Ane, Paulo e Danilo: família completa por meio da adoção tardia
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Decidiram ficar na capital paulista, pois na Bahia Ane não teria tratamento. Começaram do zero, os dois se descobriram inférteis, mas nem por isso desistiram do desejo de serem pais. Em menos de três anos após a mudança construíram sua família. E hoje ao fazer esse flashback realmente não consigo conter as lágrimas. Adotar é um ato nobre de um amor ao próximo, assim como Jesus nos dá, que poucos seres humanos são capazes. Quando Ane me ligou para contar que sua bolsa tinha estourado nossa quase morri de emoção. Que Deus em sua divina misericórdia conceda a essa família todas as bênçãos do mundo. Com vocês o tão sonhado parto do coração da minha querida Ane. Beijo carinhoso! Caroline Salazar
Por Ane Bulcão
Edição: Caroline Salazar
Olá meninas estou de volta, agora para contar como foi
nosso tão sonhado parto do coração. Estamos em dezembro, mês do meu aniversário, mas o meu
presente eu ganhei três meses atrás! Por conta da adaptação e da mudança de 360º em minha vida não consegui contar antes, mas também porque queria não só contar, mas mostrar a vocês minha família. Como nós ainda não tínhamos a guarda definitiva dele, não podia citar seu verdadeiro nome e nem mostrar seu rosto.
A gente sempre ouve falar que quando a mulher tem uma
gestação tranquila e normal, via de regra, quando ela entra no nono 9º mês já
tem que estar com tudo pronto para ir pra maternidade, pois a qualquer momento
a bolsa pode estourar.
Com quem está na fila de adoção acontece do mesmo jeito.
A única diferença está no fato do tempo de gestação que a depender de cada caso
pode durar meses ou até mesmo alguns anos. No meu caso, minha gravidez durou um
ano e 15 dias. Já tinha passado pelas contrações de treinamento e as primeirascontrações do meu trabalho de parto, e enfim chegou o nosso grande
momento. A bolsa estourou quando menos esperávamos. Era dia 29 de agosto, às
12h50. Eu estava no trabalho, acabando de fazer um atendimento de interpretação
(de Libras) quando de repente o celular tocou e era do fórum. Atendi, e do
outro lado da linha uma moça me avisou que o juiz já havia assinado o termo de
guarda para fins de adoção, e que por isso eu e meu esposo teríamos de ir
imediatamente buscar nosso filho, pois uma vez que a criança já tenha sido dada
em adoção não poderia permanecer mais no abrigo.
Eu não sabia se chorava ou se ria e emoção. Na mesma
hora avisei ao meu esposo. Estava aos prantos de alegria, fiquei muito emocionada.
Depois liguei para minha chefe avisando que teria que viajar para buscar meu
filho. Combinei com meu esposo de nos encontrarmos para comprar as passagens de
ônibus e em seguida arrumar rapidamente as malas. Eu tremia tanto, chorava e
ria ao mesmo tempo era uma emoção que não dá para descrever. Pegamos a estrada,
e foram sete horas de viagem que mais pareciam uma eternidade.
Quando chegamos
lá nossa amiga, a missionária que fez a ponte entre nós e nosso filho, nos
avisou que uma emissora de televisão soube do nosso caso e que gostaria de
fazer uma entrevista conosco, pois estavam fazendo uma série de reportagens
sobre adoção para um programa que vai ao ar em breve. Aceitamos prontamente o
convite, pois queremos muito contribuir para que mitos e até preconceitos sobre
a adoção tardia sejam desfeitos. Afinal de contas quem leu meus textos
anteriores vai lembrar que nosso filho tem 10 anos (fez em 02 de outubro) e é
surdo. Desde o primeiro texto usei o nome fictício de Marco a fim de
preservá-lo, pois ainda o processo a nosso favor não tinha acontecido, mas agora
posso revelar seu nome verdadeiro: Danilo, cujo
significado é: o Senhor é meu juiz ou Deus é o meu juiz. É um nome de origem
hebraica, e simboliza as características de uma pessoa guiada, protegida e juizada
por Deus. E é isso que ele é e será, alguém guiado por Deus.
Meu príncipe é um
garotinho esperto, cheio de vida e energia, por onde passa faz amizades e
cativa todos a sua volta por ser muito carismático e de sorriso fácil. Ele chegou
para completar nossa família e transbordar de alegria. Como foi tudo muito
rápido, ainda não tinha feito o enxoval de Danilo. Por isso os irmãos da nossa
igreja logo trataram de nos abençoar com um chá de criança improvisado. Foi lindo.
Lá as crianças estão aprendendo a Libras e alguns irmãos adultos também. Todos
estão querendo se comunicar com ele e meu coração está cheio de graça e
gratidão ao Senhor pelas incontáveis bênçãos.
No próximo texto falarei como tem
sido o período de adaptação no novo lar, às dificuldades e as alegrias de ser
mãe endoguerreira que ainda tem que superar a dor e vivenciar a mais doce
missão da maternidade em sua plenitude. Beijo carinhoso!
Linda e emmocionante história! Deus abençoe sua família!
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