segunda-feira, 30 de abril de 2012

MINHA CONSULTA COM O GINECO-NEURO, NA UNIFESP!!

No último dia 19 de abril passei em consulta com o dr. Nucélio Lemos, uroginecologista especializado em neurodisfunção pélvica, que atende na Unifesp, para verificar se a minha endo havia comprometido algum de meus nervos. A Unifesp tem o primeiro ambulatório de Neuropelveologia do Brasil, mais um motivo que comprova que este ambulatório de algia pélvica e endometriose é o local mais apropriado para tratar uma mulher com endometriose. Graças a Deus, minha endometriose não atingiu nenhum nervo pélvico do meu corpo. Porém, descobri algo de que eu já tinha certeza e, que já havia falado ao dr. Hélio: de que sofro com a maldita endometriose desde os meus 13 anos. Todas as conclusões que o dr. Nucélio chegou foi durante a anamnésia bem detalhada que ele fez e, praticamente, uma regressão da dor pélvica e, só depois, é que se realizou o exame de toque. Digo regressão, pois ele me fez lembrar a primeira vez que senti dores na pelve. E tudo começou quando tive de retirar meu apêndice, aos 13 anos. Ou melhor, quando meus pais pediram a um clínico-geral da minha cidade, em Rio Verde, no interior de Goiás, para me abrir. Sim, parece uma história absurda, mas isso foi necessário, pois meu apêndice havia se deslocado de seu local habitual e, se escondeu, atrás do meu intestino. Por isso, em nenhum exame que eu realizava, inclusive, o ultrassom, não apontava nada anormal dentro de mim. Só que eu já estava há mais de um mês sem conseguir andar, não ia à escola, tinha muita dor na perna direita, vomitava e tinha febre muito alta. Confesso que ouvir isso do dr. Nucelio foi um alívio e um desespero ao mesmo tempo. O cisto de ovário que retirei aos 15, que voltou aos 19, e que continuou voltando, já era um endometrioma (cisto no ovário). A conclusão do dr. Nucélio é que eu sofro de fortes dores por quase 20 anos, até obter o diagnóstico da endometriose. Só fui diagnosticada aos 31 anos já para 32, após longos 19 anos de muitas, mas muitas dores. Ufa, ao ouvir isso pensei comigo: “Nossa como sou forte. Sempre me achei superfraca, em especial, às dores. Não sei como aguentei. De fato fui muito abençoada por Deus, pois, até então, minha endometriose ainda não atingiu nenhum órgão meu.” Na verdade, eu já penso isso todos os dias. Desde que eu conheci a Maria Helena Nogueira, todos os dias ao levantar, eu agradeço a Deus por ter essa oportunidade de andar, mesmo com dores. Também sei que fui escolhida por nosso Pai para uma missão muito especial por aqui: tornar a endo uma doença reconhecida por nossos governantes, onde poderemos incluir as portadoras em tratamento e, àquelas que já se encontram inválidas, em programas de benefícios do governo. Para realiza-la precisarei da ajuda de todas vocês, pois a união faz a força. Não morri, não fiquei infértil, minha endo não atingiu nem meus nervos e nenhum órgão. Isso é uma glória ao se tratar de uma doença tão enigmática e tão destruidora quanto à endometriose. Por isso, eu preciso me manter em pé e continuar lutando todos os dias contra as fortes dores que eu sinto.

Com isso, a conclusão final do dr. Nucélio é de que este diagnóstico tardio maltratou muito os meus músculos. Eu tenho dores em todos, literalmente, todos os músculos do meu corpo. Até dormindo meus músculos latejam, pulam sem parar. Foi por isso que eu tive a dispareunia de profundidade. A pior das dispareunias. Pior do que esta é só o vaginismo, onde todos os músculos da vagina se contraem e daí não entra nenhum grampo pela vagina, quanto mais um dedo (para a fisio) ou um pênis (no sexo). A meu ver, a dispareunia é a pior sequela da endo. Ter dores durante a relação sexual mata a mulher que existe dentro de nós, pois nos deixa assexuada. Um dos maiores sofrimentos é  não conseguir transar com o namorado, mesmo tendo um. Ficar anos e anos assexuada, mesmo tendo um namorado. Dormir ao lado de quem você ama e não sentir nenhum frio na barriga, nenhuma libido. Isso é desesperador. É um sofrimento sem fim para quem conhece esta dor. O pior é que acordei, no dia 19, p. da vida, por conta de cobranças indevidas do banco. Cheguei ao ambulatório de Neuropelveologia da Unifesp doida e aos prantos. Claro que o dr. Nucélio falou do meu psicológico, pois toda mulher com endometriose tem de tratar esse lado também. É óbvio que eu sei disso, só que prefiro a terapia espiritual. Afinal, foi no centro espírita que encontrei todas as respostas para tudo que estou passando nesta vida. Nenhum outro médico foi tão certeiro quanto Deus. O dr. Nucélio afirmou que qualquer terapia psicológica é válida e que sua noiva também é espírita. Por isso disse acreditar de que isso é possível. Eu prefiro escutar Deus a pessoas que vestem roupas brancas e que se acham Deus, só porque tem um título de doutor na frente do nome. E ainda me dar mais remédios. Já me medico e me automedico demais. O dr. Nucelio disse que iria falar com o dr. Schor e o dr. Hélio para ver como seria minha operação. Ele confirmou que, aparentemente, tenho poucos focos de endometriose, mas que será necessário retirá-los. Ele me receitou mais um remédio para a minha coleção, um relaxante muscular mais forte, o Coltrax 4mg. Enquanto estou sob efeito deste remédio, minhas dores no corpo melhoram muito, mas quando o efeito passa, é impressionante como tudo volta! É como se um trator ou um caminhão tivesse passado por cima do meu corpo. Porém, só tinha duas caixas deste remédio no ambulatório de urogineco da Unifesp, com 10 comprimidos em cada uma, e é o que tenho para tomar, já que estou desempregada e sem grana para comprar o Coltrax, que custa cerca de 40 reais cada caixa. Um absurdo! Demorei um pouco para escrever, pois ando com fortes crises, algo que não era muito comum, após minha primeira cirurgia. Estou preparando um post sobre endometriose e apendicite, qual a relação da primeira com a segunda ou vice-versa? Alguém tem alguma opinião? Aproveitem para curtir e compartilhar o A Endometriose e Eu no facebook: http://www.facebook.com/pages/A-Endometriose-e-Eu/107795342665783 Beijos com carinho!

3 comentários:

  1. Olá meu g.o me indicou esse médico da unifesp,como eu faço pra marcar consulta com ele.e começar tratar?

    Beijos

    Tamires

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  2. Olá meu g.o me indicou esse médico da unifesp,como eu faço pra marcar consulta com ele.e começar tratar?

    Beijos

    Tamires

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  3. Você carrega muito bem a bandeira das mulheres que sofrem com esta doença. Não sabia que era assim tão grave, ao ponto de deixar alguém inválido.

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