A felicidade de Tatiana Mota Rodrigues, de Brasília, após a cirurgia que removeu toda sua endometriose - Fotos: divulgação |
O A Endometriose e Eu conta mais uma história de sucesso. Desta vez é a da Tatiana Rodrigues Mota, que mora em Brasília, no Distrito Federal. Após anos de peregrinação por cerca de 10 médicos e de descaso da maioria deles, Tatiana achou "um anjo", como descreveu, em Brasília que removeu toda sua endometriose, e que a possibilitou a viver sem remédios, não só anti-inflamatórios, como também sem anticoncepcional. Sim, isto é possível. Mais um testemunho de fé que vai levar esperança e perseverança a muitas endomulheres. Nós achamos que encontramos "ótimos" médicos apenas nos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, mas no caso da endometriose tem um excelente médico no centro-oeste, lá em Brasília. Até agosto de 2014, doutor Alysson atendia duas vezes por semana no Sírio Libanês, na capital paulista, mas após o nascimento de sua filha, ele abdicou de viajar semanalmente para São Paulo para ficar mais perto da família. Tatiana estamos aqui torcendo pelo seu positivo. Beijo carinhoso! Caroline Salazar
“Menstruei
pela primeira vez em janeiro de 1989 – eu morava em Teresina (PI) – aos 10 anos e 11 meses de idade. E já foi com
cólicas e muitos coágulos grandes, mas nessa época, tratava as cólicas com
remedinhos caseiros e Buscopan. As menstruações seguintes também foram seguidas
de muita dor, só que a dor ia aumentando mês a mês. Após um ano, as cólicas
menstruais eram acompanhadas de vômitos e diarreia.
Com
o passar dos meses, aos 13 anos, as cólicas já estavam muitos intensas, muita
dor, acompanhada de vômitos, diarreia, dores na lombar, nas pernas... As cólicas
eram tão fortes que eu tinha formigamento nos pés e nas mãos, eu ficava
geladinha, super pálida. Era um mal estar indescritível, muita dor no estômago,
enjoos.
Ainda
adolescente, fiz as primeiras ecografias, mas não dava nada. Apenas aos 19 anos apareceu um mioma pequeno do lado externo do útero e um cisto no ovário
esquerdo. Não davam, nos resultados, nem ovários policísticos. Como eu era
virgem não podia fazer transvaginal.
Cheguei
a tomar todos os anti-inflamatórios da época. Nas primeiras vezes até que
aliviava as dores, porém três a cinco meses depois não fazia mais efeito. Aí... lá ia
eu para o hospital tomar Buscopan na veia.
Minha
tia Verbena (a que tenho como mãe) trabalhava no hospital da prefeitura do
nosso bairro, o Hospital da Primavera. Todos por lá me viram crescer, e quando
cheguei à adolescência também acompanharam o meu sofrimento: e era um mês sim e
outro também que eu ia para lá tomar remédio injetável para cólica. Quando o
médico perguntava o que eu queria, eu dizia: tirar o útero doutor, não aguento
mais tanta dor. Mas como eu era nova e não tinha filhos, os médicos logo diziam
que não, de jeito nenhum, pois um dia eu ia casar e querer ter filhos. Eu
sempre respondia: eu não quero ter filhos, pois se a menstruação já e assim
imagina então como não será uma gravidez!
Nenhum
ginecologista sequer pronunciou a palavra “endometriose.” Me
diziam: quando casar, passa! Com
o passar do tempo, a minha tia que cuidava de mim já não aguentava mais me ver
com tantas dores, vômitos, diarreia e dizia: "Isso só pode ser psicológico!" Eu
ficava irada!
Quando
eu menstruava, todos ficavam sabendo: em casa, no trabalho, na escola.
Mas
eu tinha que seguir a minha vida normalmente: trabalhar, estudar, tinha os afazeres
domésticos. Nem eu e nem a minha família tinha carro na época. Então, eu andava
pela rua a pé com muita dor e vomitando até chegar ao hospital. Nunca peguei um
dia de atestado médico sequer, afinal diziam que ter cólica menstrual é normal! Toma um
remédio que passa! E, com o passar do tempo, as pessoas se acostumam a ver a
gente passando mal, aí é que a situação fica normal mesmo!
