terça-feira, 13 de abril de 2010

ENFIM, O DIAGNÓSTICO DA ENDOMETRIOSE!

Como falei em minha apresentação, convivo com a endometriose há mais de 12 anos. Na verdade, e acho que é bem mais. Sempre senti cólicas muito fortes em meus períodos menstruais. Aos 15 anos, retirei um cisto no ovário e, como tive muitos outros, achava que, ter cólica era normal. Com o diagnóstico da doença, descobri que este meu pensamento era um grande erro. Aliás, um dos primeiros sintomas da endometriose é a cólica muito forte. Bom, mas como descobri que eu tinha endometriose? Lá vem de novo a minha amiga Luciana Palmeira. Conheci a Lú quando eu freelava para a Revista Caras. Logo nos simpatizamos muito uma com a outra, mas a nossa relação de amizade começou quando ela saiu de lá, e foi para a Realidade Virtual. Como eu era jornalista freelancer, e por conta do tratamento, ainda continuo sendo, Lú precisou de jornalista e me chamou. Em um de nossos almoços, ela perguntou de Marcão, como é conhecido o meu namorado. Marcão é fotógrafo e eles se conheceram na época da revista. Falei que ele estava bem, e que quando precisasse de um bom fotógrafo podia cotá-lo. Benditas palavras estas minhas! Coisa de minha intuição! Não demorou muito e lá foi Marcão fotografar um evento médico e, para a nossa surpresa, qual era? Uma palestra sobre endometriose. No intervalo, o meu telefone toca, era ele. “Carol, acho que descobri o que você tem: endometriose”. Eu já estva cansada de sentir dor, pois, a cada dia, as dores eram ainda mais intensas. A esta altura, eu já estava fazendo milhões de exames, todos os possíveis e imagináveis, para tentar descobrir de onde vinham as minhas dores. Era assim que eu relacionava as dores, chamando-as de 'minhas', pois, era algo inexplicável, mas devo falar em outro post. Quem me ajudou nesta ‘investigação’ foi o Dr. Roberto Hiroshi Ieiri, um excelente coloproctologista, que é médico da família há mais de 20 anos e de extrema confiança. Dr. Roberto se dispôs a pedir e ver todos os meus exames. Mas, para minha surpresa, todos os exames estavam normais. Muitos de sangue, urina, fezes, ultrassom total de abdômen, entre muitos outros. Eu espalhava todos os exames na cama e não me conformava com os laudos... todos normais. Com a possível descoberta de meu namorado, fui logo contar a boa-nova ao Dr. Roberto. Quando falei da suspeita da doença, ele me disse: “Então, você precisa fazer uma ressonância magnética de abdômen total e da pelve, pois, só este exame pode indicar a doença. Para você não perder mais tempo em ir ao seu ginecologista para ele fazer a guia do exame, eu peço e, assim que tiver pronto, você leva para ele ver”. E assim foi. Realmente a dor era muito forte para esperar mais alguns dias até eu marcar com o ginecologista, depois até marcar o exame, seriam pelo menos uns 10 dias. O pior é que, por conta do convênio, eu acabara de mudar de ginecologista. Este novo ginecologista, de nome Bruno, que tem consultório em uma região nobre de São Paulo, foi indicado por uma amiga. Mas confesso que, já na primeira consulta, até então a única vez que fui lá, não me senti muito à vontade, quanto me sentia com o meu antigo e querido Dr. Carlos Sigolo. Com o resultado em mãos, eu estava tão curiosa, que fucei e vi que meu namorado estava certo. No exame, apontava uma suspeita de endometriose e de adenomiose e também um mioma. O que é isso, tantos ‘ose’? Bom, sei lá, mas lá fui eu no novo médico para ele me explicar o que significava esses ‘oses’. E, para minha surpresa, ele abriu o exame, não me examinou e já foi logo falando... Aliás, um ano depois, suas palavras ainda não saíram de minha cabeça. “Você tem dor durante ou fora da menstruação". "Nos dois casos. Muitas vezes dói até mais fora dela", respondi. "Então, você não tem endometriose, tira isso da sua cabeça”. Mas, diante do diagnóstico da ressonância, questionei. “Dr. porque a ressonância apontou isso então, de onde vêm as minhas dores”. “Não sei, mas endometriose você não tem. Tira isso da sua cabeça”, repetiu ele. Diante disso, ele me pediu um ultrassom transvaginal com uma médica e, segundo ele, tinha que ser com tal médica. Era março de 2009 e a dra só tinha vaga para junho. Esperar mais três meses. Nem pensar, quem sentia as terríveis dores era eu, e não o tal médico. Sou leiga no assunto, mas inteligente para saber a confiança de uma RM. Se um exame como este indicava a suspeita de endometriose, em quem eu confiaria: no médico, que eu mal conhecia e, logo não fui com a cara, ou no laudo do exame? No exame, claro. Sou uma pessoa extremamente intuitiva e sai do consultório com a famosa pulga atrás da orelha. Na verdade, o que mais intrigou este tal médico foi o fato de eu sentir dor, mesmo fora do meu período menstrual. Quando soube o que o médico disse, minha mãe, que fuçou comigo n exame, na noite anterior, e já sabia das suspeitas, ficou doida e disse que pagaria uma consulta particular com o Dr. Carlos, a quem eu confio plenamente. Afinal, sou sua paciente há 16 anos. No dia seguinte, fui ao seu consultório e de fato, Dr. Carlos confirmou a suspeita da endometriose. Aliás, eu tinha todos os sintomas da doença, fato que o outro médico nem quis saber. Agora, me pergunto? E se eu tivesse acreditado naquele médico? Será que aquilo que ele me disse, também não foi dito para tantas outras mulheres? E se alguma acreditou nele? Foi por isso e tantos outros motivos, que criei este blog. Mas aí a suspeita da doença me intrigou. Como assim suspeita? Ou tenho, ou não tenho a tal endometriose. Dr. Carlos me explicou e depois pesquisando também fiquei sabendo que a doença demora um pouco mais para aparecer, mas que a suspeita já indicava a doença, só não sabíamos onde, ou melhor, em qual órgão ela estava. Foi aí que comecei a primeira etapa do tratamento de endometriose, com o anticoncepcional Gestinol 28. Com ele, comecei a tomar remédio direto e parei de menstruar. Se aquele tal médico ficou intrigado porque eu morria de dor mesmo fora do período menstrual, ficar sem menstruar seria não sentir dor. Certo? Bom, isso vou contar no próximo post. Beijos e até mais.

