imagem cedida
por Free Digital Photos
|
Porém, mesmo com os percalços que passaram, eles nunca perderam a FÉ de que no fim tudo daria certo. Ter paciência e saber esperar o tempo de Deus é algo que muitos de nós, seres humanos, não temos. Talvez, esses são os dois dos nossos principais exercícios que precisamos exercitar em nossa existência. E, claro, antes de paciência e esperar o tempo de Deus é preciso ter FÉ. Uma palavra pequenina, mas de grande poder e sabedoria. Graças a Deus, a cirurgia de Ane foi um sucesso, e agora, eles partem para o segundo passo: a gravidez. Estamos aqui torcendo e orando para tudo dar certo. Em breve iremos contar todo o relato de Ane na seção "História das Leitoras". E, como nada é por acaso, com a mudança do casal para São Paulo, agora que eu não deixo Ane e Paulo voltarem. Paulo assina a coluna Endo Social e está conosco nesta luta, está fazendo muito mais. Um beijo carinhoso! Caroline Salazar
SUS OU SUSto?!
Por Paulo Soares
Depois
de um longo tempo sem dar as caras aqui estou de volta trazendo novidades. Não
me lembro se já tinha comentado com vocês que eu e Ane saímos da Bahia para São
Paulo, porque conseguimos atendimento completo para tratamento de endometriose,
oferecido pela Unifesp, no Hospital São Paulo, custeado pelo SUS. Soubemos
desse tratamento em São Paulo por meio de Caroline Salazar e do blog A
Endometriose e Eu, já que na Bahia não tinha tratamento e/ou especialista
adequado pela rede SUS. Mas nem tudo foram flores nessa caminhada até a
cirurgia, pois o SUS dá muito SUSto na gente. Quando ocorreu a primeira
consulta no ambulatório especializado em algia pélvica e em endometriose, em 26
de junho de 2013, os médicos marcaram a cirurgia de imediato para 23 de outubro
do mesmo ano, pois já tínhamos todos os exames e laudos diagnosticando a doença.
Pensei: nossa como é rápido! Mas o motivo da rapidez era que Ane tinha endometriose
profunda, útero e ovários estavam colados em seu intestino, corria certo risco
de obstruir o intestino.
Porém,
no mês seguinte da primeira consulta, os anestesistas entraram em greve por
melhores condições de trabalho, contratação de pessoal e aumento salarial,
devido a isso todas as cirurgias atrasaram, esse foi o primeiro SUSto. Quando
chegou dezembro, os médicos do ambulatório remarcaram a cirurgia para segunda
quinzena de fevereiro de 2014, prometeram que não passaria deste mês. Porém, no
início de janeiro de 2014, Ane recebeu um telefonema do ambulatório antecipando
a cirurgia e confirmando a data para internar no dia 27 de janeiro e a cirurgia
no dia 29 de janeiro. Naquele dia estava trabalhando, quando Ane me ligou
chorando de felicidade para dar a notícia, demos glória a Deus por tudo e no
dia seguinte fui comprar as coisas que ela precisaria para ficar internada no
hospital.
Chegou
o grande dia, 27 de janeiro, o dia do 2º SUSto, saímos de casa 5h da manhã,
chegamos ao hospital por volta das 6h30, porém às 7h40, o médico da unidade de
ginecologia, informou que não tinha leito e que teríamos de aguardar até a alta
de alguma paciente. Resumo do SUSto: Ane, passou o dia inteiro sofrendo com
dores, já que não podia ficar muito tempo em pé ou sentada, pois não foi
oferecido nenhuma maca ou local próprio para ela se deitar enquanto aguardava a
vaga no leito. Ela só foi internada às 23h30 devido a problemas de vaga e
burocracia do hospital. Detalhe: só conseguimos vaga para intenação na unidade
de urologia, e só no dia seguinte, ela foi transferida para unidade de
ginecologia.
Chegou
o grande dia: 29 de janeiro, o dia da cirurgia, dia do 3º SUSto. No dia
anterior Ane tinha se submetido ao preparo intestinal. Às 06h40, minha esposa
desceu para o centro cirúrgico e, ao chegar lá, toda equipe médica estava
presente: ginecologista, urologista e proctologista, mas o hospital não tinha
material cirúrgico básico como toucas, luvas e seringas para realizar a
cirurgia. Logo depois foi emitido um documento oficial avisando que todas as
cirurgias seriam adiadas por falta de material. Desolada minha esposa retornou
para a enfermaria, deram alta para ela ao meio-dia e fomos para casa
frustrados, mas não desesperançados.
