Ao ler seu testemunho, pela primeira vez, meus olhos encheram de lágrimas. Transportei-me à sua história e recordei de partes dela. Porém, confesso que fiquei bem emocionada ao relembrar de quanto ela foi guerreira (como todas nós!). Penso que não foi fácil, mas graças ao apoio do marido, ela deu a volta por cima e transformou seu sofrimento em solidariedade. Ela ajuda muitas mulheres com palavras de conforto e carinho no grupo de apoio de seu país, o MulherEndo. O mais confortante foi vê-la dizer que relembrar tudo isso deu-lhe ainda mais força e paz. Com certeza, sua história irá salvar muitas vidas femininas do sofrimento, mostrando que existe luz no fim do túnel. E agradeço muito por ela contar estes momentos de sua vida no A Endometriose e Eu. É o blog mais lido do mundo sobre endo, em busca do reconhecimento da endometriose como social no Brasil. Acho que após a matéria da revista Women’s Health Brasil (a revista mais importante sobre saúde da mulher no mundo), estamos no caminho certo. E fico emocionada também, pois sempre quis contar histórias de mulheres de outros países. A da Carla foi a segunda, a primeira foi da americana Candice Frederiksen, que tem endo na pelve e nos pulmões. Quer ter sua história com a endometriose contada aqui? Escreva para carolinesalazar7@gmail.com Beijos com carinho!! Caroline Salazar
“Meu nome é Carla Cerqueira, tenho 32 anos e moro em Lisboa, Portugal. Sou casada há sete anos, após 4 anos de namoro. Em 2008, descobri que tinha ovários micropolicísticos (tinha ciclos enormes e não ovulava), fiz eco que confirmou! Após seis meses comecei a usar o Dufine para ajudar na ovulação. Após 11 meses engravidei. Em 26 de Fevereiro de 2009, a Mariana nasceu e, depois de 7 meses de amamentação e com a vinda da menstruação, vieram também as dores. Fui a minha ginecologista de sempre que ao fazer toque sentiu uma massa. Ela pediu para fazer eco durante 3 meses (uma por mês ) e recebi o diagnóstico de endometrioma (nota da editora: endometriose nos ovários) que não parava de crescer. Isto sempre tomando a pílula Mercilon. Ficou decidido que a cirurgia seria para tirar o endometrioma e ver se a endometriose estava em algum órgão. As minhas dores sempre foram mais a nível intestinal e sexual. Houve fases em que eram quase diárias... tive dias que nem sabia como aguentava tantas dores. Era uma tortura ir ao banheiro! Gritava e chorava por conta das dores para evacuar! O sexo era doloroso e por vezes até evitava!
Em 14 de Janeiro de 2011 dei entrada e fui submetida a laparoscopia. Sabia que a situação esteva feia, mas não pensei que fosse tanto! Tinha endometrioma no ovário esquerdo, aderências nos ovários, nas trompas, na bexiga e nos intestinos e adenomiose (nota da editora: endometriose dentro do útero). A médica limpou o mais que pode. Perdi muito sangue e quase fui submetida a laparotomia (nota da editora: cirurgia aberta, tipo a cesárea), tal era o estado em que eu estava. Ver e ouvir a médica a falar nisto quase a chorar mexeu-me imensamente comigo, pois não sabia quase nada sobre esta doença. Passados uns meses queixei-me com dores intestinais e voltei à nova consulta! Tomei Lucrin (nota da editora: remédio para induzir a menopausa precoce, para não haver a produção de hormônios) por 3 meses e adorei a menopausa! Tive uns três calorões que passaram em pouco tempo. Fiz uma colonoscopia (nota da editora: exame endoscópio do intestino grosso), mas como não foi feita por um especialista não acusou nada. Fui aconselhada a procurar um especialista e, por meio de pesquisas, encontrei a doutora Filipa Osório, uma médica fabulosa e muito humana. No fim de 2011 iniciei exames. Fiz ressonância magnética pélvica, eco pélvica vaginal e eco renal e vesical. Acusou tumor reto vaginal, cisto paratubário, aderências nos intestinos e nos ligamentos uterossacros e adenomiose
Ia com o risco de ser necessária anastomose do intestino (nota da editora: sutura entre dois segmentos do tubo digestivo para a reconstituição do trânsito intestinal) e o meu maior medo era a colostomia (nota da editora: bolsa afixada no abdômen, por meio de uma incisão, com o objetivo de drenar as fezes, quando o intestino grosso, reto ou ânus não funciona normalmente), mas felizmente não foi necessária. Fui operada pela doutora Filipa em 17 de Abril de 2012, pelo meu plano de saúde e correu tudo muito bem. E uns tempos após cirurgia sinto-me muito bem... os intestinos trabalham que é uma maravilha e a minha vida sexual melhorou imenso. Só isto para mim é a felicidade pura! Por isso digo que após uma cirurgia é sempre a melhorar e não há que ter medo que ir ao médico. O nosso corpo dá sinais e temos de saber decifra-los Após a cirurgia tentamos engravidar com a ajuda de medicação para menstruar e ovular. Neste momento decidimos parar por uns tempos porque passei mal com a medicação e seus efeitos secundários. A nosso ver, saber parar também tem a sua sabedoria. Afinal, temos uma filhota linda que precisa de mim 24h por dia. Sou Mãe a Tempo Inteiro com muito orgulho! A minha Pipoca merece ter a mãe como sempre teve. Com energia e paciência. Beijos com carinho!!" Carla Cerqueira
Minha querida Caroline muito obrigada pelas tuas palavras. Realmente a empatia, a amizade e o carinho não têm fronteiras.
