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É sabido que mulheres com endometriose tem mais chance de ter alguma outra doença autoimune e crônica, como a fibromialgia. Eu mesma tive esta suspeita por ter muitas dores no corpo, mas graças a Deus ela foi descartada a partir do teste dos pontos. Dos 18 pontos do corpo acometidos pela doença, a pessoa precisa ter ao menos 11 para que se possa suspeitar da doença. Foi nesses pontos que me safei! Eu conheço muitas endomulheres que têm também esta dolorosa doença. Gostei muito do texto que Alexandre escolheu para traduzir, pois sua esposa, além da endometriose, também sofre com a fibromialgia. Abaixo, um breve relato de Alexandre sobre a bravura de Susana, e depois, a parte técnica escrita pelo médico e cientista inglês Robert Bennett sobre a parte técnica da fibromialgia. Um beijo carinhoso! Caroline Salazar
Fibromialgia
Hoje vou abordar um
tema que há muito tempo afeta minha esposa e também a nossa qualidade de vida
enquanto casal. Além da endometriose, minha esposa foi diagnosticada com
fibromialgia. Posso falar que ainda estou aprendendo sobre isso, não tem um
especialista desse lado, mas, sim, alguém que faz o que pode para entender sobre
mais uma doença que muito sofrimento tem causado nela e afetado nossa vida.
Minha esposa tem um coração de leão. Ela luta bravamente para manter a esperança, as suas atividades, o amor e a alegria de viver. Tem hora que ela desaba, mas eu conheço bem a fibra dela. Quem vive com duas doenças crônicas sabe o quanto é importante ter apoio do companheiro, da família e dos círculos profissional e social. É necessário buscar insistentemente coisas positivas na vida, olhar o que tem de bom, puxar a alegria para dentro de casa, pois de coisa ruim já tem que baste. Então, para conseguir um equilíbrio que ajude a enfrentar tudo isso é necessário muito positivismo. E uma das coisas que ajuda bastante é o entendimento dos mais recentes avanços e descobertas comprovadas sobre a doença. O mesmo serve para a própria endometriose e qualquer outra doença crônica.
Se você não é portador/a de uma dessas doenças, mostre respeito por quem é e dedique um tempinho para o aprendizado do que alguém que tem a doença vive a cada minuto, pois mesmo não sabendo sobre os aspectos técnicos da doença, qualquer portadora é especialista nos sintomas que a afetam, cada uma do seu jeito próprio.
Vamos então dar uma
olhada na explicação um pouco mais técnica da fibromialgia. Espero que o texto ajuda muitas portadoras de endometriose. Abraço. Alexandre.
Por Robert Bennett MD
Tradução: Alexandre Vaz
Edição: Caroline Salazar
Pacientes recém-diagnosticados
Fibromialgia
é uma doença muito comum em que se verifica uma dor muscular generalizada e
fadiga. Entre 7 a 10 milhões de americanos sofrem com essa doença. Ela afeta muito
mais as mulheres do que os homens, em uma taxa aproximada de 20 para 1. Ela é
observada em todos os grupos etários, desde crianças a idosos, embora na
maioria dos pacientes o problema comece entre 20 e 30 anos. Estudos recentes
mostram que a fibromialgia ocorre no mundo inteiro e não existe uma
pré-disposição étnica específica.
Os sintomas da Fibromialgia:
Pacientes
de fibromialgia experimentam uma dor que se espalha pelo corpo e que
frequentemente parece ter origem nos músculos. Alguns pacientes sentem que as
dores partem das articulações. A dor que emana das articulações é chamada de
artrite; estudos extensivos mostram que os pacientes com fibromialgia não tem
artrite.
Embora muitos pacientes de fibromialgia estejam conscientes da dor enquanto estão
repousando, ela é mais evidente quando usam seus músculos, especialmente, em
atividades repetitivas. O seu desconforto pode ser tão severo que isso limita a
sua capacidade de levar uma vida completa. Os pacientes podem não conseguir
trabalhar em suas profissões e ter muitas dificuldades em realizar as suas
tarefas diárias.
