segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A ENDO É UMA DOENÇA ANTIGA!!! ELA EXISTE DESDE 1872!!!

Obrigada aqueles que estão votando no A Endometriose e Eu no Prêmio Top Blog Brasil 2011. Como uma das principais funções do blog é informar a população sobre a real faceta da endometriose, é um orgulho estar entre os 30 mais votados. Como o primeiro turno está acabando, eles já retiraram do site os Top 30. Peço desculpas por minha ausência. Estou com um megaproblema que está tirando o meu chão, ou melhor, eu estou perdendo o meu chão, o meu suporte. Ainda não consigo falar sobre o assunto, pois é só pensar que já caio aos prantos. Mas digo que a endometriose tem a sua parcela de culpa sobre o que está acontecendo e com a minha perda. Mas ainda tenho esperança de reconquistar o meu grande amor! Só peço que continuem rezando por mim. Outro motivo de minha ausência é que, na última semana, viajei a Manaus a trabalho. Lá tive a oportunidade de ver, admirar e babar com o encontro das águas dos rios Negro e Solimões. Que natureza exuberante a nossa! Fiquei encantada com tudo e a recepção da Suzana foi ótima.

Hoje quando entrei no blog vi postagem muito interessante das nossas queridas endomulheres de Portugal. E quero compartilhá-la com vocês. Infelizmente, nem todos os blogs sobre o assunto é íntegro, nem todos fazem com o coração. Mas o MulherEndo, das nossas irmãs portuguesas, é ótimo. O blog é feito por um grupo de mulheres portadoras da doença de lá. Apesar do pouco conhecimento sobre a endo, a doença já é considerada a da mulher moderna. Ainda sabemos que isso se deve ao fato de nos dias atuais a mulher querer trabalhar cada vez mais e postergando a gravidez. Porém, outro fator muito importante já descoberto pelos cientistas é que a endo é uma doença genética e que circula pela corrente sanguínea. Isso significa que, se alguém tem alguma portadora da doença na família, o risco de uma mulher da mesma família ter a doença é muito grande. Isso foi falado, inclusive, numa matéria em que participei do jornal “Metronews”, e também na “Folha Metropolitana”. Mulheres que têm parentesco de primeiro grau têm sete vezes mais chance de desenvolver a doença. Quando falamos doença da mulher moderna pensamos em algo que existe há pouco tempo, não. Pois é, mas quando se trata da endo, tudo pode nos enganar. Fala-se que a endo existe desde 1920.

Na verdade, acho que essa data tem a ver com os primeiros diagnósticos. Mas vendo as atualizações dos blogs que sigo, achei interessante o post do Endomulher de Portugal. Ao que tudo indica a endo já existe desde o século XIX. Ou seja, há quase dois séculos, há quase 150 anos. E ainda as pessoas não estão nem aí para a doença só porque a mulher não vai morrer por conta dela. Ah, eu acho muita ignorância de nossos governantes rejeitarem e não darem atenção a uma doença tão séria e tão grave como esta. A endo, infelizmente, destrói a mulher como um todo e em todos os âmbitos de sua vida. Enquanto Susana Guerreiro esperava por uma consulta, ela viu uma reportagem muito importante, e para nós portadoras, muito comum na “Super Interessante”, de julho de 2010. Segue abaixo a postagem para refletirmos um pouco mais sobre a doença. Porque será que na Europa, ela já é uma doença social? E isso já foi falado aqui no blog.

Segue a reprodução do texto de Susana Guerreiro.

Sentada na sala de espera, a aguardar por mais uma sessão de acupuntura, pego na revista Super Interessante. Vi a data, Julho de 2010, começo a folheá-la. Na página 54 leio, “A Cura Fatal – Apoiados numa suposta autoridade intelectual, os médicos aplicaram, durante centenas de anos, todo o gênero de tratamentos dolorosos ou ineficazes, sem nunca se questionarem.”