ResponderExcluirPara mim foi mesmo importante falar sobre como tudo se passou comigo. Foi mesmo libertador!
Beijinhos com carinho.
Oi Carla!
ExcluirTudo bem?
Libertador para você e incentivadora para muitas mulheres que carregam consigo a dor, o medo e a vontade de desistir. Sua história é muito valiosa para todas nós portadoras de endometriose. Obrigada por dividir conosco!
Beijos, com carinho
Hosana Santana
Olá,
ResponderExcluirAo ler este relato fico com a certeza de que vale a pena viver e de que vale a pena acreditar que tudo pode melhorar.
Beijinho à Carla por aquilo que ela é e parabéns à autora deste blogue por contribuir para uma melhor divulgação desta doença que ainda é tão desconhecida.
Rui Manticora
Muito obrigada Rui pelas tuas palavras. Beijinhos.
ExcluirOi Rui!
ExcluirTudo bem?
Sempre vale a pena acreditar que tudo pode melhorar. Têm dias que são difíceis, mas são história como a da Carla que faz acreditar que dias melhores sempre virão.
Beijos, com carinho
Hosana Santana
Conhecemo-nos de outras andanças, mas a Carla sabe que pode sempre contar com a minha amizade também, e apoio para as fases já ultrapassadas e para as que ainda hão-de vir. Continuo na torcida por uma gravidez expontânea, e que venha um irmãozinho para a Pipoca.
ResponderExcluirBeijinho Carla
Muito obrigada companheira de gravidez e maternidade :)Beijinhos
ExcluirOi Carla!
ExcluirTudo bem?
Obrigada pela suas palavras a nossa guerreira Carla Cerqueira! E eu também estou na torcida para um irmãozinho para Pipoca.
Beijos, com carinho
Hosana Santana
Nossa como nossas histórias são parecidas, eu vou a meio do caminho, mas ganhei forças agora.
ResponderExcluirObrigada Carla e beijinhos.
Que bom que a minha história te ajuda de alguma forma. Beijinhos e boa sorte e pensamento positivo sempre.
ExcluirOi Carla Marialva!
ExcluirTudo bem?
Isso mesmo, força e fé sempre. Nunca podemos perde a esperança de dias melhores.
Que tal você contar sua história também aqui no blog para incentivar outras guerreiras que passam pelo mesmo problema que nós? Se sua resposta for sim, por favor, escreva sua história e envie para carolinesalazar7@gmail.com
Se precisar estamos aqui.
Fique bem.
Beijos, com carinho
Hosana Santana
Linda historia e realmente nos emociona,pq quem tem essa doença sabe que é uma luta diaria,pouco conhecida,graças a Deus que esta nas mãos de uma boa profissional e ja tem uma filha,que benção!
ResponderExcluirMuito obrigada pelas tuas palavras. Tive muita sorte sim com os médicos que me têm tratado. Bjs
ExcluirOi Ana Paula!
ExcluirTudo bem?
Você está certa, é uma luta diária, muitas de nós com uma carga que não aguentamos carregar e sem ter a quem pedir socorro, digo isso me referindo as dores, ao medo e a incompreensão. São idas aos PS, são médicos que não respeitam, não entendem, são diagnósticos errados e também familiares e/ amigos que nos abandonam quando mais precisamos de apoio, de compreensão. A dor é sempre imensa e torna-se mais difícil quando encontramos no caminho alguém que não entende o que passamos. A doença é pouco conhecida, mas contamos com todas as portadoras de endometriose para mudar essa realidade.
Fique bem.
Beijos, com carinho
Hosana Santana
Não tenho palavras... Ler esse relato em um momento em que penso em desistir me faz pensar que alguém conseguiu sobreviver a isso... Obrigada por compartilhar!!!
ResponderExcluirUma pessoa sobrevive a tudo se tiver força e apoio familiar. Também vais conseguir...pensamento positivo que melhores dias virão. Beijinhos
ExcluirOi Paula Fernanda!
ExcluirTudo bem?
Desistir jamais, exclua essa palavra da sua vida. Lute até a vitória chegar, é difícil, eu sei, mas precisamos ter esperança que dias melhores virão.
Qualquer coisa, estamos aqui para ajudá-la, mesmo que seja com uma palavra.
Fique bem.
Beijos, com carinho
Hosana Santana
Um relato emotivo que demonstra bem a longa batalha que enfrentaste, mas da qual saiste vencedora. Es uma mulher cheia de força e determinaçao. Muitos beijinhos amiga
ResponderExcluirObrigada Caroline Salazar pelo seu site, quantas respostas estou encontrando!!! Como é bom encontrarmos pessoas que realmente entendem da dor e do sofrimento que estamos falando. Obrigada Carla Cerqueira por contar-nos a sua história e ajudar-nos a encontrar a coragem para enfrentarmos essa doença. Bjs Andreia Rosa
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