Depois do Outubro Rosa vem o Novembro Azul. Sou muito a favor de tudo que é para conscientizar sobre uma determinada doença. Apesar do A Endometriose e Eu ser voltado à saúde da mulher, em especial, à endometriose, tem muitos companheiros de portadoras que acessam o blog. Muitos já me disseram que foram eles quem achou o blog na internet. Por isso em homenagem aos endomaridos pedi à fisioterapeuta e doutoranda em Urologia Ana Paula Bispo um texto bem completo sobre o câncer de próstata, abordando também os tratamentos, algumas consequências da doença, tais como a incontinência urinária e a disfunção erétil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) haverá cerca de 61.200 novos casos de câncer de próstata no Brasil em 2016. O que corresponde a 61,82 casos novos a cada 100 mil homens. Uma estimativa alta. Por isso é preciso falar e muito sobre o câncer de próstata. Afinal saúde é coisa séria e os homens também precisam cuidar da sua e visitar regularmente um urologista para se prevenir. Beijo carinhoso! Caroline Salazar
Por doutora Ana Paula Bispo
Edição: Caroline Salazar
Novembro Azul: mês de luta e de conscientização do câncer de próstata
A próstata é um órgão muito pequeno que se situa logo abaixo
da bexiga e à frente do reto. Ela envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo
qual a urina armazenada na bexiga é eliminada, além de produzir parte do sêmen,
liberado durante o ato sexual.
No Brasil, o câncer de
próstata é o segundo mais comum entre os homens em todas as regiões do país,
perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma. O único fator de risco bem
estabelecido para o desenvolvimento do câncer de próstata é a idade. Aproximadamente
62% dos casos diagnosticados no mundo ocorrem em homens com 65 anos ou mais.
Alguns desses tumores podem
crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à
morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para
atingir 1 cm³) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a
saúde do homem.
Na fase inicial, o câncer de próstata tem evolução silenciosa. Muitos
homens não apresentam nenhum sintoma ou quando apresentam, são semelhantes aos do
crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar
mais vezes durante o dia ou a noite).
Com a introdução na prática
clínica na década de 1990 do PSA (Prostatic Specific Antigen), em conjunto com
o exame de toque retal, trouxe a possibilidade de diagnosticar lesões malignas
enquanto ainda localizadas na próstata, o que permite, na maioria das vezes,
tratamento curativo.
A
Prostatectomia Radical é o tratamento padrão-ouro para o câncer de próstata
localizado, sendo recomendado pela maior parte dos urologistas. Apesar
da cirurgia apresentar bons resultados no controle da doença, a incontinência
urinária e a disfunção erétil são suas principais complicações pós-operatórias.
A incontinência
urinária afeta o homem substancialmente, levando-o ao desânimo, a depressão e a
exclusão social, e tem sido colocada como mais impactante que a disfunção
erétil na qualidade de vida do paciente.
Fonte imagem: Master Clinicas
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A intensidade e a duração
da incontinência urinária pode ser variável, pois a sua ocorrência é
diretamente relacionada ao grau de lesão que ocorreu no esfíncter distal
durante o ato cirúrgico. É por esse motivo que alguns pacientes que realizaram
a cirurgia não desenvolvem o problema, enquanto outros desenvolvem perda severa
de urina.
O tratamento
fisioterapêutico nesses casos é para a reabilitação dos músculos do assoalho
pélvico. O treinamento dessa musculatura visa melhorar a força e a resistência
muscular da região, promovendo assim o fechamento uretral. O tratamento
pode ser realizado por meio de exercícios dos músculos do assoalho pélvico, biofeedback, eletroestimulação com
eletrodo anal, ou a combinação desses métodos.
Sobre a fisioterapeuta Ana Paula
Bispo:
Ana Paula Bispo é fisioterapeuta,
atualmente faz doutorado em Urologia na Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), é mestre em Ginecologia pela Unifesp, mesma instituição que fez
especialização em Reabilitação do Assoalho Pélvico, e docente do curso de
Pós Graduação de Fisioterapia em Uroginecologia da Universidade Estácio de
Sá. Siga a fanpage da
doutora Ana Paula Bispo.
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