No texto de hoje, vamos entender como funciona o corpo feminino em relação à reprodução. Com quantos óvulos nascemos? Quanto anos a mulher tem de vida fértil? Quantos óvulos são consumidos em cada período fértil? Quanto tempo dura o processo de fertilização? O uso de anticoncepcionais previne a fertilidade feminina? Você sabe o que é coito programado? Se você tiver dúvidas sobre infertilidade não perca a palestra gratuita no próximo dia 23 de novembro, das 10h às 11h, no auditório do Instituto de Ensino em Pesquisa e Medicina Reprodutiva de São Paulo, na rua Peixoto Gomide, 515 – 1° andar, no Trianon-MASP, em São Paulo. O Instituto é referência em Pós-Graduação em Medicina Reprodutiva e oferece tratamento a baixo-custo. Para participar da paestra basta fazer sua inscrição pelo telefone: 11-3289-5209. Vagas limitadas. Inscreva-se já! Mais informações: http://www.medicinareprodutiva.org/.
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Por doutor Joji Ueno
Folículos
e óvulos:
Na
puberdade, a mulher tem 40 mil óvulos que serão “consumidos” em 400 ciclos
menstruais ou 33 anos de idade reprodutiva. Assim, em média, há consumo de 1
mil oócitos (óvulos) por mês. De tal forma que, após os 35 anos de idade, vão
restando muito poucos óvulos para garantir a fertilidade feminina. Além do que,
vai diminuindo a qualidade e aumentado a possibilidade de alterações genéticas
dos óvulos. Isso ocorre progressivamente, independentemente, do que a mulher
possa fazer. A melhoria da qualidade de vida retarda as marcas dos anos,
fazendo as mulheres modernas aparentarem menos idade do que tem. Mas, isso não
diminui a velocidade da perda dos óvulos. Mesmo a administração de
anticoncepcionais orais (ACO), que impedem a ovulação, não minimiza esse
processo. Os ACO impedem que um folículo (contém um óvulo) cresça até a
ovulação, mas não impedem que todos aqueles que iniciam o processo de
crescimento parem o seu desenvolvimento e caminhem para a atresia (ficam
inviáveis). Então, a mulher chega à menopausa (última menstruação) aos 48 anos
e vários anos antes a sua fertilidade já estará comprometida. Algumas mulheres
podem ter filhos naturalmente até depois dos 50 anos de idade, mas é fato raro.
Muitas, já não conseguem ter filhos, mesmo recorrendo às tecnologias mais
modernas aos 44 anos. Exceto, se recorrerem ao recebimento de óvulos de
pacientes mais jovens. Uma maneira de se medir a reserva ovariana (quantidade
de óvulos restantes) é com a dosagem sanguínea de um hormônio produzido nos
ovários (hormônio anti-mulleriano – AMH).
Ovulação
e período fértil:
Para que
ocorra a gravidez é necessário que ocorra o encontro do óvulo com os espermatozoides
de maneira natural ou artificial (Reprodução Assistida). A hipófise, que
é uma glândula que fica na cabeça, produz um hormônio chamado FSH, que vai pela
corrente sanguínea até os ovários e estimula o processo de desenvolvimento
folicular no ovário. Assim, no começo da menstruação (primeiro dia do ciclo
menstrual) os folículos vão crescendo sob ação desse hormônio. A partir do
quinto dia, somente um óvulo vai crescer (dominância folicular) produzindo o
hormônio feminino estradiol, que aumenta a produção de muco cervical do útero
(parece uma clara de ovo). Quando o folículo atinge 20 a 26 mm ocorre um pico de
outro hormônio, produzido pela hipófise, o LH. Assim, ocorre a ovulação no 14º
dia do ciclo menstrual. Portanto, o período fértil da mulher é quando há
abundância do muco cervical, que permite que os espermatozoides migrem com
facilidade para o interior do útero e sofram alterações necessárias à
fertilização.
Fertilização:
A
fertilização é um processo que dura 24 horas. Começa com o contato do
espermatozoide com o óvulo. Vários espermatozoides passam pelo muco cervical,
passam pelo interior do útero e chegam às tubas. Com a ovulação, há
possibilidade do encontro do óvulo com os espermatozoides. Isso geralmente
ocorre no interior da tuba, formando o pré-embrião (PE). O PE pode parar na
tuba causando a gravidez ectópica com todas as consequências desse evento
patológico ou chegar no interior do útero, após o 21º dia do ciclo,
implantando-se no endométrio. Assim, começa a produção do hormônio Beta hCG que
pode ser dosado no sangue, mesmo antes do atraso menstrual, detectando a
gravidez inicial.
Menstruação:
Após a
ovulação, o ovário começa a produzir progesterona para preparar o endométrio
para receber o PE. Caso o PE não chegue, 14 dias após a ovulação, a menstruação
ocorre. Outras vezes, a ovulação não ocorre, atrasando a menstruação por dias
ou meses. Esse é o caso das pacientes anovuladoras, cujo exemplo mais
importante é a paciente com ovários policísticos (não ovulam).
Coito
programado:
A gravidez
pode ser atingida em casais que têm pequenas alterações que serão corrigidas
com a orientação médica. Assim, pacientes que não produzem o folículo
dominante, têm muco inadequado, não ovulam, têm produção deficiente de
progesterona, podem ser medicadas e programar o dia da relação sexual para que
a gravidez ocorra.
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