Com
o passar do tempo nada de melhorar as cólicas – só pioravam. Minha tia passou a
deixar a medicação injetável em casa. Então, quando vinha a menstruação, ela logo me aplicava. Só que as dosagens foram só aumentando, porque eu
ia me acostumando com a medicação que não fazia mais tanto efeito. O jeito era
aumentar a dosagem do Buscopan. Eu cheguei a tomar ampolas de 10 ml. E tive
problemas quando mudei de cidade e fui para Brasília, porque os médicos só me aplicavam no máximo
2 ml.
Eu
me casei com quase 24 anos. Após o casamento fiz um ultrassom transvaginal, que
não deu nada significativo, só o mesmo de sempre: um cisto no ovário e um mioma
na parede externa do útero.
Após
quase 10 anos de menstruação, eu comecei a tomar Tandrilax, era o único
anti-inflamatório que fazia efeito. No começo, em 1999, eu tomava um por dia no
período menstrual, e resolvia. Mas com o passar do tempo, nós sabemos o que
acontece: o organismo se acostuma com o remédio e ela passa a não fazer mais
efeito. Com isso eu fui aumentando a dosagem, e em 2008, eu tomava de 3 em 3
horas, e fora do período menstrual também.
O
que eu não sabia é que o Tandrilax causava irritabilidade, veja: http://www.keacamp.com/efeitos-colaterais-de-tandrilax/. Eu só descobri isso por acaso, em 2008, em uma viagem
internacional que fiz e o guia comentou comigo que não tomava mais essa
medicação porque causava-lhe muita irritabilidade. Então procurei a bula e vi
que realmente constava esse efeito colateral. Só aí eu fui entender o porquê eu
tinha me tornado tão agressiva, vivia irritada o tempo inteiro, mau humor,
impaciente. E eu era o oposto disso tudo antes de me casar, então fui juntando
os fatos, e percebi que a minha “mudança de personalidade” coincidia com o
início do uso contínuo dessa medicação.
Mas
eu não tomava só o Tandrilax, eu tomava também relaxantes musculares e omeprazol. Eu vivia dopada, só depois da cirurgia com o doutor Alysson Zanatta,
que parei de tomar todas essas medicações, foi que percebi isso, pois tudo que
sentia devido a esse remédio passou!
Pois
bem, em 2008, com o humor terrível, sempre irritada, sempre com muitas dores,
falta de libido, muitas dores na relação sexual – o que reduziu
significativamente as atividades sexuais, o marido me deu um ultimato: ou você
vai se tratar ou a gente se separa!
O
problema era: como me tratar? Os médicos diziam que tudo era normal! Não
relacionavam qualquer alteração no humor, no ânimo a um problema físico. A
história era sempre a mesma: toma analgésico e anti-inflamatório no período
menstrual.
Mas
ainda assim, fui ao médico, um ginecologista, que após receber o resultado dos
exames de sangue, viu que o meu CA125 era de 111 ou 140 (não lembro direito),
um valor muito alto, então ele suspeitou de endometriose e resolveu fazer uma videolaparoscopia
para diagnosticar a doença (nesse tempo – há pouco menos de oito anos – não se falava
em ressonância magnética, muito menos em transvaginal com preparo intestinal).
Fiz
a cirurgia e foi diagnosticado endometriose severa, de grau IV, com muitos
focos, muitas aderências, com comprometimento de toda a região pélvica,
inclusive infiltração no intestino. Então, ele me falou previsões terríveis: que
eu tinha que fazer outra cirurgia com urgência para cauterizar os focos e que
talvez fosse necessário tirar um pedaço do intestino, que eu só iria engravidar
por FIV, e talvez, não foi nem certeza. Me falou que eu teria que, após a
cirurgia, tomar uma medicação para suspender a menstruação, o Zoladex, que
causaria uma menopausa temporária, e eu sentiria alguns sintomas próprios da
menopausa. E de fato senti: um calor infernal, dava vontade de sair correndo
nua pela rua!!!! E que essa medicação faria os focos que ele não conseguiria
tirar involuir, até desaparecer.