Como
vocês podem ver, diante de tudo isso eu e Ane aprendemos muito, nos unimos cada
vez mais e fortalecemos nosso amor, percebemos que nessa caminhada da vida há
flores, porém em meio às flores também há espinhos e na estrada existem pedras
e se não tivermos cuidado, se não soubermos nos desviar desses obstáculos
corremos o risco de nos furarmos nos espinhos ou tropeçarmos nas pedras. É bem
verdade que durante essa nossa trajetória, às vezes batia o desanimo, mas jamais
desistimos de lutar, por muitas vezes tive que encorajar e animar minha amada
esposa nos momentos de intensa dor, mas em todos os momentos sentíamos a mão do
Senhor nos fortalecendo.
No
começo do texto disse que tivemos que sair da Bahia para São Paulo. Na
realidade precisamos nos mudar de vez para São Paulo, ou seja, tivemos que
abrir mão de nossos planos e projetos pelo caminho, sonhos a realizar, pessoas
amigas e familiares tivemos que deixar por lá e começar uma nova vida nessa
metrópole, que é a maior cidade do país, já que o tratamento de minha esposa é
longo e logo após a cirurgia ela teria que ser acompanhada por um bom tempo
pela equipe da Unifesp até que a doença seja controlada.
Para
concluir, a cirurgia de Ane graças a Deus aconteceu no dia 26 de fevereiro e
foi um sucesso, e, dessa vez sem SUStos, sem espinhos e/ou pedras. Um dia e
meio depois de operada ela teve alta e foi para casa sendo muito mimada por mim
e pela tia dela, tendo o repouso necessário do pós-operatório e tudo tem transcorrido
bem. Agora nossa próxima caminhada é dar inicio ao nosso projeto de ter nosso
primeiro (a) filho (a). Porém, durante a cirurgia a médica observou que as
trompas de Ane estão bem deformadas o que possivelmente dificultará uma
gravidez espontânea. Os próximos passos consistem em fazer os exames
necessários: a Histerossalpingografia em Ane e os espermogramas em mim, e a
partir dos resultados, tentaremos engravidar naturalmente, ou então, partir para
a FIV. Em tudo somos gratos a Deus por seu amor e cuidado para com nossas
vidas. É isso aí pessoal jamais percam a fé e a esperança, pois o Senhor sempre
cuida de nós e não nos abandona nunca. Um abraço!
Sei bem oque e isso estou ha mais de trinta dias em uma fila de espera para fazer a cirurgia, apesar das dores acho que o jeito e esperar que me liguem, aguardo anciosamente pela tal ligação, a cada numero desconhecido que me liga eu ja fico na expectativa mas ainda nada, continuo aqui com as dores eu e a endometriose
ResponderExcluirNossa comecei a minha caminhada agora, a espera é angustiante, Passei pela primeira vez em 05/02/2014 o médico pediu uma ressonância que fiz em 31/03/2014 e até agora o laudo não ficou pronto, 20 dias uteis e me disseram q o exames estão atrasados, pois não tem médico para laudar... muita revolta depender do SUS, quando li este depoimento fiquei triste em saber q o caminho será longo até a cirurgia, mas o jeito é esperar...
ResponderExcluirOlá Ricardo, primeiro quero me desculpar pela demora em responder seu comentário. O caminho é longo mesmo. O nosso não foi muito longo, porque a endo da minha esposa é grau 4, ou seja, estava muito agressiva, minha esposa viveu seus últimos 3 anos mais de cama do que trabalhando. Por isso os médicos anteciparam a cirurgia dela, mas em média a espera por cirurgia está em torno de 2 anos. Realmente o SUS está um caos, da saúde básica ao hospital especializado, pois nunca pensei que num hospital universitário, no qual se formam médicos para Brasil inteiro, fosse faltar luvas, seringas e etc, materiais básicos para uma cirurgia, estivesse em falta no estoque. Isso é incompetência administrativa.
ExcluirQualquer coisa estou a disposição
Grande abraço