Eu na EndoMarcha 2017 em São Paulo Foto: Marcos Vieira/ A Endo e Eu |
Por Caroline Salazar
Edição: doutor Alysson Zanatta
No
último dia 1° de junho completei cinco anos da minha segunda e última
videolaparoscopia. Cinco anos que recuperei minha qualidade de vida. Cinco anos
que não sinto mais nenhuma dor. Cinco anos que me libertei de uma dor que me
aprisionava em minha cama, em minha casa. Cinco anos que me livrei daquela dor
horrorosa que aliviava apenas com morfina e seus derivados. Cinco anos de uma
nova vida, sem dor, sem focos ativos. Cinco anos que me sinto curada. Cinco
anos de liberdade!
Se a
cura é a ausência de sintomas e ou dos focos, então, posso dizer que até o
momento estou com “as duas curas”. Pois é, se para muitas pessoas a
endometriose ainda não tem cura, então, que milagre aconteceu? Eu descobri em
2013 com duas pacientes do doutor David Redwine que felizmente a doença tem
cura sim, se feita a cirurgia de remoção total dos focos. Infelizmente há
diferença entre cauterizar os focos e removê-los em sua totalidade, ou seja,
pela raiz. Vou citar o exemplo que o doutor Alysson Zanatta me explicou:
imagine se a endometriose fosse um Iceberg no oceano. A cauterização retira
apenas a parte de cima do iceberg, a superficial, e não ele todo, enquanto a
remoção total vai retirar todo o iceberg do oceano. Já pedi ao doutor Alysson
Zanatta um texto bem explicativo sobre a diferença entre os dois tipos de
cirurgia.
Sabe o
que eu acho mais engraçado? O que eu mais ouvia dos médicos quando eu estava no
auge das minhas dores é que nosso cérebro tem memória e que não esquece
facilmente a dor. Bom cinco anos sem nenhuma dor, eu digo que meu cérebro
esqueceu sim as terríveis dores. É óbvio que eu não me esqueci das dores, tanto
que continuo na luta pelo reconhecimento da doença como social e por políticas
públicas efetivas às milhares de endomulheres, mas o meu cérebro não se lembra
mais delas. Daí eu pergunto: de onde os médicos tiram a afirmação de que nosso
cérebro apenas somatiza as dores e não as esquecem?
Essa é
outra reflexão que precisamos fazer. E assim como eu existem muitas
endomulheres curadas, seja com ausência de focos ou dos sintomas, mundo afora.
Sempre deixei claro no blog que o importante é a endomulher ser acompanhada por
um especialista que realmente entenda sobre a doença. Fazia muitos anos que não
escrevia sobre mim e achei um momento oportuno para celebrar com vocês: meus
cinco anos sem as dores da endometriose e sem focos. Ao mesmo tempo sei também que esse meu
relato vai levar ainda mais fé e esperança a milhares de endomulheres que
sofrem com as dores severas, assim como eu sofri. Sofri 18 anos sem saber o que
eu tinha e mais três já sabendo que eu era portadora de endometriose.
Amei saber da sua cura dessa doença tão devastadora! Mas gostaria de saber se vc faz algum controle para que não volte? Bjs, Jaqueline
ResponderExcluirQue Deus continue abençoando sua vida e te fortalecendo a continuar nesta luta pelas endomulheres.
ResponderExcluirNossa, que lindo depoimento... Deus é mais e não nos abandona nunca amiga. Está para sair minha cirurgia com um Dr/especialista em endometriose daqui de Curitiba, tô muito confiante! E agora mais feliz ainda de ler seu depoimento.
ResponderExcluirObrigada por nos contar :)
Felicidades pra nós!!!!
Que coisa boa! Eu fico feliz em saber uma noticia tão maravilhosa. Eu tou com pouco tempo que descobri essa doença terrível, tou fazendo tratamento com Lupron tou no segundo mês e adores ainda existe não como antes mas incomoda. Espero que funcione.
ResponderExcluirDesde de 2014 investigando e passando por muitos médicos,só agora em 2017 foi fechado o diagnóstico de Endometriose.Comecei o tratamento com Allurene há 5 dias,tenho tido muita dor de cabeça e ainda com alguns sintomas mas tive uma melhora significativa.Estou confiante que vai dá certo.Deus está no controle.Agora estou investigando e fazendo alguns exames no intestino.Esse Blog tem sido muito esclarecedor e importante pra mim.Agradeço a Deus por ter dado a oportunidade e sabedoria para Caroline Salazar criar essa ferramenta que tem transformado o ignorado por entendido assunto.Surge então uma esperança de mudança de conceito.Eu me sentia muito só e não comprrendida por ninguém.Aqui tenho encontrado respostas.Obrigada,Caroline Salazar
ResponderExcluirVocê fez a cirurgia para retirada dos focos?
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