Pois
bem, fiz essa segunda videolaparoscopia e tomei o Zoladex 10,8 em seguida (após
brigar muito com o plano de saúde). Fiz a cirurgia em julho de 2008, em agosto
tomei a 1ª dose do Zoladex e em fevereiro de 2009 tomei a 2ª dose (eu tomei a
dosagem máxima permitida, pois se tomasse mais, eu entraria em menopausa
permanente, segundo o médico). Foi o melhor período da minha vida: ficar sem
menstruar e sem cólicas. Apesar dos efeitos colaterais, para mim tudo valia a
pena na época. Ah! Mas as dores na relação sexual não passaram não!!!! Nem a
irritabilidade e muito menos o mau humor.
Mas
em novembro de 2009 voltei a menstruar, com cólicas… Então o ginecologista me
disse que eu teria que tomar anticoncepcional de uso contínuo e o que
melhor funcionou foi o Gestinol.
Mesmo
sem sentir cólicas menstruais, eu sentia dores pélvicas, de menor intensidade,
sempre latejava o lado esquerdo da pelve, eu achava que era o ovário, mas numa
consulta com um outro médico de outra clínica, ele disse que o ovário não doía,
o que doía em mim era o intestino, a alça intestinal.
Quando
retornei ao ginecologista que fez as minhas primeiras cirurgias para exames de
rotina e acompanhamento da endometriose, ele verificou que os focos não haviam
involuídos (como ele esperava que acontecesse). Então ele me encaminhou para um
especialista em fertilização, porque este profissional saberia fazer uma
cirurgia de endometriose grau IV, coisa que ele não fazia. Ele me indicou um
especialista em reprodução humana, muito conceituado na classe médica.
Mas
antes de ir a esse especialista, eu peregrinei em vários outros ginecologistas,
cerca de uns 10, e todos me diziam a mesma coisa: o diagnóstico está correto;
eu não faço essa cirurgia e; indicaram o
mesmo especialista em reprodução humana. Eu achei que esse médico era o
“bambambam” para tantos outros o indicarem. Até eu descobrir que era o único
que fazia cirurgia de endometriose grau IV, como a minha, aqui em Brasília, pois
se tinha outro que fizesse não era conhecido pelos outros ginecologistas.
Então,
em 2010, depois de cansar de ir a outros médicos, resolvi pagar a consulta com
esse especialista (os outros atendiam pelo plano de saúde), e ele me passou os
exames: colonoscopia, ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e
ressonância magnética. O resultado foi triste: eu estava pior do que antes das
cirurgias anteriores, em 2008.
O
valor dos honorários médicos ficariam em
R$ 7.000,00 na época , mas disse-me que para eu fazer a cirurgia eu teria que
perder peso. Eu estava com mais de 70 kg, e precisava chegar a uns 62 kg para
fazer a cirurgia, senão não iria adiantar, iria aderir tudo de novo e eu também
não iria conseguir engravidar, o que ele já achava difícil pelo quadro clínico
de endometriose severa. Ele não me deu nenhuma garantia de que a doença não
voltaria e disse que só engravidaria com FIV.
Então,
como eu precisava perder peso, fui ao endócrino e comecei a tomar medicação
para emagrecer, dentre elas, o Femproporex, que a Anvisa proibiu no final de
2011. Foi aí que eu fiquei irritada mesmo. A medicação não era anfetamina, mas
tinha um pé na família. Então, os meus problemas de relacionamento só pioraram.
E
por falar em relacionamento, durante todo esse período só foi piorando. Eu que
era conhecida como “um poço de paciência”, um “doce”, super gentil, educada,
etc… passei a ser uma pessoa grossa, insolente, irritada, impaciente. Mas eu
não percebia isso. Só fui perceber que as coisas estavam assim quando as pessoas começaram a reclamar do meu mau humor, da minha grosseria, e
assim iam se afastando de mim. Parece que eu passei a falar grego: quanto mais
eu tentava me explicar, mas eu piorava a situação. Assim, eu também comecei a
evitar as pessoas, os amigos e fui me isolando cada vez mais. Eu que sempre fui
uma pessoa pró-ativa, passei a me reservar mais para evitar problemas. Aos
poucos eu ia me anulando e entrando em uma espécie de estado depressivo. (Esta
situação foi descrita também, quase como uma adivinhação, por uma médica
especialista em medicina funcional, quando a procurei para saber no que essa
especialidade poderia me ajudar no tratamento da endometriose, e a médica me
disse que controlar os hormônios iria fazer toda a diferença na minha vida.
