No texto de hoje, mais uma tradução exclusiva do A Endometriose e Eu que vai elucidar a tal dúvida de
quem ainda tem dor após a excisão completa da endometriose. Por
isso, a escolha do especialista é muito importante. Saber que ele é realmente
especialista em endometriose e em laparoscopia faz toda diferença após a
cirurgia. Mas para isso é preciso ter certeza, pedir a comprovação que o médico
sabe mesmo. Ter acesso ao currículo lattes, e conhecer pacientes que já
operaram com ele são fundamentais. Ao menor sinal de que alguma paciente do
médico escolhido tenha tido alguma sequela, em especial, a tal dormência na
perna, que esteja arrastando ou não sentindo a mesma, procure outro. Quando se
trata de endo, não podemos ter pressa, mas sim, temos de ser seletiva. Já
falamos aqui que uma videolaparoscopia feita por um especialista não deixa
nenhuma mulher com sequela. Somente as aderências adquirimos com as cirurgias, mas
mesmo assim a "cirurgia bem feita" faz toda diferença até nisso! E eu
sou a prova viva disso, já que este é meu "grande problema" e há mais
de um ano e meio passei a ter uma vida normal, como nunca tive antes. Com especialista
e tratamentos corretos, é possível sim, controlar a doença e resgatar nossa
vida.
O blog está há quase 4 anos lutando para que a endometriose seja reconhecida como doença social e de saúde pública. O blog é o primeiro que reivindicar isso, pois só assim as mulheres terão acesso ao tratamento de qualidade de humano pelo SUS. Porque esta última palavrinha faz toda diferença também o escolher o especialista. Para que isso se torne uma realidade para as mais de 10 milhões que sofrem com a doença no Brasil, vote no A Endometriose e Eu, no prêmio TopBlog Brasil 2013 (clique aqui e dê seu voto) e compartilhe a votação entre seus amigos. O primeiro turno vai até 25 de janeiro. Conto com o voto de todos e a gentileza em compartilhar a votação entre seus amigos. E nisso, a Marcha Mundial contra a Endometriose será muito importante. Inscreva-se e venha marchar conosco. E amanhã, nova coluna do blog: Endo Jurídica. Além de ser o blog mais completo sobre endometriose do mundo, o A Endometriose e Eu vai prestar assistência jurídica gratuita às leitoras. Mais um endomarido chegando para lutar conosco nesta causa. Obrigada a todos os voluntários que estão comigo nesta causa! A união faz a força e juntos somos mais fortes. Ah, e a pedido das leitoras estamos preparando uma linha especial de camisetas para a passagem de ano novo! Aguardem e não percam! Boa leitura! Beijo carinhoso! Caroline Salazar
Dor persistindo após cirurgia com
excisão completa: Será endometriose ou algo mais?
Por doutor David Redwine
Tradução: Alexandre Vaz
Edição: Caroline Salazar
A maioria, mas não toda dor pélvica na
mulher, deve-se a endometriose. Mesmo que a endometriose se encontre na pelve,
tal não significa que seja na realidade a causa da dor que a paciente sente.
Por esse motivo, não existe forma de garantir o alívio da dor após a cirurgia
para a endometriose, mesmo que tenha sido removida toda a doença.
Felizmente, a maioria das pacientes
reporta um melhoramento significativo ou total alívio da dor após essa
cirurgia. Se a dor é por conta da endometriose, e se a doença é identificada e
removida na totalidade, a dor passa. A única incerteza é se a endometriose foi
a causa da dor desde o início.
Outras causas menos comuns da dor
pélvica incluem miomas no útero, adenomiose do útero, tecido cicatricial (as
aderências), cistos ovarianos, problemas entre a massa muscular e o esqueleto e
fatores desconhecidos afetando o útero e os ovários.
