A mineira Roberta Piconez, de 35 anos, que mora em Brasília Foto: arquivo pessoal |
O A Endometriose e Eu conta a história da leitora mineira Roberta Piconez, de 35 anos, e sua endometriose profunda. O relato de Roberta é mais um que comprova que a endometriose não escolhe idade para "atingir" a mulher. Infelizmente a mulher está sujeita a ter a doença desde a primeira menstruação, ou seja, em qualquer idade e não apenas na "idade reprodutiva". Geralmente é na idade reprodutiva que as mulheres são diagnosticadas, mas não que a doença tenha começado nessa época. Como as meninas estão menstruando mais cedo, é muito comum ver meninas de 8, 9 anos já sofrendo com os sintomas severos da endometriose. E é o caso da Roberta, que sofre desde seus 12 anos. Depois de quase duas décadas sofrendo com a doença, e diagnóstico errado na adolescência (olha a mesma história se repetindo), Roberta encontrou alguém que valorizasse seus sintomas e a encaminhou a um especialista. Eu realmente aplaudo médicos que sabem da importância do tratamento com um especialista e encaminham suas pacientes ao colega. E depois de tanto sofrimento Roberta teve sorte de cair nas mãos de um excelente especialista e cirurgião. Hoje, sete meses após sua cirrugia, Roberta menstrua normalmente e sem nenhuma dor. Este é mais um texto que vai ajudar a tirar mais um mito da doença: de que a doença acomete a mulher em idade reprodutiva. Compartilhe nossos textos e espalhe a correta conscientização da endometriose. Beijo carinhoso! Caroline Salazar
“Meu nome é Roberta Piconez, tenho 35
anos, sou mineira de Muzambinho, sou empresária de moda e há 12 anos moro em
Brasília. Sou casada há 10 anos e não temos filhos.
Minha luta começou logo na minha
primeira menstruação, aos 12 anos. Desde que menstruei sempre tive cólica.
Como, infelizmente, sofrer com fortes
cólicas é uma cultura normal no Brasil falavam assim: ”Isso é normal, toma um
remedinho que passa” ou “Quando casar passa” ou “Quando você engravidar tudo
isso vai passar”.. E o tempo passou, mas as dores não passaram.
Quando tinha por volta de 15, 16 anos
minha mãe me levou pela primeira vez a ginecologista, pois, minhas cólicas
estavam cada dia mais insuportável. Já nesta época até desmaios aconteciam.
Descobriram um cisto pequeno no meu
ovário e comecei a tomar pílula.
Os anos foram passando, continuei com
a pílula e sempre me cuidei. Ia ao médico regularmente, fazia todos os exames
que davam tudo normal, apesar das cólicas e idas ao hospital mensalmente.
Eu conheço todos os remédios imagináveis
para dor e cólica.
Em 2014 resolvi parar com a pílula
para dar um tempo mesmo ...ficar quase 15 anos tomando remédio não é
fácil. Parei ! Então, minha vida virou uma loucura... fluxo terrível,
dores intermináveis, gases, médicos, exames e nada!
Em 2016, quando fui fazer meus exames
periódicos, minha médica doutora Marta de Betânia, solicitou uma
transvaginal com preparo , onde apareceu a endometriose. Já havia ouvido falar sobre
a doença, porém era leiga. Minha médica me encaminhou para um especialista, o
doutor Alysson Zanatta.
No dia da consulta, logo de cara já
me simpatizei com ele. Minha consulta demorou umas duas horas ele fez questão
de me explicar tudinho. Já estava com endometriose profunda. Sai de lá com dois
sentimentos: aliviada por descobrir o que tinha, e ao mesmo tempo, assustada
com tanta informação e falta de conhecimento.
Depois de muitas conversas,
pesquisas, decidi operar. Dia 27 de julho de 2016, o doutor Alysson Zanatta com
sua equipe me operou no Hospital Santa Luzia em Brasília. Foi uma cirurgia
monstra, com duração de oito horas e foi retirado 30 cm do meu intestino.
Fiquei cinco dias internada, meu pós-cirúrgico
foi bem tranquilo, dentro do esperado.
Tive que ficar 20 dias de sonda,
porque como mexeu muito, o doutor Alysson achou melhor. Fiz fisioterapia
pélvica por alguns meses e menstruei normalmente logo depois da cirurgia, e o
melhor de tudo: sem nenhuma dor.
Já completei sete meses pós-cirurgia,
desde então, tenho minha menstruação normal, pois não tomo nenhuma medicação, nenhum
hormônio e não sinto mais nenhuma dor (nem na relação sexual e muito menos
cólica menstrual). Tenho certeza que estou curada!
Gostaria de falar para todas as
leitoras, que não me arrependo nem um minuto da cirurgia, ela só me fez bem.
Fiquei com muito medo, chorei, sofri. Mas graças a Deus estava com um médico
maravilhoso, meus pais e meu esposo juntos de mim. Ter a confiança no
cirurgião me deixou segura. Por isso é muito importante que você encontre um
bom especialista, que seja um excelente cirurgião e que saiba fazer a remoção
máxima da doença. Só assim podemos exterminar a endometriose de nossas vidas. E
isso é possível.
Durante muito tempo tive minhas dores
negligenciadas. Se eu puder dar um conselho às mulheres que sofrem no período
menstrual é: busque ajuda! Não é normal sentir dor. O período menstrual tem de
ser como qualquer outro: sem dor.
Próxima fase da minha vida: Ser mãe!
Espero voltar em breve para contar esta novidade para vocês. Torçam por mim!
Beijo carinhoso, Roberta”.
Incrível como a história sempre se repete..
ResponderExcluirQue Deus abençoe sua nova fase.
Isabela
Roberta, linda a sua história de superação! Que Deus te abençoe e te conceda a graça da maternidade, estou na torcida por você e todas as endomulheres.
ResponderExcluirTambém tive endometriose profunda, fiz minha cirurgia em 01/12/2016, da qual retirei 10cm do intestino. Graças a Deus e aos bons médicos que tive, ginecologista especialista e gastro, tudo correu muito bem e tive e estou tendo uma ótima recuperação.
Agora também espero pela maternidade, estou gestando meu bebê no coração, por enquanto.
Abraços!!
Incrível como a história se repete! Menstruei aos 13 anos e sempre sofri com cólicas, desmaios... Quando eu ia ao médico, mandava eu tomar anti-inflamatório... Fiz uso durante anos. Até que me casei em 2004 e dois anos depois veio o desejo de ser mãe... Depois de muitas tentativas, muitas dores, e não conseguir engravidar, procurei uma endocrinologista que me deu maior atenção e disse que cólica não é normal e os ginecologista tem tratado de qualquer jeito. Descobri a doença em 2013, em 2015 operei para retirar uma infecção na trompa esquerda. Estou tratando com Pietro e ainda sonho em ser mãe. Mesmo os médicos dizendo que é impossível. Só tenho chance com FIV.
ResponderExcluirRoberta, como foi a sua recuperação com a retirado de um pedaço do intestino? Também fiz a cirurrci e a minha recuperação dessa parte esat sendo bem difícil.
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