Parecia que eu estava na frente de uma vidente, que ao ver os meus exames,
descreveu tudo que eu vivia, física e emocionalmente, sem que eu tivesse dito
nada a ela).
Tatiana e seu marido, Hiomone. |
Voltando
à cirurgia... pois bem, não a fiz porque não tinha perdido peso e não tinha dinheiro
para pagar a cirurgia. Então
comecei a pesquisar sobre a doença, mas não se tinha muita informação na internet
até que um dia conheci o blog A Endometriose e Eu, da Caroline Salazar.
Foi aí que vi os depoimentos das outras mulheres, com histórias parecidas com a
minha. Então eu percebi que o problema não era eu, era a doença, e que eu
precisava me tratar. Mas com quem? O especialista em reprodução me cobrou uma
fortuna e não me deu nenhuma garantia de engravidar e nem que iria retirar toda a doença, ainda disse que eu teria que ficar
tomando anticoncepcional para suspender a menstruação e não sentir dor. Em
novembro de 2011 voltei ao seu consultório e a história era quase a mesma,
exceto pelo valor que pulou de R$ 7.000,00 para R$ 14.000,00, se eu fizesse a cirurgia até
fevereiro de 2012, pois a partir dessa data, o valor seria R$ 20.000,00 só os
honorários dele, fora os R$ 8.000,00 do proctologista. Totalmente inviável para
mim. Eu não tinha um “carro” para dar numa cirurgia de dois em dois anos (é,
porque eu fiz cirurgia em 2008, e em 2010, eu estava pior que antes).
Conheço mulheres que já fizeram mais de uma cirurgia com ele e ainda não engravidaram, com o mesmo quadro clínico que o meu, pois a endometriose tem vários graus, em graus menores é mais fácil a mulher engravidar depois da cirurgia, mas no meu caso, que estava “uma confusão só a região pélvica”, segundo o especialista em reprodução humana, só engravidaria com FIV e olhe lá! E a dor, não se falava em parar com a dor naturalmente, só com o uso de anticoncepcionais, coisa que eu não queria mais usar, pois tinha medo de ter trombose e outra coisa que ninguém fala é que anticoncepcional diminui a libido, e no meu caso: desapareceu!!! Nesse dia eu sai em prantos do consultório, quando me vi sem dinheiro e sem esperança para uma cirurgia. Ainda tentei negociar depois com o financeiro do consultório. Porém, após falar com o especialista, a funcionária me ligou disse o seguinte: "o doutor Mário (nome fictício) mandou te dizer que não faz a tua cirurgia mais, por dinheiro nenhum". Eu fiquei pensando se eu fui ofensiva com a secretária ou se ela me interpretou mal e levou o caso a ele de forma errada, pois achei uma resposta muito grosseira para um médico.
Conheço mulheres que já fizeram mais de uma cirurgia com ele e ainda não engravidaram, com o mesmo quadro clínico que o meu, pois a endometriose tem vários graus, em graus menores é mais fácil a mulher engravidar depois da cirurgia, mas no meu caso, que estava “uma confusão só a região pélvica”, segundo o especialista em reprodução humana, só engravidaria com FIV e olhe lá! E a dor, não se falava em parar com a dor naturalmente, só com o uso de anticoncepcionais, coisa que eu não queria mais usar, pois tinha medo de ter trombose e outra coisa que ninguém fala é que anticoncepcional diminui a libido, e no meu caso: desapareceu!!! Nesse dia eu sai em prantos do consultório, quando me vi sem dinheiro e sem esperança para uma cirurgia. Ainda tentei negociar depois com o financeiro do consultório. Porém, após falar com o especialista, a funcionária me ligou disse o seguinte: "o doutor Mário (nome fictício) mandou te dizer que não faz a tua cirurgia mais, por dinheiro nenhum". Eu fiquei pensando se eu fui ofensiva com a secretária ou se ela me interpretou mal e levou o caso a ele de forma errada, pois achei uma resposta muito grosseira para um médico.
