Os cirurgiões descobriram depósitos negros no
peritôneo (cavidade pélvica), o que lançou suspeitas de
endometriose. Contudo,os cirurgiões recolheram amostras desses
supostos implantes endometrióticos e examinaram-as em um poderoso
microscópio. O que eles descobriram, para sua grande surpresa, foi
que os depósitos negros que pareciam ser endometriose à vista
desarmada, eram na verdade aglomerados de nanopartículas de carbono
(essencialmente as partículas libertadas pelos cartuchos de toner das
fotocopiadoras). Para terem uma noção, a partícula maior tem 60 nm
(nanômetros). Isso equivale a pegar uma régua e dividir o espaço
de 1 milímetro (a divisão menor) e dividir ele em 1000. Depois
pegar um desses espacinhos e dividir em 17. Cada uma dessas divisões
equivale aproximadamente a 60 nm. Não era de todo endometriose. Bem
estranho, acho que todo o mundo concordará.
Então
como foi que essa poeira foi parar na cavidade pélvica dessa mulher?
A senhora em questão trabalhava num escritório no meio de oito fotocopiadoras, e para além disso, ela usava uma impressora a laser com
muita frequência, significando que ela tinha muito tempo para
inspirar grandes quantidades de partículas.
Os
autores especulam que as partículas entraram no corpo através dos
pulmões, e por serem tão pequenas, conseguiram passar através do
revestimento dos pulmões para o sangue através dos vasos
linfáticos. De lá elas viajaram pelo corpo e por algum motivo
ficaram depositadas na cavidade pélvica.
Tanto
quanto sei esse é o único relato de nanopartículas de carbono
parecendo com endometriose, e com uma observação cuidada (em
laboratório) fica fácil distinguir entre eles. Mesmo assim trata-se
de uma descoberta muito incomum.
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