Como consequência da dor muscular, muitos pacientes limitam bastante as suas atividades, inclusive, suas rotinas de exercício físico. Isso resulta em ficar fora de forma física, o que acaba piorando os sintomas da fibromialgia.
Além
dessa dor generalizada, outros sintomas comuns incluem uma quebra de energia,
perturbações do sono, e graus de ansiedade e depressão variáveis, relacionados
com as alterações físicas do paciente. Outras doenças frequentemente associadas
à fibromialgia: cefaleia de tensão, enxaqueca, síndrome de intestino irritável,
síndrome de bexiga irritável, síndrome de tensão pré-menstrual, intolerância ao
frio e síndrome das pernas inquietas.
Pacientes
diagnosticados com artrite reumatoide, lúpus e síndrome de Sjogren (nota da editora: doença autoimune que destrói as glândulas que produzem a saliva e as lágrimas, tornando os olhos e a boca secos) frequentemente desenvolvem fibromialgia. A combinação de dor e múltiplos outros
sintomas frequentemente levam a que os médicos façam diagnósticos muito
alongados, o que é quase sempre normal.
Diagnosticando a fibromialgia
Não
existem exames sanguíneos ou raios-X que mostrem anomalias no diagnóstico de
fibromialgia. Com isso, no começo, muitos médicos acreditavam que os
problemas sentidos pelos pacientes de fibromialgia estavam “em sua cabeça, em seu psicológico”, ou que
pacientes de fibromialgia tinham uma forma de depressão ou que eram hipocondríacos.
Testes psicológicos extensivos mostraram que isso era falso.
Um diagnóstico médico de fibromialgia é baseado na escuta atenta do histórico do paciente e em checar certos pontos-chave em áreas especificas dos músculos,
chamados de “pontos sensíveis”. Eles são sensíveis à palpação, causando dor e
frequentemente parece que está
bloqueado.
O resultado a longo prazo da fibromialgia
A dor
nos músculos, no esqueleto e a fadiga experimentada pelos pacientes de
fibromialgia são problemas crônicos que tendem a variar gradativamente na
intensidade, quase como um pulsar lento. Atualmente, não existe uma cura para essa doença. De acordo com pesquisas recentes, a maioria
dos pacientes pode sofrer com esse problema até o resto da vida.
Contudo,
melhoramentos podem ser conseguidos com tratamentos apropriados. Existe uma
preocupação óbvia por parte dos pacientes e por vezes também dos médicos de que
a fibromialgia possa ser a fase inicial de outras doenças mais severas como
esclerose múltipla, lúpus, etc. O acompanhamento a longo prazo dos pacientes
com fibromialgia mostrou, que é de fato, muito raro para eles desenvolverem outra
doença reumatológica ou neurológica.
Contudo,
é muito comum que pacientes com doenças reumatológicas confirmadas, como
artrite reumatoide, lúpus sistêmico e síndrome de Sjorgren, também podem ser portadores de fibromialgia. É importante que os médicos desses pacientes
percebam se eles possuem essas combinações de problemas, pois as terapias
específicas para atrite reumatoide, lúpus, etc, não têm efeitos nos sintomas de
fibromialgia.
Pacientes
com fibromialgia não ficam incapacitados com a doença, nem existe nenhuma prova
de que isso afete a sua longevidade. Ainda assim, devido às variações nos
níveis de dor e cansaço, existe uma inevitável contração das suas atividades
sociais, vocacionais e não-vocacionais, o que conduz a uma redução de sua
qualidade de vida.
Tal como muitas doenças crônicas, o ponto em que esses pacientes sucumbem aos vários efeitos da dor e da fadiga são dependentes de múltiplos fatores, em particular, o seu apoio psico-social, condição financeira, experiências na infância, senso de humor e determinação em seguir em frente.
O tratamento para a fibromialgia
O
tratamento para a fibromialgia é frustrante tanto para pacientes como para seus
médicos. No geral, os medicamentos usados para tratar a dor nos músculos e
esqueleto, tais como, aspirina, não esteroides (exemplo: ibuprofeno) e cortisona
não ajudam muito nessa situação. Assim como em qualquer outra doença crônica, o
aprendizado é essencial para ajudar os pacientes a entender o que pode ou não
ser feito, bem como, ensiná-los como se ajudarem uns aos outros.