Então
eu fui falar com o outro especialista em reprodução humana que fiquei sabendo
que também fazia cirurgias de endometriose severa. Ele fez um orçamento melhor:
R$ 20.000,00 já com proctologista incluso (ele foi indicação de uma médica
daqui de Brasília que faz transvaginal com preparo intestinal, fiz esse exame
com ela e ela me falou dele, então eu fui atrás). Mas ele também não me deu
muitas garantias, mas o proctologista da equipe dele era muito bom e me disse
que quando se faz uma boa limpeza, as chances de a doença voltar são mínimas e
que ele ainda não tinha nenhum caso que tivesse voltado. Mas a gravidez… só por
FIV, e com muita sorte para dar certo ou com muita fé em Deus, pois seria
praticamente um milagre se eu engravidasse.
Passei
mais um ano de angústia tomando anticoncepcional de uso contínuo, mas ainda
sentia cólicas, mesmo sem menstruar, não como era antes, mas tinha dia que
parecia que eu estava sendo cortada por uma serra elétrica na altura na pelve.
E seguia num estado depressivo, fiz terapia, mas me recusei a ir a um
psiquiatra, pois sabia que me passaria medicação controlada e isso eu não
queria.
Até
que em setembro de 2012 fiquei sabendo da existência do doutor Alysson Zanatta
através de uma colega de trabalho, que é amiga da esposa dele. Mas eu não fui
consultar-me com ele de início, pois já estava cansada de ir a médico. Ocorre
que sempre tem alguém que conhece um médico que é o melhor do mundo, e nos
indica e insiste para que nos consultemos com esse médico “melhor do mundo”, aí
a gente vai lá, faz a consulta e....nada!!
Mas
ela insistiu comigo, e me falou que ele tinha feito doutorado na área de
endometriose, inclusive no intestino, então eu resolvi marcar uma consulta com
ele (que aconteceu em novembro de 2012), afinal já tinha ido a tantos, não me
custava muito ir a mais um. Só que, quando eu lhe mostrei meus exames, eu
esperava aquela cara de espanto, de óooh, como a coisa está feia e blábláblá.
Mas não, ele me olhou no fundo dos meus olhos e disse sorrindo: não se preocupe, depois da cirurgia
você não sentirá mais dor, não precisará tomar qualquer remédio, nem
anticoncepcional e conseguirá engravidar naturalmente!! Nesse momento, foi como
se o céu se abrisse e Deus estivesse falando comigo. Eu saí do consultório
maravilhada com todas as coisas que o doutor Alysson me disse, totalmente
diferente do que eu já havia ouvido, visto e lido até então. Fiquei encantada
com o doutor Alysson, ninguém me entendia tanto como ele: as dores, o
psicológico, os problemas sócioafetivos, tudo em decorrência da endometriose.
Confesso que não confiei muito na estória de não sentir dor sem remédio e
engravidar naturalmente, mas ele foi tão atencioso, educado, gentil e,
principalmente, tinha um discurso sobre a doença e seu tratamento totalmente
diferente do que eu já havia escutado, que resolvi “pagar pra ver” e me decidi:
é com ele que farei minha cirurgia e com ninguém mais.
Ele
foi muito prestativo, todos os relatórios e justificativas que precisava para
levar ao plano de saúde, ele fazia para mim, com a maior disposição e sempre me
animando. O doutor Alysson é um médico fantástico, muito atencioso, paciente,
responde prontamente a todos os e-mails.
Pedi
ao plano de saúde que pagasse seus honorários, pois não havia outro médico na
rede credenciada que tratasse a doença como ele. Foram uns cinco meses de
burocracia e espera, até me consultei com uma médica indicada pelo plano de
saúde, que disse que tiraria o meu útero em um ano caso eu não engravidasse.
Voltei ao plano de saúde e falei que aquela louca não tocaria em mim de jeito
nenhum. E a médica é superconceituada, é professora da UNB (Universidade de
Brasília) de doutorado e foi professora de médicos renomados.
Teve
até uma outra ginecologista certa vez, que disse que era para eu largar a
nutricionista e pagar um psicólogo. Resultado: eu nunca mais voltei nela, pois
ela era muito conceituada também, mas de endometriose ela não sabia nada, mas
pensava que sabia.
