Eu e a atriz Samara Felippo, madrinha da campanha "Vamos Conversar" que aborda a gravidez em tempos de Zika". Fotos Caroline Salazar |
Por
Caroline Salazar
No
último dia 19 de setembro participei do lançamento oficial da campanha “Vamos
Conversar”, que aborda a gravidez em tempos de Zika vírus, no espaço Praça São
Lourenço, na Vila Olímpia, em São Paulo. A apresentação da campanha ficou por
conta da doutora Hitomi Miura Nakagawa, da Sociedade Brasileira de Reprodução
Assistida (SBRA), e contou com a presença da atriz Samara Filippo, madrinha da
empreitada. "Vesti a camiseta desta campanha por ser mãe, e também por poder compartilhar deste momento que está sendo de grande aprendizado", disse a mãe de Alícia, 7 anos, e Lara, 3, que deseja ter mais filhos. "Não estou planejando, mas tenho vontade de ter mais um. Na época das minhas duas gestações ainda não se falava em Zika, mas se eu engravidar teria a preocupação de me prevenir, mas eu não ficaria neurótica", revelou Samara.
Entre
os especialistas que conversaram com os jornalistas estavam presentes: a
doutora Melissa Falcão, membro do comitê de Arbovirose da Sociedade Brasileira
de Infectologia (SBI), os doutores Mário Cavagna Neto, presidente da Sociedade
Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), Edson Borges Junior, coordenador do
departamento de infertilidade masculina da Sociedade Brasileira de Urologia
(SBU),e Newton Busso, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO).
O bate-papo descontraído com os doutores Newton Busso, Melissa Falcão, Edson Borges Junior e Mário Cavagna Neto |
Foi
uma manhã repleta de informações relevantes sobre o vírus, a microcefalia
e também a gravidez, em especial, a tardia. Muito se questionava se vale
realmente a pena postergar ainda mais a gestação por conta do risco de contágio.
Até maio de 2016 foram registradas 7.584 gestantes com suspeita de Zika. Destes
2844 foram confirmados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Vou escrever em tópicos as principais informações do evento. Mais informações sobre o
assunto podem ser sanadas no site da campanha www.gravidezemtemposdezika.com.br
que reúne dicas e informações para que o casal possa planejar a gravidez com
segurança. O site também vai esclarecer os mitos e as verdades sobre o vírus e é uma parceria das entidades médicas já citadas acima com a Merck.
-
Adiar a gravidez nem sempre é o melhor caminho, já que o Zika veio para ficar;
-
A incidência em São Paulo ainda é pequena;
-
É preciso esclarecer a população, rever algumas normas e orientar as mulheres;
-
A comunidade científica comprovou a relação entre o Zika e a microcefalia em
maio passado;
-
O problema do Zika é que atinge o embrião em sua formação, ou seja, na embriogênese;
-
80% das mulheres que adquirem o Zika não têm sintoma;
-
Se uma gestante pegar a virose, isso não significa que o bebê terá microcefalia.
A maioria dos fetos nasce sem a doença, apenas 1 a 13% nascem com a doença. A
relação é proporcional a Síndrome de Down para a mulher que engravida acima de
40 anos;
-
No verão a tendência aumentar a incidência da doença a cada ano, bem como
acontece com a Dengue;
- Quem já foi infectado pelo Zika fica
imunizado, diferente da Dengue;
-
A Chikungunya não está relacionada a má formação fetal;
-
Para as mulheres infectadas pelo Zika e que querem engravidar o melhor caminho
é controlar a doença primeiro para depois engravidar para não ingerir
medicamentos relacionados à doença durante a gestação;
-
A Sífilis e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis também têm alta
incidência e também podem afetar o bebê;
-
A idade média atual da primeira gravidez é 30 anos;
Erica Smith e Flavia Felix, ambas da comunicação da Merck. |
-
A qualidade do óvulo piora ao longo da vida. Por isso é raro uma gravidez numa
mulher acima de 44 anos com seus próprios óvulos. Na maioria das vezes, utiliza-se a ovodoação;
-
Maior número de abortos quando a mulher engravida após 40 anos. Nesta fase cai
pela metade as chances de a gravidez evoluir, tendo cerca de 40 a 50% de
chances de abortamento. Num casal jovem, com 25 anos, a chance de aborto é de
10% e até 30 e poucos anos é de 20%;
-
A mulher que opta pela gestação tardia tem maior chance de ter doenças como diabetes,
hipertensão e tireoide, dentre outras.
-
Homens que têm filhos após os 50 anos aumenta a chance de doença congênita,
como a Síndrome de Down, por exemplo. Já a mulher aos 40 anos tem uma chance a cada 100 de
ter o bebê com Down;
-
A mulher tem o direito de escolher quando quer ser mãe.
Prevenção do Zika Vírus:
-
Usar repelente e seguir as recomendações dadas pelo fabricante na embalagem;
-
O mosquito pica mais durante o dia, em especial, pela manhã. Ficar atenta;
-
Usar roupas de manga compridas, calças, e de preferência de cores claras;
-
Ficar em ambiente refrigerado, onde dificilmente o mosquito sobrevive;
-
Manter telas na janelas e portas;
-
Usar preservativo, pois há a possibilidade de transmissão do vírus pelo sexo, seja
pela secreção vaginal ou pelo sêmen;
-
Se o homem pegou o Zika e sua mulher quer ou está tentando engravidar o ideal é
manter relações sexuais com preservativo por pelo menos seis meses;
-
Se o homem pegou Zika e sua mulher está grávida é preciso manter relações
sexuais com preservativo, pois a microcefalia se dá na embriogênese;
-
A mulher que amamenta e que foi contaminada pelo vírus deve manter o
aleitamento materno, pois há mais benefícios no leite materno que malefícios
causados pela doença;
Nenhum comentário:
Postar um comentário