É
importante para o médico descobrir qual é a causa das pertubações de sono.
Essas perturbações incluem apneia do sono, síndrome das pernas inquietas e
ranger dos dentes. Se a causa para os distúrbios do sono de um paciente não
puder ser determinada, doses baixas de um grupo de antidepressivos, como os tricíclicos, ou remédios de curta duração para dormir como o
zolpidem (Ambien) podem ser benéficos.
Os
pacientes precisam entender que esses medicamentos não causam dependência
quando usados em doses menores (exemplo: amitriptilina 10 mg à noite) e possuem
muito poucos efeitos secundários. No geral, o uso rotineiro de Halcion,
Restoril, Valium, etc, devem ser evitados, pois eles interferem na qualidade do
sono. É afirmado que o Ambien (zolpidem) não tem essa limitação.
Existe
uma consciência crescente de que a prática regular de exercício é essencial
para todos os pacientes com fibromialgia. O acréscimo da dor e da fadiga causados
por exercícios repetitivos torna a prática bastante difícil. Contudo, esses
pacientes que desenvolvem um regime de exercício experimentam uma melhora
interessante e são muito relutantes a deixar a prática.
No
geral, pacientes de fibromialgia devem evitar exercícios com impacto, tais como, jogging, basquete, aeróbica, etc. Caminhadas regulares, bicicleta ergométrica e
terapia na piscina usando um Aquajogger (dispositivo de flutuação que permite
caminhar ou correr na piscina enquanto mantem a postura vertical) parecem ser
bem mais adequados aos pacientes.
É muito importante ter a supervisão de um educador físico nos exercícios.
Geralmente 20 minutos de atividade física, três vezes por semana com 70% do ritmo
cardíaco máximo (calcule 220 menos a sua idade) é suficiente para manter um
nível de forma aeróbica razoável.
Remédios
como aspirina e Advil não são particularmente eficazes e pouco mais fazem do
que minimizar a dor da fibromialgia. Analgésicos opioides (propoxyphene,
codeína, morfina, oxicodona, metadona) poderão dar um alívio significativo em
um subgrupo de pacientes severamente afetados, mas pacientes com fibromialgia
parecem especialmente sensíveis aos efeitos secundários dos opioides (náusea,
obstipação, coceira e confusão mental), e, frequentemente, decidem evitar os
efeitos a longo prazo do uso desses medicamentos.
O uso
de analgésicos opioides (narcóticos) na gestão da dor não-maligna tem sido um
assunto controverso para muitos médicos, com as razões habituais para estarem
preocupados: adição, supervisão por juntas médicas e polícia de narcóticos.
Contudo, pesquisas recentes mostraram que a adição raramente ocorre quando
esses medicamentos são usados em casos de dor crônica. É importante perceber a
diferença entre adição e dependência (que ocorre com todas essas drogas na maioria
dos pacientes).
Dois
opioides fracos que são particularmente úteis na gestão da fibromialgia são
tramadol e a combinação de tramadol com paracetamol.
Nenhum desses dois medicamentos estão referenciados pela FDA (Food and Drug Administration. Isto é têm um mínimo de potencial de dependência.
Áreas
localizadas com dor severa podem ser tratadas por um curto período de tempo (de dois a três meses) com injeção. Isso significa injetar em um dos pontos sensíveis um
anestésico local (geralmente 1% de Procaína) e massagear o músculo com uma
técnica chamada spray e esticar. Deve ser referido que a injeção nesses pontos
é particularmente dolorosa (na verdade, se não doer, não terá sucesso).
Após a injeção existe um período de latência que tipicamente é de dois a quatro dias antes que se verifiquem algumas melhoras. Outras técnicas que ajudam diretamente esses pontos sensíveis são com alguma terapia com calor, alongamento suave e acupuntura.
Cerca
de 20% dos portadores de fibromialgia se encontram em depressão e em estado de
ansiedade e necessitam receber tratamento adequado com doses terapêuticas de
antidepressivos e ansiolíticos, frequentemente em conjunto com a ajuda de um
psicólogo ou psiquiatra. Basicamente, pacientes que têm um problema
psiquiátrico que geralmente acompanha a doença precisam carregar um fardo
duplo.