Interessei-me e comecei a ler, a certa altura, li o que passo a transcrever:

“Solução radical e versátil – Esta prática segue a tendência inaugurada, no último quartel do século XIX, pelo ginecologista Robert Battey. Após extrair de um ovário um quisto de sete quilos, Battey começou a congeminar uma estratégia para extirpar os próprios ovários como terapia polivalente. Em 1872, uma jovem procurou-o com queixas de que, durante a menstruação, sofria convulsões que quase a faziam entrar num estado comatoso. Além disso, tinha hemorragias em diversas partes do corpo e sentia tais dores que, na ânsia de procurar alguma espécie de alívio, se viciara em morfina. Battey extraiu-lhe os ovários e os sintomas desapareceram.”

Para mim, e provavelmente, para muitas mulheres portadoras de Endometriose, é impossível ler isto e ficar indiferente, ela tinha Endometriose… Mas estávamos no ano de 1872.

Em 2011, o que mudou? Bem, muita coisa mudou, mas não o suficiente, pois, segundo uma tomada de decisão do Parlamento Europeu em Abril de 2004, “O mais relevante desta declaração, é o reconhecimento da pouca sensibilização do grande público e dos médicos para reconhecerem os sintomas e diagnosticarem a doença. O que leva a um atraso substancial no seu diagnóstico. Estima-se em aproximadamente oito anos o tempo que medeia entre os sintomas e o diagnóstico”.

E o que vocês têm a dizer? Na verdade, em Portugal as portadoras de endo já têm um pouco a comemorar. Pelo menos lá, na Europa, a endo é uma doença reconhecida pelo governo. E reconhecido que eu digo não é apenas fornecer remédios. É o governo ajudar com dinheiro, ou com uma aposentadoria, sei lá, àquelas que não têm condições de trabalhar. Eu conheço algumas que não conseguem se levantar da cama. E nós no Brasil? O que conseguimos? Nada! Do que adianta termos ótimos cientistas que estão em busca da cura (e é bem provável que o Brasil possa conseguir essa façanha) se o governo desconhece a doença que atinge 10 milhões de brasileiras? Cadê o governo da primeira presidente em prol da mulheres? Mulheres prestem atenção em quem irão votar nas próximas eleições. Os anos passam rápido!!

Blog Mulherendo:
http://mulherendo.blogspot.com/

5 comentários:

  1. Olá querida amiga. Muito obrigada pela sua partilha e pelas suas carinhosas palavras sobre o nosso modesto trabalho aqui em Portugal.
    Infelizmente também aqui temos um longo caminho a percorrer porque estimo que cerca de 90%, ou quem sabe mais, da classe médica não sabe o que é Endometriose. E muitos dos que sabem, não ligam, não dão a devida importância e é esse também o trabalho que tentamos fazer divulgar não só pela população em geral mas também pela classe médica.
    Um grande abraço e boa sorte! ficamos a torcer para que tudo dê certo e a Endo não tire mais nada de você!
    Beijinho
    SusanaFonseca

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  2. Olá Caroline!
    Muito obrigada pelas suas palavras.
    Infelizmente a Susana Fonseca tem razão, a nossa luta cá deste lado também não é fácil. Apesar daquela tomada de decisão do Parlamento Europeu, no ano de 2004, parece que nada mudou, o público e a classe médica continua com um profundo desconhecimento relativo à Endometriose...

    Um beijinho cheio de força para vocês aí!

    Susana Guerreiro

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  3. Caramba Carol, arrasou. Este tema vai dar pano pra manga, tenha certeza. Vou reproduzir esta exelente matéria no meu blog, temos que multiplicar tão exelente conteúdo. Parabéns.

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  4. Amei seu tema e tenha certeza vou estar diariamente seguindo esse blog,só eu sei oq ue ja sofri com 8 cirurgias por causa da endo e ainda continuo sofrendo,sem muito o que fazer a não ser medicamentos e mediacmentos pra dor,Parabéns

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