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Por Caroline Salazar
Edição: doutor Alysson Zanatta
A
DIFICULDADE DE ACHAR ESPECIALISTA EM ENDOMETRIOSE E DICAS DE COMO ESCOLHER O
SEU!
Apesar
de ser a doença ginecológica mais estudada dos últimos 15 anos, com mais de 20
mil artigos científicos publicados na PubMed - US National Library of Medicine National - Institutes of Health,
considerada a maior biblioteca médica do mundo, a endometriose ainda é uma
doença desconhecida não só da sociedade, mas de muitos médicos, especialmente,
de ginecologistas. Grande parte da falta de conhecimento já se inicia a partir
do mecanismo de como surge à doença. Teorias sem comprovação científicas são
aceitas e tidas como verdade absoluta, o que leva a um mau entendimento da
doença e, consequentemente, a tratamentos falhos e altas taxas de reincidência.
Segundo
o cientista americano doutor David Redwine, nosso parceiro e grande
revolucionário no conhecimento e tratamento efetivo da doença, com a excisão
total da doença é possível a cura de 50 a 100% dos casos. Visão completamente
diferente de muitos que acreditam na teoria de Sampson ou da menstruação
retrógrada – teoria que afirma que a taxa de recorrência é de 100% já que a
doença pode voltar a cada mês com a menstruação. Para Redwine o conceito de que
a doença sempre volta está errado (leia a entrevista que fiz com ele em suapassagem pelo Brasil em 2014).
No
Brasil há poucos cirurgiões que fazem a excisão completa da doença. Já falamos
num texto do doutor Redwine como é a manifestação da doença (leia o texto "A evolução da cor dos focos relacionada à idade" e "A aparência visual da endometriose e seu impacto sobre os conceitos da doença"). Infelizmente ainda há muitos
mitos e equívocos sobre a doença.
Entender a origem da doença é o primeiro passo para ter um tratamento eficaz e
permanente. Os especialistas que creem na teoria da menstruação retrógrada não
acreditam que a mulher pode ter dores (cólicas) fora do período. Com isso, em
muitos casos, esses especialistas já descartam a doença nas mulheres que sofrem
com dores durante grande parte do mês ou em todos os dias.Por
isso um ponto importante é o médico acreditar no que sua paciente está falando.
Mas,
claro, primeiro ele tem de saber de onde ela vem. A cólica menstrual não é
levada a sério, é tida como frescura por muitos médicos, até mesmo por
ginecologistas. Aliado a isso ainda há a questão de alguns sintomas serem
confundidos com outras enfermidades. Tudo isso retarda ainda mais o
diagnóstico, que tem média mundial de sete a 12 anos. São muitos anos de
sofrimento até obter um diagnóstico. Até isso acontecer a mulher já foi a um,
dois, três, quatro, sete, oito, dez médicos. Uma verdadeira peregrinação atrás
de alguém que esteja disposto a ouvir a paciente e ajudar a descobrir de onde
vem às dores que ela sente.
Reconhecer
os sintomas, saber distinguir a cólica normal da de endometriose também é de
extrema importância para o médico suspeitar que a mulher tem a doença. Na anamnese
detalhada, aliada ao conhecimento do médico, ele já pode suspeitar se essa
paciente pode ter endometriose ou não. Cada endomulher é única, portanto, cada
tratamento é individualizado, pensando no bem-estar e na recuperação da
qualidade de vida para aquelas que sofrem com as dores severas.
Uma
dica que dou para quem vai à primeira consulta com o especialista é: converse
com as pacientes dele na sala de espera do consultório. Esse é um grande
termômetro para saber se o médico é um bom cirurgião ou não. Com elas você vai
poder ver se as pacientes recuperaram a qualidade de vida, se seus órgãos
reprodutores foram preservados na cirurgia, se a paciente teve ou não
reincidência e etc. Nunca vá a um cirurgião só porque ele tem fama. Vá pela
qualidade do trabalho dele em resgatar a qualidade de vida, vá naquele que retira
toda a doença. Procure aquele que te escute e, que, principalmente, que te
acolhe e que fala que vai te ajudar e resolver seu problema, e não naquele que
vai te arrumar mais problemas. Beijo carinhoso!
Nem e tão simples assim arrumar um bom cirurgião, pois tudos falam que vão acabar com a doença. A endometriose nao tem cura, e não verdade que se resolve com cirurgia. Me perdoe a sinceridade. Só pode ser controlada e as vezes até isto se torna difícil
ResponderExcluirAzucena, minha querida, concordo que não é tão simples arrumar um bom cirurgião. Te convido a ler a coluna do doutor David Redwine. Poucos são aqueles que falam em cura. Infelizmente, você está equivocada, mas faz parte já que a maioria dos especialistas tem este mesmo discurso. Este texto foi editado por um grande cirurgião brasileiro, o doutor Alysson Zanatta. Se alguma informaçaõ tivesse errada, com certeza ele teria a tirado. Uma de nossas missão é justamente passar a correta informação e conscientização sobre a doença. Leia a coluna do doutor Redwine e conversaremos depois. Beijo carinhoso!
ExcluirPerdi quase 3 anos tentando engravidar e não sabia que tinha a doença.
ResponderExcluirPassei por 3 médicos diferentes. Fiz uma pancada de exames com todos eles e nenhum diagnosticou ou, ao menos, sugeriu a doença. Pelo contrário, disse que eu tinha que continuar tentando engravidar naturalmente e que era uma questão de tempo e ansiedade.
Concordo quando dizem que temos que conversar e buscar informações sobre o cirurgião/especialista. E foi exatamente isso que fiz, mesmo sabendo que ele é o "cara" em reprodução humana, ginecologia e endometriose.
Sinto-me segura com ele e sua equipe, além do currículo, sempre bati papo com as pacientes que estavam aguardando serem atendidas e isto me trouxe mais segurança e tranquilidade.
Só tem uma coisa que me intriga: POR QUE EU NÃO POSSO ENGORDAR?
Sou magra. Tenho 1,69 de altura e 55Kg. Engordei 3kg após a cirurgia, ou seja, estava com 52Kg e o meu médico frisou que é para eu me manter magra, mas me passou uma lista de alimentos "Proibidos" para não consumir, tais como: manteiga, margarina, requeijão, bolo, bolacha, pizza, sanduíche, batata, churrasco, etc.
Tenho uma alimentação saudável, mas nem "de vez em quando" posso consumir esses alimentos. Eles estão proibidos!
Segundo meu médico, se eu engordar irá dificultar engravidar e aumentar a probabilidade da endometriose voltar.