Os miomas podem ser removidos se forem
grandes o suficiente para ser vistos, e isso frequentemente pode ser feito com
o laparoscópio, sendo que os mais pequenos podem
passar despercebidos, continuar a crescer e a causar dor. O tecido
cicatricial pode ser corrigido com o laparoscópio, tal como os cistos
ovarianos. A adenomiose geralmente pode ser diagnosticada e tratada apenas com
a realização de histerectomia. Algumas pacientes com dor pélvica podem adotar
uma mudança na postura para ajudar a lidar com a dor, e isso poderá resultar em
espasmo muscular, e consequentemente, dor.
Se a portadora possui uma destas condições,
e se a outra condição não for corrigida durante a cirurgia, então, é bem
possível que no futuro venham a ocorrer mais episódios de dor. Mesmo que todos
os focos de endometriose tenham sido removidos, a endometriose continuará a ser
apontada como culpada de qualquer dor futura. Em seguida abordamos um caso real
que irá demonstrar esse fenômeno:
LS, uma paciente de 35 anos com vários
filhos, tinha dor pélvica e se submeteu a uma laparoscopia. Ainda que tenha
sido descoberta endometriose na sua pelve, não estava no local certo para
explicar a dor que sentia.
Para mais, ela não tinha uma
endometriose muito avançada. Todos os focos da doença foram removidos por mim
por laparoscopia. A paciente continuou a ter dor. Ela ainda se submeteu a
histerectomia pelo seu cirurgião habitual, e na hora da cirurgia tanto o cirurgião
como o seu assistente concordaram que não havia endometriose presente. Eu
estava presente na sala de cirurgia, desta vez, apenas como observador. Ainda
que não tenha detectado sinais óbvios de endometriose, eu vi mudanças sutis que
mostrei para eles e que foram removidas. A biópsia deu negativo para
endometriose. Até ao nível microscópico o útero estava normal.
Mesmo sem ter encontrado nenhuma
patologia óbvia, a paciente reportou um alívio da sua dor. Todos os cirurgiões
estavam em acordo que ela não tinha endometriose, mas apesar disso o
diagnóstico final foi oficialmente registrado como “Endometriose”, provando
mais uma vez que é impossível livrar da doença a partir do momento que é
diagnosticada.
O corpo sara após a cirurgia formando
tecido cicatricial. Como cirurgiões, não apenas dependemos disso, como estamos
contando com esse fato. Na cirurgia pélvica, o tecido cicatricial
pós-operativo pode causar dor, ainda que isso não seja assim tão comum
como poderíamos esperar. Se os ovários sofrerem uma cirurgia acima ou ao lado,
então, esse tecido cicatricial que os irá envolver, tem muitas chances de ser
formado. A remoção de endometriose na bexiga, ligamentos uterosacros ou do
solaho pélvico raramente resultarão na formação de tecido cicatrizacional
significativo.
Não se conseguiu até hoje nada que
consiga prevenir a formação de tecido cicatricial, e parece que as
ocorrências estão mais ligadas ao processo de cura da paciente e à localização
da cirurgia. Se o tecido cicatricial surge e provoca dor, teremos a necessidade
de um novo procedimento cirúrgico, já que não existem medicamentos que possam
ser tomados para a remoção desse tecido.
A ameaça de formação do tecido
cicatricial pós-operativo não é motivo suficiente para evitar a cirurgia para
endometriose, já que essa fuga seria aceitar um medo do desconhecido e ignorar
um problema bem real.
Quando a mulher nasce, cada um dos seus
dois ovários possui milhares de óvulos, e cada óvulo está cercado por um
pequeno folículo, que na verdade é um pequeno cisto. Como tal, cada ovário tem
o potencial de formar muitos cistos ao longo da vida. Na verdade, pequenos
cistos, geralmente, são formados antes e depois de cada ovulação, e esses
cistos normais podem por vezes causar dor. Mesmo cistos maiores podem por vezes
sumir sem tratamento. Não existem provas que possam sugerir que a cirurgia
pélvica para a endometriose torne a mulher mais pré-disposta a ter cistos
dolorosos.