Eles
vão achar mais fácil lidar com a fibromialgia se o seu problema psiquiátrico
estiver devidamente tratado. É importante entender que a fibromialgia não é um
problema psicogênico, e que o tratamento de qualquer problema psicológico
associado à fibromialgia não a cura.
A
maioria dos pacientes rapidamente descobre que existem certas atividades que
eles fazem diariamente que agravam a dor. Essas atividades geralmente envolvem
o uso repetitivo ou tensão prolongada
dos músculos, tais como, os músculos da parte superior das costas
enquanto olham a tela do computador.
Um
trabalho de detetive cuidadoso por parte do paciente é necessário para notar
essas associações e, quando possível, modificar ou eliminá-las. Diminuir o ritmo
das atividades é importante. Temos recomendado aos pacientes que usem um
cronômetro com aviso sonoro a cada 20 minutos. Qualquer que seja a atividade
que esteja desempenhando, ela deve ser interrompida e durante um minuto fazer
qualquer outra coisa. Por exemplo, se está sentado, deve levantar e andar um
pouco. Se está andando, sente por mu minuto.
Portadores
que estão envolvidos em atividades manuais razoavelmente vigorosas,
frequentemente necessitam ter o seu espaço de trabalho adaptado, e podem
necessitar ser retreinados para uma função totalmente diferente. Certas pessoas
estão tão severamente afetadas que deve ser considerada alguma forma de
compensação monetária por incapacidade. Essa decisão requer ponderação, pois
incapacidade geralmente tem consequências financeiras adversas, bem como a
perda de autoestima.
No
geral, os médicos são relutantes em declarar portadores de fibromialgia como
incapacitados, e a maioria dos que requerem esse estatuto são inicialmente
recusados pelos serviços de segurança social (nota da editora: no caso do Brasil, o INSS, para aposentadoria). No entanto, cada paciente
necessita ser avaliado individualmente antes de qualquer recomendação a favor
ou contra a obtenção desse estatuto.
Fonte: National Fibromyagia Association
Fonte: National Fibromyagia Association
Adorei o post. Desde muito nova sinto muitas dores, principalmente nas articulações. Depois de muitos anos ouvindo que não era nada ou que o não faziam ideia do que eu tinha e algumas seções de RPG, fui diagnosticada, no ano passado, com essa doença (pouco tempo depois de ter sido diagnosticada com adenomiose). Quando reclamamos de dores no corpo todo ou de cólicas fortes, somos tidas como frescas e, as vezes, doida e falam que é normal ou que deve ser alguma coisa psicológica, já que não é possível sentir tanta dor em tantos lugares diferentes.
ResponderExcluirhttp://daily.healthrecord.club/?p=692
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAs vezes penso que seria melhor dormir não acordar mais ,são 24hrs por dia com dor blidando hora com a fibromialgia ora com a endometriose,não sei dizer quais das duas é a pior !A fibro vai muito além das dores,tudo é afetado o seu equilibrio ,vivo a ter tonturas,falta de ar ,taquicardia ,olhos secos ,as mucosa também secas ,irritaçao intestinal ,irritação na bexiga ...a endometriose também causa alguns destes sintomas e outros também ruim .Verdade as vezes não sei como consigo .Na maioria das vezes mantenho o bom humor e faço o que posso em outras tantas fico emprestável no sofá .
ResponderExcluirme vi no seu texto...
Excluirbom dia sou maria barra e vivo sofrendo com a endo ha 8 anos mais de dezembro de 2017 ate hoje tudo vem ficando mais dificil venho de um quadro de dengue e chicungunha ha dois anos tenho hipertiroidissmo e reumatismo estou uma pessoa totalmente incapaz de tudo não sou mais esposa para meu marido não consigo trabalhar com diginidade e não tenho força para nada abandonei a faculdade em fim e muito dificil se não tiver deus não consegue viver e preciso ter muita fe mais e complicado peco a deus por mim e por todas que sofrem com essa situação
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