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"Em Superando a Endo Infertilidade", mais um texto da parceria exclusiva do A Endometriose e Eu e da ativista americana de infertilidade Casey Berna. Um texto para reflexão, para que todos saibam que a infertilidade é muito mais abrangente que possamos imaginar. Você conhece alguém que teve o primeiro filho, mas que nunca conseguiu ter o segundo? Muito se fala da infertilidade, da questão de não conseguir ter filhos, mas você sabe o que é infertilidade secundária? Somente sabe o que é a infertilidade, àquelas que viveram-a em sua plenitude. Você sabia que existe a infertilidade primária e a secundária? Pois é, esse texto vai interessar às pessoas que têm infertilidade primária e a secundária, para quem nunca conseguiu ter o primeiro filho, mas também para àquelas que tiveram seu primeiro filho, mas que nunca conseguiram ter o segundo. Retratado, claro, por quem viveu tanto uma infertilidade quanto a outra. Artigos exclusivos, informações de qualidade sobre endometriose e infertilidade você só lê aqui, no A Endometriose e Eu. Sempre à frente para informar quem é mais importante para nós, nossos (as) queridos (as) leitores (as). Beijo carinhoso! Caroline Salazar
Não ignore a dor da infertilidade secundária
Por Casey Berna
Tradução: Alexandre Vaz
Edição: Caroline Salazar
Infertilidade secundária é um assunto meio confuso na
comunidade infértil. Existem tantas mulheres sofrendo de infertilidade
primária (nota da editora: quando a mulher tenta ter seu primeiro filho, mas se descobre infértil), mulheres que estão fazendo tudo para ter um filho, ansiando por um, e
lamentando sobre o desejo de algumas quererem um segundo filho, o que pode
parecer egoísta e sem ingratidão pela sorte que tiveram.
Eu me lembro de ver mulheres com crianças pequenas no
consultório do meu especialista de infertilidade. Eu me lembro de pensar “Sério?
Eu seria feliz com apenas um bebê. Será pedir muito, apenas um bebê? Pelo amor
de Deus, me dê um bebê. Eu não vou pedir mais nada nunca mais.”
Avancemos no tempo que eu levei para finalmente conceber
a minha filha e dar à luz. Enquanto eu a levava do hospital me perguntei: “Por
favor, será que eu posso ter duas horas de sono seguidas? Eu prometo que não
vou pedir mais nada, nunca mais.”
Avancemos no tempo seis meses após esse momento e lá estava eu,
“AQUELA” paciente gananciosa na consulta do meu especialista com uma bebê (que
eu tinha a sorte de poder deixar com o meu marido durante as consultas com o
meu médico para não encher o saco dos outros pacientes). É isso aí: eu queria
outro bebê. Estava implorando para o universo “Por favor, será que eu posso ter
mais um bebê? Minha filha precisa de um irmãozinho. Eu não quero que ela fique
sozinha no mundo.”
Não existe nada como a dor de a gente não poder ter
filho quando é o que mais queremos do fundo do coração. Eu conheço essa dor bem
demais e carreguei o seu peso por muitos anos antes de ter nossa filha. Não
poder ter outro bebê é algo também difícil por algumas das mesmas razões, mas
também existe dor em não poder dar um irmãozinho para seu filho, se isso é o
que você sempre quis para a sua família.
Recentemente eu sentei de novo com o doutor Michael
Blotner, diretor médico da Westchester Fertility, que me explicou o básico sobre
Infertilidade Secundária.
O que é Infertilidade
Secundária?
É a incapacidade de um casal conceber após ter um filho.
O intervalo temporal em que isso se considera como um problema depende da idade
da mulher. Tal como na infertilidade primária, para uma mulher com menos de 35
anos, o intervalo temporal é um ano. Se a mulher já passou dos 35, a definição
se aplica após 6 meses, pois o tempo urge.
Quais são as causas mais comuns da infertilidade
secundária?
A infertilidade secundária pode surgir tanto no homem
como na mulher. Toxinas ambientais, bem como fumo de cigarro, consumo excessivo
de bebida, e certos medicamentos podem ter um impacto negativo progressivo na
quantidade de qualidade do esperma.
Condicionantes físicos, tais como, doenças crônicas, ou
varicocele (uma varicose na veia do escroto) podem também causar um declínio
progressivo no esperma com o passar do tempo, ao ponto de o potencial de
fertilidade do homem ser afetado. Na mulher, a causa mais comum é o declínio na
qualidade e/ou quantidade dos óvulos. Esses fenômenos com frequência ocorrem em
simultâneo, e são um resultado natural do envelhecimento. Cada mulher tem o seu
"estoque" de óvulos quando nasce, e isso é altamente individual.
Infelizmente, estamos vendo várias mulheres jovens com um declínio na sua reserva de óvulos, baseado em avaliação hormonal e de
ultrassom. Em uma nota mais positiva, se o problema for detectado precocemente, e se for aplicado um tratamento de fertilidade, as chances de uma gravidez de
sucesso aumentam.
Fatores físicos também podem danificar as trompas, seja uma infecção anterior não diagnosticada (assintomática) ou endometriose ou uma
doença não infecciosa na pelve, ambas podendo agravar com o tempo. Fibrose uterina,
embora não impactando diretamente a fertilidade, pode afetar o fluxo sanguíneo
do revestimento do útero, o que pode levar a aborto em qualquer hora da
gravidez.
Quais tratamentos estão disponíveis para ajudar casais com
infertilidade secundária?
O passo mais importante é o casal procurar a ajuda de
um endocrinologista reprodutivo (no caso, ginecologista especializado, para mulheres, e andrologista, para os homens). Claro que o tratamento irá depender de fatores
envolvendo a fertilidade do casal. A avaliação da reserva ovariana, do sêmen e das trompas são fundamentais. Se o médico suspeitar que a mulher possa ter doença
nas trompas, uma laparoscopia com laser de CO2 poderá ser necessária.
Para os fatores mais comuns de esperma e de óvulos, a
abordagem mais simples é estimular os ovários com hormônios a produzir mais de um óvulo por
ciclo, e fazer inseminação intrauterina (IIU), mais conhecida como inseminação artificial (IA). Essa abordagem pode afetar 40-50% da
taxa de gravidez no terceiro ciclo de tratamento. Para casos em que os óvulos
ou o esperma estejam mais comprometidos, ou se a inseminação falhar, pode ser
necessária uma fertilização in vitro (FIV). A FIV permite a fertilização direta
dos óvulos no laboratório com o esperma do companheiro, e o desenvolvimento do
embrião que pode ser transferido para o útero.
A taxa de sucesso de gravidez por FIV por transferência é aproximadamente três vezes maior do que a da IIU, e o número de embriões
transferidos pode ser limitado para evitar vários filhos em uma única gestação.
Viver a infertilidade secundária é doloroso, estressante e muitas vezes chocante para alguns casais que não tiveram problema relacionado com gravidez com seu primeiro filho. Se você está tendo esse problema, fique sabendo que não está só, e que existem recursos por aí que podem ajudar nessa viagem.
Viver a infertilidade secundária é doloroso, estressante e muitas vezes chocante para alguns casais que não tiveram problema relacionado com gravidez com seu primeiro filho. Se você está tendo esse problema, fique sabendo que não está só, e que existem recursos por aí que podem ajudar nessa viagem.
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