9 comentários:

  1. Carol, querida,
    Adorei o texto, muito bom!
    Tenho certeza que muita gente vai se identificar com sua história e você poderá com isso ajudar a milhares de brasileiras com o mesmo problema!
    Por sua coragem, iniciativa, abertura e sensibilidade em tratar do tema, você já é uma vencedora!
    Um grande beijo de sua amiga Luciana Palmeira

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  2. Oi, Carol!
    A Ana Paula me passou o seu blog! Tá ótimo, super bem escrito. Parabéns pela iniciativa! Vamos lá, temos realmente que divulgar essa doença para diminuir o sofrimento da população feminina.
    Bjos fisioterapêuticos
    Chris

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  3. Oi Carol!!!
    Seu blog está maravilhoso. Serei seguidora dele, e pode ter certeza que divulgarei e estou a disposição para ajudar no que for preciso.

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  4. Carol, muito obrigada pelo Blog. Ví a indicação na novela das 8 da Globo hj e resolvi entrar no seu Blog.Queria saber com vc se sentia muiito calor do peito pra cima , como se as orelhas estiveseem pegando fogo. Minha ginicologista passou Menopax pra mim e microvlar, uma ressonância magnética porque no Ultrason não fiocou claro, endometriose?? Cisto Hemorrágico??E uma série de exames hormonais. Será que estou no caminho certo? Um abração!!!!Bom feriadão.

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  5. Olá Anônimo!
    Seja bem vinda ao blog!! Como eu não sou médica especialista no assunto, fica difícil eu responder sua dúvida. Tem que ser um médico. Vc está em menopausa induzida?? Eu fiquei com muito calor na cebeça, quando eu tomei o Zoladex, quando induzi a menopausa. Como a doença é tida como invisível, a ressonância é o melhor exame para apontar a endo. O melhor caminho é conversar com a sua médica, confiar nela e expor todos os seus medos e sentimentos. Beijos com carinho!!

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  6. Olá.
    Também tenho tido há uns três anos cólicas fora do período menstrual e durante o período as cólicas são fortes, sinto dores para fazer xixi e tenho diarréia. Tive uma cólica tão forte no final do ano passado, que acabei desmaiando, então busquei um médico. Passei por um médico que descobriu que eu tinha um mioma, mas disse não entender por que eu tinha dores constantes e sentia tanta dor no exame ginecológico. Infelizmente ele não passou qualquer tratamento ou outros exames, logo não senti segurança nele. E não queria continuar a conviver com a dor.
    No começo do ano passei por outro médico que conversou bastante comigo, sobre as dores etc. Ele fez os exames e no exame do toque ele disse que eu tinha endometriose. Passou vários exames de sangue e urina e de imagem passou uma transvaginal. Ele me passou um anticoncepcional de uso contínuo (o qual estou tomando faz 20 dias). No exame de imagem apareceu o mioma apenas e eu, mesmo tomando o anticoncepcional, tenho tido cólicas. Tem dias que são bem fortes... Queria saber (não sei se vc saberia responder, ou alguém que lê este comentário), mas é possível o diagnóstico só através do exame físico e da anamnese?

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  7. Boa noite,meninas eu me enteresei nessa publicação
    Porque eu me endentifiquei, um pouco com os sintomas sitados eu sempre, sentir fortes cólicas, menstrual
    Mas desde ano de 2016 pra car .aconteceu algo muito estranho,
    comigo.minhas menstruação, veio em Janeiro. E não foi mais embora.estou até hoje com um pequeno angramento. Uterino. Já fui ao ginecologista,3 vezes na primeira vez me passo, 3 medicamento. Um era anticocpiciona, o outro era vitamina para o sangue, e outro era combirom.tomei,esses medicamentos. Mas não resolveu nada,até que voltei ao ginecologista, de novo e reclamei,a ir ele passou uma trasvaginal, aobde eu fiz .E o resultado, também não deu nada,reclamei de novo ,air, me passou
    exame,de sangue, e um de urina,e também saiu o resultados ,e também não deu nada,ele até chegou brincar comigo,dizendo que eu podia deita,e dormi sossegada, porque eu não tenho nada,nem,visto,nem mioma, absolutamente, nada ...mas eu ainda continuo com esse sangramentos, já estou anemica, emagrecir, estou,pálida. Gente eu não aguento mas essa situação. Isso está destruindo,a minga qualidade, de vida,principalmente a minha relação sexoal. Eu não sei mas oque fazer.meu esposo fala que isso é psicológico, mas claro que não é, porque eu vejo o sangue, no absorvente. Por favor alguém me ajuda.

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