Após
os trâmites do pedido administrativo junto ao plano de saúde, finalmente em 24
de junho de 2013 eu fiz a minha cirurgia com o doutor Alysson. Iniciava ali
minha nova vida! De fato eu tinha muitos focos de endometriose. Foi necessária a ressecção de cerca de 3 cm de intestino, devido á uma pequena lesão. Fora retiradas lesões de endometriose (principalmente atrás do útero), a trompa esquerda e o mioma uterino interno (submucoso). Toda a equipe cirúrgica era de ginecologistas, que fazem a ressecção da endometriose, onde quer que ela esteja. E isso que importa: saber retirar toda a doença da mulher independente da especialidade. Após
a cirurgia, o doutor Alysson disse que era para eu levar a vida o mais normal
possível, fazer tudo que eu não fazia por conta da doença, e que eu não
precisaria mais tomar nenhum tipo de remédio – nem para dor e nem
anticoncepcional. E assim aconteceu!
Sem
precisar tomar remédios para dor, eu fiquei menos dopada e mais disposta,
comecei a fazer academia e reeducação alimentar. Fiz também fisioterapia
uroginecológica com biofeedback e eletroneuroestimulação, o que fez com que as
dores na relação sexual cessassem. E sem tomar anticoncepcional, a libido foi
voltando aos poucos. Sem dor na relação sexual e com mais libido, pense.. Agora
é só alegria!
Após
seis meses de cirurgia, em dezembro de 2013, o doutor Alysson me recomendou que
eu engravidasse. Em fevereiro de 2014 tomei um susto quando fiz um teste de
gravidez de farmácia e deu positivo. Estava com cinco semanas de gravidez. Mas
infelizmente sofri um aborto espontâneo com seis semanas. Mas ainda assim,
ficamos muito felizes, pois para quem só conseguiria engravidar TALVEZ por meio
de FIV, segundo opinião de todos os médicos com quem me consultei antes do
doutor Alysson, engravidar naturalmente foi motivo de muita alegria e
esperança, pois outras formas estão descartadas.
Depois
disso não tentamos mais, pois meu marido fez duas cirurgias em 2014, sendo que
a segunda foi para retirar um câncer na tireóide, o que o levou a ter que fazer
iodoterapia, e com isso, a médica nuclear nos recomendou engravidar somente
após um ano da realização desse procedimento, por conta da radiação. Ele está
bem, graças a Deus! E estamos confiantes, juntamente com o doutor Alysson, de
que breve teremos mais uma boa notícia para contar!
Agradeço a Deus por ter
encontrado, depois de tanta via-sacra, um médico maravilhoso, paciente, humano,
um verdadeiro anjo chamado doutor Alysson Zanatta. Esse eu indico de olhos
fechados. E pode ter certeza que voltarei aqui para contar a segunda parte de
minha história. E para quem sofreu como eu pelo descaso dos médicos, peço para desistirem. Sempre há de aparecer um médico em forma de anjo em nossa vida. Obrigada por lutar pela nossa causa, Carol!! Beijo carinhoso!
Tatiana”.
Meu Deus que história de sofrimento e dor.mais sempre Deus está olhando por nos
ResponderExcluirEu queria entender.O uso do anticoncepcional contínuo não é para evitar que apareçam novos focos?
ResponderExcluirDirce, o doutor Alysson Zanatta respondeu sua dúvida abaixo. Beijo carinhoso! Caroline Salazar
ExcluirTambém sou de Brasília e gostaria de saber onde você fez a fisioterapia uroginecológica com biofeedback e eletroneuroestimulação que mencionou no post. Também fiz a cirurgia, mas continuo sentindo as dores na relação sexual.
ResponderExcluirMariana, pelo texto ela fez na clínica Pelvi, a que o doutor Alysson Zanatta atende. Para passar na fisio precisa de receituário médico. Marca uma consulta com o doutor e tira todas as suas dúvidas: 61-3045-0088 Beijo carinhoso! Caroline Salazar
ExcluirBom dia, prezada Dirce. Tomo a liberdade de responder sua pergunta. Infelizmente não há comprovações de que a pílula contínua possa evitar que surjam novos focos de endometriose. Isso acontece porque a endometriose profunda muito possivelmente não se origina da menstruação, como muitos pensam. Por outro lado, a medicação pode ajudar a controlar a dor, em maior ou menor grau, não mudando entretanto a doença em si.
ResponderExcluirInteressante!!!
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