A adenomiose é uma mudança estrutural
dentro da parede muscular do útero. O útero pode parecer, visualmente e ao
toque, como estando normal, e ainda assim ter adenomiose. Nem a laparoscopia
nem a histeroscopia são capazes de diagnosticar a adenomiose, e não existe
tratamento conhecido que a possa erradicar.
A maioria dos relatos na literatura médica com respeito à
persistência da doença após excisão da endometriose revela taxas abaixo de 30%
e na minha experiência tenho obtido resultados muito semelhantes. A conclusão é
de que a dor persistente ou recorrente após a excisão completa da endometriose
geralmente não se deve à doença. Focar exclusivamente na endometriose poderá
não dar a resposta adequada às pacientes com dor após excisão cirúrgica.
Boa tarde! Fiz uma videolaparoscopia ha duas semanas e fiquei com boa parte da minha coxa direita adormecida por uma semana. Em seguoda comecou a doer muito, mesmo que ainda dormente, como se a pele estivesse queimada, embora nao tenha aparencia nenhuma. Falei para o meu medico que disse que melhoraria mas nao me explicou o que era. Esta incomodando muito. Voce cita a dormencia na perna neste artigo, gostaria de saber o que seria, mas nao encontro nada na internet.
ResponderExcluirLourdes, fiz a video recentemente e tive o mesmo problema.Agora farei exame de eletroneuromiografia. Me parece que um nervo foi comprimido durante a cirurgia e estou desesperada. Como foi o seu caso depois? Você conseguiu sarar? Espero que te encontre por aqui....Abs
ExcluirBoa noite,
ResponderExcluirBom eu ja fiz 2 cirurgias uma laparoscopia e em dezembro de 2015 fiz uma aberta retirei utero, colo e trompas e mesmo assim sinto muita dor na barriga, lombar,costas e na minha perna esquerda que doe dia e noite tem momentos em que mal consigo andar ou ficar de pé.passei com uma medica que quer me operar novamente por laparoscopia pois tomo mediamentos fortes para dor como morfina e outros e a dor so alivia ja nao sei o que fazer
Boa noite.
ResponderExcluirFui diagnosticada com ENDOMETRIOSE a 6 meses, entao faço o uso de Allurene,o qual não tirou a minha dor. Sim!, diminuiu a frequência mas a dor quandoo ataca, vómitos, e sem reação do corpo são os fatores principais. Chego a babar de tanta dor e me sentir entregue à morte.
Farei agora em dezembro a vídeolaparoscopia e gosatria de saber se isso resolverá o meu problema. Se de fato, eu não sentirei mais dor e se por acaso terei que continuar o uso do Allurene, porque sinceramente, engordei mais de 10kg e nao quero mais tomar.
Alguém pode me dizer se esse inferno vai ter fim?
Meu nome é Patricia
Boa noite.
ResponderExcluirFui diagnosticada com ENDOMETRIOSE a 6 meses, entao faço o uso de Allurene,o qual não tirou a minha dor. Sim!, diminuiu a frequência mas a dor quandoo ataca, vómitos, e sem reação do corpo são os fatores principais. Chego a babar de tanta dor e me sentir entregue à morte.
Farei agora em dezembro a vídeolaparoscopia e gosatria de saber se isso resolverá o meu problema. Se de fato, eu não sentirei mais dor e se por acaso terei que continuar o uso do Allurene, porque sinceramente, engordei mais de 10kg e nao quero mais tomar.
Alguém pode me dizer se esse inferno vai ter fim?
Meu nome é Patricia
E quando o foco retirado foi na parede abdominal? Ainda sinto dor! Após um ano de cirugia, suspendi o uso de anticoncepcional e acabei menstruando, o que está me gerando muita dor onde eu operei. Alguma opinião clínica sobre, alguém poderia me dar?
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